Início Site Página 6

6 de novembro: o dia do Santo Condestável!

Cavaleiro, Condestável do Reino e religioso carmelita, Frei Nuno de Santa Maria é considerado um dos maiores heróis da história de Portugal.

Nascido em 24 de junho de 1360 na freguesia portuguesa Flor da Rosa, D.Nuno descendia de famílias nobres tanto do lado paterno quanto do lado materno. Criado no meio de cavaleiros e escudeiro, desde de jovem  já demonstrava aptidão para a carreira das armas. Aos 13 depois de  fazer um reconhecimento do exército de Castela, foi armado cavaleiro junto com seu irmão Diogo.

Em 1383 o Rei de Portugal, Dom Fernando morre, deixando como herdeiro apenas sua filha, Dona Beatriz, que casara-se com o Rei de Castela, este, pelo casamento, poderia tornar-se rei de Portugal. Além disso, após o cisma do Ocidente de 1378 os castelhanos passaram a apoiar o “anti-papa”, o Papa de Avinhão, enquanto os portugueses apoiavam o verdadeiro Pontífice Romano.

Perante tamanha crise o regente e Defensor do Reino, Mestre de Avis Dom João, forma um novo Conselho e convida Nuno Álvares para tomar parte. Com isso, o Condestável é enviado ao Alentejo para conter os castelhanos. E em 6 de abril de 1384 Nuno comanda a vitória portuguesa sobre as tropas castelhanas na Batalha de Atoleiros.

Após a reunião das Cortes em maio de 1385, D.João I é aclamando rei de Portugal e Nuno Álvares nomeado  Condestável sendo lhe  atribuído o comando de todo o exército português. Apesar de sucessivas derrotas (atoleiros e o Cerco de Lisboa), os castelhanos ainda possuíam um grande exército, muito bem numeroso e equipado. Portanto, em 13 de agosto de 1385, São Nuno reunido com suas tropas em Aljubarrota, comunga,pede graças para derrotar os castelhanos e recolhe-se em orações, aguardando a chegando das tropas inimigas. A disparidade numérica é grande, os portugueses contavam com pouco mais de 7500 homens enquanto os castelhanos eram mais de 30000. Com grande coragem e respeito ao adversário S.Nuno foi sem dúvidas a maior inspiração para as tropas portuguesas

Vitória portuguesa em Aljubarrota

derrotarem os  castelhanos. Ainda em 1385 outra batalha ocorrera, batalha de Valverde, em que os portugueses derrotam e afugentam definitivamente os invasores.

Como forma de agradecimento e gratidão as vitórias Dom João e Nuno Álvares mandam construir um mosteiro em honra a Santa Maria da Vitória, conhecido como Mosteiro da Batalha.

Nos tempos de paz S.Nuno dedica-se a edificação de Igrejas e da realização de obras de caridade. E ainda como militar participa da conquista portuguesa de Ceuta em 1415, conquista importante para o posterior início da expansões marítimas portuguesas, as grandes navegações e consequentemente o descobrimento do Brasil.

Mosteiro da Batalha

Em 1423, aos 63 anos,  Nuno torna-se carmelita, tomando o nome de Frei Nuno de Santa Maria . Por seu coração nobre e caridoso, ficou conhecido pelo povo português como o Santo Condestável.

Curiosamente, em 1424 o embaixador do reino de Castela faz uma visita a S.Nuno, sendo recebido em sua humilde cela de frade. Após um breve diálogo o embaixador perguntou a Nuno se ele nunca mais despiria a mortalha que envergava, referindo-se ao seu hábito de frade. Ao que Nuno teria respondido, com firmeza e erguendo-se, com um brilho no olhar e batendo no peito. Um som de metal fez-se ouvir, o da armadura que usava por baixo da hábito carmelita… “Senhor, despi-la-ei, se el-rei de Castela mover outra guerra a Portugal!…Enquanto não estiver sepultado, servirei ao mesmo tempo a minha fé e esta terra que me deu o ser.”

Frei Nuno de Santa Maria

Nuno Álvares Pereira faleceu em 1 de novembro de 1431, dois dias após a assinatura do tratado de paz perpétuo entre Portugal e Castela. Seu túmulo foi destruído no grande terremoto de 1755, em seu epitáfio estava escrito:” Aqui jaz aquele famoso Nuno, o Condestável, fundador da Sereníssima Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.”

