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Tiranos do século XX

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Stalin

O passado século XX entra na História como de acontecimentos sensacionais, de descobertas inexcogitáveis, de transformações sociais profundas e catastróficas, de algumas glórias e de muitas tragédias.

Um século marcado pelas aparições de Nossa Senhora em Fátima e por duas devastadoras guerras mundiais. Em suas últimas décadas, conheceu o ressurgimento do perigo muçulmano. Um século que produziu algumas personalidades excepcionais, mas sobretudo tiranos de espantar.

Madri — Há 50 anos desaparecia Stalin, um dos maiores criminosos de todos os tempos.1 Morreu no dia 5 de março de 1953, depois de ensangüentar a Rússia por quase três décadas e jugular uma série de nações, reduzindo-as à condição de satélites do ex-império soviético.

A Segunda Guerra Mundial consolidou o poder interno de Stalin e favoreceu seus planos expansionistas. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a balança pendeu para os aliados. E a Rússia soviética, que esteve prestes a sucumbir ante o ímpeto dos exércitos nazistas, tornou-se a grande beneficiária dos tratados de Yalta e Potsdam, incorporando à sua órbita toda a Europa do Leste e quase metade da Alemanha. Situação que perdurou até a queda do Muro de Berlim em 1989.Depois disso, vieram a glasnost (transparência) e aperestroika (abertura) soviéticas, em seu tempo elogiadas pelaintelligentzia comunista do Ocidente. Hoje, porém, a sinistra figura de Stalin é exaltada na Rússia que se diz democrática.

No dia 5 de março, aos cinqüenta anos de sua morte, o Museu de História Russa Contemporânea de Moscou expôs ao público, pela primeira vez, objetos de uso pessoal do “arquiteto do comunismo”. Segundo a revista alemã “Stern”, Stalin ainda exerce na Rússia atual algo de seu maléfico fascínio.

Mas, felizmente, há também pessoas indignadas com a homenagem prestada ao sanguinário ditador. Ljudmila Aleksejewa, do Grupo de Helsinque, declarou a esse propósito: “Não podemos nos calar, quando um monstro destes é glorificado. Do contrário jamais construiremos um Estado de direito na Rússia”.2

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Hitler

Hitler, ditador do Terceiro Reich

Vinte anos antes da morte de Stalin, no dia 30 de janeiro de 1933, Hitler era nomeado Chanceler da Alemanha pelo velho presidente Paul Hindenburg. Subia simultaneamente ao poder a formidável máquina do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.

Ao contrário de Stalin, que subiu ao poder na crista da revolução de Outubro de 1917, aMachtergreifung de Hitler deu-se de modo legal e pacífico. Porém, ao cabo de poucas semanas os chefes nazistas já utilizavam a Polícia do Estado e as tropas de choque do partido para intimidar, prender e assassinar seus desafetos políticos. A Ermächtigungsgesetz de 23 de março de 1933, sancionada pelo Parlamento, colocava praticamente nas mãos de Hitler as rédeas do governo. Desde então, o governo tinha poder para estabelecer leis e colocá-las em prática, independente da aprovação parlamentar.

Em breve começariam as perseguições contra os católicos, apesar da Concordata com o Vaticano, firmada em julho de 1933. O caráter anticristão do nazismo, túmido de paganismo em seu culto doVolk und Boden (do povo e da terra), foi se patenteando cada vez mais ao longo dos anos. E acabou sendo condenado por Pio XI em 1937, na Encíclica Mit Brennender Sorge. Internamente na Alemanha, alguns bispos condenaram severamente erros e práticas nazistas. O mais famoso deles, Mons. von Galen, bispo de Münster, atacou rijamente o programa de eutanásia do governo em três célebres homilias pronunciadas na igreja de São Lamberto, onde fora pároco durante muitos anos. Hitler quis mandar enforcar o Leão de Münster, como ficou conhecido Mons. von Galen. Goebbels, porém, aconselhou-o a “acertar as contas” quando a guerra tivesse acabado.

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Mons. Clemens Von Galen, o “Leão de Münster”

Também Hitler proclamou-se senhor da guerra. A eclosão do conflito mundial foi estimulada pelo pacto secreto da Alemanha com a União Soviética sobre a divisão da Polônia, assinado em 23 de agosto de 1939. Tão logo as tropas de Hitler ocuparam Paris, Stalin anexava os três países bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia) e invadia a Finlândia.

A invasão da Polônia, em setembro de 1939, foi o estopim da Segunda Guerra Mundial, que ceifou 40 milhões de vidas e deixou milhares de cidades européias reduzidas a escombros.

Saddam Hussein, um novo Stalin?

A trajetória de Saddam Hussein e seus traços psicológicos — nos quais se salientam frieza, crueldade, astúcia e hipocrisia — o aproximam mais de Stalin do que de Hitler. De origem camponesa, com pouca instrução e arriscando muito, fez sua carreira no partido socialista Baath. Em 1959, com apenas 22 anos, atirou no então presidente iraquiano, que escapou com vida. Preso, conseguiu fugir devido à cumplicidade da polícia. Em 1968 tornou-se o braço direito do presidente al Bakr. Concebeu e dirigiu a estatização da Irak Petroleum em 1972. De golpe, o Iraque tornou-se um país riquíssimo. Tanto mais que a crise do petróleo, de 1973, quadruplicou o preço do produto. Em julho de 1979, al Bakrpassa o poder a seu “vice”, Saddam Hussein.

Saddam Hussein

O novo presidente, a partir de então, tomou todas as rédeas do poder. Combatendo os curdos com extrema ferocidade, destruiu-lhes as cidades e lançou gás venenoso contra a população civil. Invadiu o Kuwait em 1990, causando a chamada Guerra do Golfo, na qual 50.000 iraquianos perderam a vida. E agora está prestes a provocar um grande confronto com os Estados Unidos, por não observar os acordos de destruir seus arsenais de armas químicas e bacteriológicas, ratificados ao término da guerra de 1990.

Na iminência do conflito, Hussein apela para a jihad (guerra santa) e promete aos iraquianos a vitória, caso os Estados Unidos invadam seu país. Em mensagem lida na televisão iraquiana a 4 de março, por ocasião do início do ano islâmico, convidou o povo a