Em 23 de janeiro de 1918 foi beatificado pelo Papa Bento XV e em 26 de abril de 2009 foi canonizado São Nuno de Santa Maria pelo Papa Bento XVI.

 

São Nuno de Santa Maria: rogai por nós!

Nem um só…

O leitor imagine um rio que, após partir de suas nascentes, vai se avolumando, tem peixes variados, margens belas, uma planície vasta e fértil à sua frente, enfim promete ser um grande e prestigioso rio. Porém, em certo momento, vem alguém e, de posse de explosivos potentes, dinamita o leito do rio, desviando-o para uma região a um tempo pantanosa e pedregosa.

Quem conhecer esse rio só no pântano e nas pedras dirá: Que horror! Não tem jeito. Mas, quem o conhecer também no seu traçado natural e primeiro, poderá acrescentar: Há uma esperança de se tornarem estas águas negras e poluídas as águas cristalinas e caudalosas que deveriam ser, caso se consiga que o rio retome o curso que lhe estava destinado; apesar de todas as aparências em contrário, este rio pode ter um grande futuro.

Esse rio tem um nome. Chama-se Brasil. Quem poderá fazer com que ele volte a seu curso primeiro, vindo do impulso dado nas origens por gigantes como Anchieta, Nóbrega e tantos outros? Quem poderá tirá-lo deste atoleiro para o qual o desviaram sucessivas influências de homens sem fé, sem moral, sem quaisquer princípios de ordem superior?

Nós, hoje, tanto afundamos no pantanal dos problemas inextricáveis, e tanto nos debatemos contra obstáculos pedregosos insuperáveis, que a tarefa parece impossível. Mas, olhado com atenção o Brasil contemporâneo, ainda nele se pode discernir um certo veio de almas (ou um certo veio nas almas de muitos) que não se deixou contaminar pelo lodo, e mantém algo do Brasil autêntico. Se a Providência preservou esse veio, cumpre procurá-lo com cuidado, apoiá-lo, prestigiá-lo, até que uma bênção de Deus faça dele o que a bênção de Jesus fez da água de Caná: transformou-a em vinho e o multiplicou.

Diz, porém, com razão, um adágio popular: “quem não sabe o que procura, não sabe o que encontra”. Para encontrar esse veio em torno de nós, talvez em nós, é preciso saber o que estamos procurando. E, para isto, é de grande ajuda conhecer o Brasil autêntico, como ele foi, ou melhor, como ele começou a ser.

Haveria nesse sentido toda uma História do Brasil a ser escrita. Não a história do desvio, como a aprendemos nas escolas, verdadeira em muitos pontos, mas unilateral. E sim a história dos desígnios de Deus para nossa Pátria, como eles foram se fazendo realidade no passado, como há um filão cristalino que permanece sem se contaminar; ou, em muitas almas, misturado à ganga e ao lodo, mas enfim permanece.

Um dia essa história se fará. Mas desde já alguns episódios podem ir sendo lembrados. Aqui recordo tão só um fato do século XVII.

*    *    *

Os calvinistas holandeses buscavam aprofundar seu domínio em Pernambuco e Alagoas. Brasileiros e portugueses, brancos, negros e índios resistiam como podiam, mas não desistiam nem se entregavam. A nota de fé, de heroísmo, a noção da integridade luso-brasileira de todo o território nacional estava muito viva. Numa carta que as autoridades holandesas em Recife enviaram ao Governo de sua nação, em 9 de julho de 1648, transparecem bem o impasse em que se encontravam os invasores e a força de alma de nossos patrícios:

“Por aí podem Vossas Altas Potências julgar que tudo aqui deixa prever uma guerra tão longa de duração. como de dispêndio, com sucessos incertos, ao passo que, no caso de um bom êxito, ser-nos-á deixado pelo inimigo apenas um país esgotado e cheio de desolação, porque todo o seu procedimento tende a mostrar que intenta manter-se com obstinação, defendendo-se a todo transe.

“Apesar de sofrer quase diariamente reveses por água e ter precisão de muitas outras causas de necessidade, tais como vestuários, carne, etc., e de estar continuamente em sobressalto, apesar de tudo isto, rejeitaram o perdão que lhes foi oferecido, nem um só veio ter conosco, e persistem obstinadamente em sua rebelião”.(*)

Nesse texto, todo ele comovente, três palavras sobretudo me emocionam: “nem um só”. Sim, em meio à fome, a todo tipo de provações e sofrimentos, nem um só brasileiro se dobrou ante o calvinista invasor.

(*) A carta é assinada por W. V. Shouenborch, Hendr. Haecx. M. van Goch, Simão van Beamont: in Maj. Antonio S. Junior. Do Recôncavo aos Guararapes, Biblioteca Militar, 1949.

 

 

Texto publicado originalmente na revista Catolicismo em março de 1992.

Os Mandamentos da Lei de Deus

O código de comportamento de todo cristão, que deveria ser o de toda a sociedade, está consubstanciado nos 10 Mandamentos da Lei de Deus. 

O Papel dos Anjos no Universo Criado

Dotados de natureza mais perfeita que a humana, esses puros espíritos foram criados para dar glória a Deus, reger o mundo material e serem potentes auxiliares dos homens, com vistas à sua salvação eterna.

Se Deus é bom, por que o mal existe?

Muitas pessoas acabam rejeitando a Deus, pelo fato da existência do mal. Mas será mesmo que a existência do mal contradiz Deus?

Antes de decorrermos no tema, é mister definir o que é o Mal.

O que é o mal?

O mal, longe de ser uma entidade positiva, é um não-ser; não constitui uma afirmação, mas uma negação.

O mal supõe sempre um bem, ao qual ele sobrevém; só se encontra onde há um valor real, e tem proporções tanto mais vultuosas quando maior é o bem no qual esteja encravado; basta lembrar a hediondez da perversão de um gênio.

O mal nunca pode ser isolado, não há quem veja as trevas ou ouça o silêncio; estes só são percebidos se, previamente, forem percebidos os respectivos contrários (luz e ruído).

Disto se segue que o mal nunca poderá, nem no indivíduo nem na sociedade, ser tão vasto que absorva e destrua todo o bem, pois em tal caso o mal extinguiria o suporte da sua existência e aniquilaria a si mesmo, o mal só existe porque respeita em certo grau o bem, e jamais triunfará sobre o bem, pois para ter realidade, ele há de ser uma negação menor dentro da afirmação maior.

Para exemplificar:

A tristeza de um ser humano nunca terá um peso maior que ultrapasse a sua alegria, trazendo isso para o plano moral, nunca o pecado marcará decisivamente o curso da história.

Pois assim como dizia João Duns Escoto; “Será que a natureza é de fato mais forte para manchar, do que a graça para santificar?”. E o apostolo São Paulo complementa isto muito bem, quando diz que: “Onde, porém, se multiplicou o pecado, a graça transbordou” (Rm 5,20).

São Paulo, Apóstolo (5 d.C – 67
O mal concretamente

Consideramos até aqui o mal no plano abstrato da especulação, procuremos ver de onde vem o mal e como entrou na realidade concreta.

Deus, em seu desígnio eterno, quis difundir o seu Ser, a sua Bondade, pois, o Bem é essencialmente difusivo de si. Para isto, decretou tirar do nada criaturas que em grau finito exprimissem, cada qual do seu modo, a infinita Perfeição Divina.

Deus criou, os minerais, os vegetais e os animais irracionais destinados a dar glória ao Criador, e eles são movidos em demanda do seu fim, eles não tem a capacidade de reconhecer Deus.

Já o homem foi criado e dotado de conhecimento intelectivo e da liberdade de arbítrio dai decorrente. Deus chamou-o também a dar glória ao Criador, mas de maneira consciente e espontânea.

A criação de um ser livre, em termos humanos, representa “perigo” ou “risco” para o Criador, mas, não há dúvida que ser livre é grande perfeição, maior que ser autômato, e foi essa visão de Deus ao conceber o homem.

Pela natureza e desígnios perfeitíssimos de Deus Nosso Senhor, era necessário que esta criatura dotada de livre arbítrio, passasse por uma prova: Ele escolheria obedecer a Deus ou Ser como Ele. Nesta situação, o homem quis, livremente, ser como Deus e daí decorreram todas as misérias e castigos devidos a este imenso pecado.

Os povos mais antigos costumam professar, sob forma de narrativas graciosas, a consciência de que nas origens da História se deu uma desobediência grave dos homens contra o Soberano Senhor, de onde resultaram os males crônicos que nos cercam

As Sagradas Escrituras refere a mesma verdade no episódio do pecado de Adão e Eva, o homem livre cometeu uma ação, à qual faltava a conformidade com o Modelo de Deus, o que era um mal moral, um pecado; e acrescenta que desse mal moral decorrem, de maneira lógica, os males físicos (doenças, misérias, morte); a desordem material foi, pois, acarretada pela desordem espiritual.

São Domingos Sávio (1842 – 1857)

Por conseguinte, o princípio de toda a desgraça vem a ser a livre vontade do homem que, sem deixar de querer o bem, por sua falibilidade natural preferiu o bem aparente, do que o bem real. O primeiro de todos os males vem a ser o mal moral ou o pecado, de onde que, pior é cometer injustiça (mal moral) do que padecer (mal físico), como bem disse São Domingos Sávio: “Antes morrer do que pecar”.

Hoje em dia, os homens sofrem e morrem porque o primeiro pai pecou, se afastando da felicidade e da vida, que é Deus, e transmitiu a todos os seus descendentes uma natureza desregrada. Nem todo sofrimento é consequência de um pecado pessoal, mas reduz-se, em última análise, à desobediência de Adão.

Então por que Deus não impediu que Adão pecasse?

Deus deu ao primeiro homem, todos os meios para que ele não pecasse, porém Deus não quis intervir na vontade do homem, de maneira que forçasse-o a escolher o Bem Real, pois isto equivaleria a retirar um dom outorgado em vista de maior dignidade e glória do gênero humano.

Deus é Pai, não ditador, e quer ser considerado como Pai. Ora, na parábola em que Nosso Senhor Jesus Cristo narra em São Lucas 15, 11-32, o pai deixa partir o filho que lhe pede a herança para ir gozar da vida, e mesmo o pai sabendo o que o jovem está para fazer, deixa-o ir, justamente porque é pai, e que usar de confiança ao tratar o seu filho, e deixa que este filho fazendo suas experiencias livremente empreendidas, reconheça livre e conscientemente a felicidade que há em aderir ao Pai.

Assim, Deus deixou (e deixa) o homem partir pela via do pecado, segundo a sua livre opção, pois o que Deus deseja é o amor filial do homem, e não a adesão inconsciente de uma máquina.

O Senhor certamente poderia proceder assim: só haveriam criaturas boas, sem que o Criador tivesse que coagir alguma. Fazendo isso, porém, Ele desfiguraria, mutilaria o conceito de livre arbítrio.

Existem duas possibilidades opostas, Sim e Não. Em outras palavras e tratando-se da criatura humana, as duas opções seriam o “Sim” ao Criador (Sumo Bem) ou o “Não” ao Criador (Mal). Sendo os homens dotados de livre arbítrio, é comum que alguns digam “Sim” a Deus, optando pelo Bem Real, e outros “Não”, cometendo assim o mesmo erro de Adão pela escolha do bem aparente , na verdade mal.

Deus quis deixar essa liberdade e conhecia o “risco” que isso acarretava. Ele o quis, porém, unicamente em vista de um bem maior….

Se o pecador sofre pelo pecado cometido, a culpa não é de Deus que permite ele sofrer, ele sofre porque a sua natureza feita para Deus protesta contra a violência que a livre vontade do indivíduo lhe impôs. Esse sofrimento vem a ser a afirmação solene de que Deus é o Sumo Bem!

Deus não quis ficar indiferente à desgraça do homem, Ele levou muito a sério o drama do homem. Embora não precisasse da criatura, quis salvar o gênero humano. Em vista disto, tomou a miserável carne humana fazendo-Se verdadeiro Homem, Jesus Cristo, e padeceu a nossa sorte, morrendo.

Cristo, porém, não ficou na morte; atravessou-a, venceu-a ressuscitando. Com isto, comunicou sentido novo e inestimável valor aos nossos padecimentos;

Se aquilo que Deus toca não pode deixar de ser divinizado, a dor e a morte foram divinizadas depois que Cristo as experimentou; deixaram de ser mera sanção, a fim de tornar-se canal, passagem para nova vida, para a glória eterna.

Para o homem fiel só há uma desgraça autêntica: a perda da união com Cristo ou o pecado, pois, enquanto está unido a Deus, o católico vence com uma enorme alegria, proveito ou mérito os maiores sofrimentos (doença, pobreza, perseguições e morte).

A figura de Nosso Senhor pregado em uma Cruz vem a ser o testemunho mais eloquente de que a existência do mal, como a conhecemos, não é incompatível com a existência de Deus; para quem considera o Filho de Deus crucificado, torna-se vã qualquer tentação de acusar de injustiça ou maldade o Criador pelo fato de que Este permite o sofrimento livremente acarretado pelo homem sobre si mesmo. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”, disse Nosso Senhor Jesus Cristo.

Um símbolo da loucura do mundo moderno

Casa invertida

Se imaginássemos essa casa, que está com o telhado para baixo, na sua posição normal — portanto com o telhado para cima —, que aspecto ela apresentaria? — Uma impressão perfeitamente banal. Seria mais uma dessas casas pelas quais passamos sem notar nada de especial.

Posta de cabeça para baixo, entretanto, causa a impressão de um delírio, de uma loucura. Provoca a ideia de que todo bom senso está de cabeça para baixo, todo equilíbrio mental está invertido, e de um mundo transformado em manicômio.

Um problema levantado.

Mas isso levanta um problema: quem são os loucos? Os que estão se tratando dentro do manicômio e que acham isso normal? Ou aqueles que estão fora do manicômio e que não estranham isso?

Mais precisamente a pergunta é esta: quem olha para este edifício e gosta, é louco? Pois um louco, se pudesse desenhar uma casa, poderia desenhá-la assim invertida.

Então, os homens que não são loucos, mas que julgam isso interessante e até mandam construir casas assim, o que eles são? São loucos? Tratando-se com eles, percebe-se que não são. Então, como é que chegam a gostar de algo que só um louco aprecia?

São pervertidos de alma. A perversão da alma costuma estar ligada à impureza. A impureza ocasiona uma grave perversão de espírito. Mas, não é só impureza, é a falta de bom senso, de lógica, de amor às coisas na ordem que lhes é própria.

___________________________________________________________________

Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de agosto de 1986. Sem revisão do autor.

 

Homenagem à nossa Generalíssima

Poucos brasileiros contemporâneos sabem, mas Nossa Senhora Aparecida recebeu das Forças Armadas a patente de Generalíssima do Exército Brasileiro. Isso há 50 anos.

Quando em 1822 Dom Pedro II proclamou a nossa Independência, o Brasil recebeu de Nossa Senhora, logo ao nascer como nação”segundo feliz expressão de Plinio Corrêa de Oliveira, “o primeiro sorriso e a primeira bênção”.

Era portanto natural que as nossas Forças Armadas prestassem essa justa homenagem a quem tanto papel teve na História do Brasil. Este fato é rememorado pelo artigo, que aqui transcrevemos, do Ir. André Luiz Oliveira, missionário redentorista, escritor, teologando, mariólogo, associado da Academia Marial de Aparecida.

Prestamos também nós, desta forma, neste 7 de setembro de 2018, comovida e reconhecida homenagem à nossa Generalíssima, que é também Rainha e Padroeira do Brasil.

Os títulos de Aparecida:

Generalíssima do Exército

Da série de artigos marianos sobre os títulos eclesiásticos e civis concedidos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, deve especial destaque o de Generalíssima do Exército Brasileiro; por tratar-se de um título completamente civil e único na história do país, outorgado em 1967, cujo jubileu de ouro (50 anos) comemoramos. Em sua vertente masculina — Generalíssimo — trata-se de uma das mais altas patentes militares, de caráter exclusivo masculino. O termo, que é um superlativo da palavra General, é utilizado para descrever Generais, cujos cargos foram além do normalmente permitido pelas patentes militares.

Em 17 de abril de 1965, uma comissão de militares de Belo Horizonte, encaminharam ao Reitor do Santuário de Aparecida o pedido de peregrinação nacional da imagem, em decorrência das comemorações dos 250 anos de seu encontro, a iniciar pela capital mineira Belo Horizonte. O pedido fora levado à Aparecida/SP, em pergaminho, pelo Comandante da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, o documento trazia os seguintes dizeres:

“O Povo Mineiro, interpretando o desejo de todo o Povo Brasileiro, vem, pela comissão abaixo relacionada, respeitosamente. Pedir a Vossa Eminência Reverendíssima e ao D.D. Conselho Administrativo da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, que se dignem conceder licença para que a Imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, seja levada em triunfante peregrinação às Capitais de todos os Estados do Brasil, sendo em Brasília aclamada Generalíssima das Gloriosas Forças Armadas Brasileiras.”

Segue-se a assinatura do então Presidente da República: Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Porém, o pedido de peregrinação acabou não sendo atendido, o título de Generalíssima do Exército foi protelado e, assim, coube posteriormente ao então Presidente da República: Marechal Arthur da Costa e Silva, outorgar em 1967 o título, ato que aconteceu na capital espiritual do Brasil: Aparecida/SP, durante as comemorações dos 250 anos do encontro da imagem, na ocasião em que foi solenemente entregue pelo legado pontifício, o Cardeal Amleto Cicognani, a Rosa de Ouro — alta condecoração pontifícia exclusiva a mulheres — oferecida pelo Papa Paulo VI em 15 de agosto de 1967. Passando assim a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ter o reconhecimento civil conferida pela patente mais alta do Exército Brasileiro, sendo-lhe prestada às devidas reverências e honras militares.

 

____________

Fonte: site da Academia Marial de Aparecida

http://www.a12.com/academia/artigos/os-titulos-de-aparecida-generalissima-do-exercito

 

 

Lógica Revolucionária – Bolsonaro é Lula

A destruição da razão é apenas um dos maléficos efeitos da mentalidade e da lógica revolucionária. O atual estado das consciências permite que pessoas contrárias ao PT culpem eleitores do Bolsonaro pelo segundo turno com Haddad. Isto é, o fato do candidato petista estar no segundo turno é culpa de quem apertou 17 – confirma.

Percebi isso hoje pela de manhã (08/10/18) após ver várias mensagens e manifestações nas redes sociais de pessoas histéricas com o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Basicamente são eleitores que votaram em Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, João Amoêdo, Cabo Daciolo e companhia limitada; ou ainda nulo e branco.

Diante disso sobra-me a nostalgia do passado quando dois mais dois era quatro. Passado! Tudo passado! Estamos no mundo onde o homem pode ser mulher e a mulher um cachorro. Vivemos na época que, em nome da ciência, pode-se matar uma criança inocente ainda no ventre materno; mas ai daquele que ousar falar em pena de morte para crimes hediondos. “Ops!” desculpem meu lapso cognitivo! Atualmente existe sim pena de morte para crimes hediondos, afinal o aborto é permitido.

Estas e outras situações semelhantes como as descritas acima quebram com o pensamento e a razão do ser humano. Assim, a ditadura do relativismo destruiu a verdade e levou o homem a se acostumar com ideias absurdas e paralaxes cognitivas. Em outras palavras, o processo de imbecilização está tão avançado que as pessoas  afirmam sem problema algum que Haddad está no segundo turno por conta de quem votou no Bolsonaro. Chesterton dizia:

G. K. Chesterton

 

Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde.

 

Por fim, chegou o dia em que anos de PT, de doutrinação ideológica, de falsas filosofias e de ideologias causaram na sociedade uma terrível inversão de valores.  Chegou o dia absurdo em que eleitores do Bolsonaro são acusados de promover Haddad e o PT.

Bolsonaro – O candidato improvável

Jair Messias Bolsonaro é o nome do candidato improvável que faz até a barba fétida de Marx tremer. Durante anos as eleições presidenciais não tiveram sequer um candidato de direita com chances reais de chegar ao poder. Hoje, o fenômeno Bolsonaro abre um rombo na hegemonia esquerdista.

Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro tornou-se conhecido pelo seu posicionamento firme e inquebrantável

O atual episódio político que vivemos faz-me lembrar de quando eu estava nos últimos anos do ensino fundamental. Na época, um rápido diagnóstico era capaz de revelar em mim “sérias e preocupantes tendências conservadoras” (para terror dos professores). Nesse ínterim, fiz amizade com outro aluno, hoje sargento do exercito, que também sofria do mesmo mal que eu.

Conversávamos horas sobre as grandes figuras da história, como Carlos Magno, Sir Winston Churchill entre outros. Na época, acompanhávamos a trajetória do Deputado Bolsonaro e dizíamos que seria bom para o Brasil ter um presidente como ele. Evidentemente todos riam dos dois amigos “delirantes”.

Ora, o tempo passou, e o sorriso esnobe dos colegas e professores foi ficando cada vez mais amarelo. O ar de superioridade deu lugar a uma face perplexa de terror e espanto. Expressões que podem ser facilmente observadas na grande mídia e no desespero histérico de artistas, cantores, jornalista, políticos, professores e demais simpatizantes de esquerda.

A “minoria oprimida”  parece agora uma criança mimada fazendo birra no chão do shopping ao perceber que não será feita a sua vontade. O discurso vazio e chavões da esquerda já não fazem mais efeito para os ouvidos que se abriram para a verdade.  A máscara esquerdista de justiceiros da pátria está em estilhaços aos pés da nação que se levanta.

A direita delirante parece já não ser mais tão delirante assim. E o candidato improvável passou a ser agora o candidato mais provável de vencer estas eleições.

Critérios básicos para o voto eleitoral dos católicos

➤  Mons. José Luiz Villac


Pergunta — Venho notando uma tremenda indefinição de meus conhecidos quanto às próximas eleições. Há muita confusão. Para esclarecê-los, tenho procurado falar que devemos escolher candidatos que não defendem projetos ou práticas transgressoras das Leis de Deus. Como eu não consigo ir além, rogo ao Mons. José Luiz a gentileza de uma ajuda para a minha argumentação. Pergunto se realmente a Igreja proíbe aos católicos votar em candidatos que defendem práticas contrárias às Leis de Deus.

Resposta — Atendo com muito gosto ao pedido do consulente, frisando de antemão que minha resposta não tem nenhum caráter político-partidário; trata-se apenas de uma orientação teórica para as consciências a respeito do reto exercício dos direitos e obrigações dos fiéis na sua participação na vida pública.

Deve-se de início ressaltar que os cidadãos são moralmente corresponsáveis pela sociedade em que vivem, de modo especial numa democracia, na qual são convocados para eleger representantes que irão reger e legislar em seu nome. Não devem esquecer que a finalidade da votação deve ser, em última análise, a promoção do bem comum da sociedade.

A qualidade de um candidato, seja qual for o cargo público que pleiteie ocupar, não deve ser medida apenas com base em sua personalidade (simpatia, facilidade para falar em público, habilidade em gestão administrativa, etc.), mas também com base na sua personalidade pública: os princípios e os programas que ele pretende desenvolver para promover o bem comum.

Valores que um candidato não pode desprezar 

A proteção da vida humana inocente
desde a concepção até a morte natural,
uma das condições para um católico votar em consciência

O Catecismo da Igreja Católica menciona os componentes essenciais do bem comum: os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana (nº 1907); o bem-estar social e o desenvolvimento da sociedade, incluindo a educação, a cultura, o trabalho, a saúde, etc. (nº 1908); a paz e a segurança cidadã (nº 1909). Portanto, a ordem social “tem por base a verdade, constrói-se na justiça e é vivificada pelo amor” (nº 1912).

Existe uma hierarquia entre esses componentes do bem comum: alguns são essenciais e não negociáveis, outros são contingentes e permitem várias propostas. Logicamente, os valores não negociáveis devem ter primazia nas preferências dos eleitores católicos, porque dizem respeito a valores essenciais da pessoa humana e da vida social, cuja violação é um mal intrínseco e não pode ser justificado por nenhum motivo ou circunstância. A posição de um candidato a respeito dos valores não negociáveis deve ser, portanto, o critério essencial para julgarmos sua aptidão para ocupar um cargo público.

Atualmente os valores não negociáveis para um eleitor católico são:

  • A proteção da vida humana inocente desde a concepção até a morte natural;
  • O reconhecimento e a promoção da estrutura natural da família, baseada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher;
  • A proteção do direito primário dos pais de educar seus filhos (cfr. Papa Bento XVI – discurso a um grupo de parlamentares europeus em 30-3-06).

Critérios básicos para bem eleger

Reconheço que, para muitos leitores, escolher em quem votar é uma tarefa por vezes difícil. Mas determinar em quem não votar é relativamente fácil, pois são todos os candidatos que promovem o desrespeito e a violação dos mencionados valores não negociáveis. Tais candidatos são inimigos do bem comum, e sua eventual eleição para os cargos que disputam causaria muitos males ao Brasil e aos direitos dos seus habitantes.

Alguém poderia perguntar: Quais são os princípios morais que obrigam os eleitores, em consciência, a excluir do voto os candidatos favoráveis ao aborto, às uniões homossexuais ou à ideologia de gênero?

O fundamento é triplo.

Primeiro, porque a regra fundamental da moralidade é fazer o bem e evitar o mal. Mas para isto ser factível é preciso sabermos quais os bens que devem ser procurados e, acima de tudo, os males que devem ser evitados.

Segundo, porque os critérios que permitem fazer tais discernimentos entre o bem e o mal nos são dados pela moral católica, com base nos Mandamentos de Deus e na Lei natural: “O Deus Criador é, de fato, a única e definitiva fonte da ordem moral no mundo por Ele criado. O homem não pode por si mesmo decidir o que é bom e o que é mau, não pode ‘conhecer o bem e o mal, como Deus’” (João Paulo II, encíclica Dominum et vivificantem, nº 36).

Segue-se daí, em terceiro lugar, o que escreve São Boaventura: “A consciência é como o arauto de Deus e o seu mensageiro; e o que ela diz não provém dela própria, mas provém de Deus, à semelhança de um arauto quando proclama o edito do rei. Disto deriva o fato de a consciência ter a força de obrigar” (João Paulo II, encíclica Veritatis Splendor, n° 58).

Portanto, os eleitores católicos devem votar de acordo com a sua consciência, mas primeiro formá-la segundo os ensinamentos de Jesus Cristo e do Magistério da Igreja perene. Não devem seguir as modas do mundo, nem as inovações de alguns falsos teólogos descarrilados.

As leis humanas, de fato, só obrigam em consciência quando são justas. Quando prescrevem algo intrinsecamente imoral, seu cumprimento não é obrigatório, pelo contrário, é pecado obedecê-las (cfr. Atos 5,29). É intrinsecamente injusto (ou seja, é pecado, e pecado grave) elaborar uma lei semelhante ou votar a seu favor.

Não se pode contribuir com práticas imorais 

Duas condições não negociáveis para se pensar ao votar em alguém:
o reconhecimento e a promoção da estrutura natural da família,
baseada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher,
e a proteção do direito primário dos pais de educar seus filhos.

Alguém poderá objetar como sendo exagerado proibir por tais motivos o voto em candidato que é bom em outras coisas. Respondemos que não é exagerado, porque votar em um candidato que promove a violação dos valores não negociáveis equivale a colaborar formalmente com a prática dos inúmeros pecados que resultarão da aprovação legal de tal violação da ordem moral. Equivale também a contribuir para a deformação moral de toda a população, pois a ordem legal tem natureza pedagógica.

No caso específico do aborto, votar por um candidato pró-aborto equivale a associar-se ao que já foi qualificado pelo Concílio Vaticano II como crime abominável (Constituição Gaudium et Spes, nº 51). “A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral”, afirma categoricamente o Catecismo da Igreja Católica (n ° 2271).

Coerência entre vida privada e vida pública 

Além dessas regras gerais de moral, cumpre ainda respeitar algumas normas elementares de prudência na escolha dos candidatos. Tanto mais isso é necessário quando se constata que grande parte dos nossos políticos não é transparente quanto às suas verdadeiras convicções no âmbito da moral, menos até do que no manejo dos fundos públicos. A vida pública nacional tem mostrado claramente isso nos últimos anos. Por isso, recomendo vivamente aos leitores investigar qual é a posição dos candidatos em relação aos valores não negociáveis mencionados acima. Não basta confiar na ideia simplória de que o candidato deve ser bom, se figura na lista do partido no qual se costuma votar. E se algum candidato ainda não manifestou o que pensa sobre o aborto, as uniões homossexuais, a ideologia de gênero, etc, é necessário pedir-lhe que se explique publicamente.

Devo lembrar que alguns candidatos se afirmam católicos e dizem que se opõem a essas práticas abomináveis, mas na realidade tomaram iniciativas em favor delas; ou também não estão dispostos a apoiar a sua revogação. Recomendo que desconfiem especialmente desses candidatos com posição ambígua ou contraditória, que afirmam distinguir entre sua vida privada e sua vida pública, entre suas opiniões privadas e suas condutas públicas. Porque contradizer na vida pública a fé e a moralidade que se declara ter na vida privada revela, no melhor dos casos, uma espécie de esquizofrenia espiritual, como salientou Bento XVI. Ou senão, um simples abuso da etiqueta de católico para angariar mais votos.

Finalmente, aconselho a todos rezarem a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, para que nos proteja e impeça que os valores não negociáveis sejam violados na Terra da Santa Cruz.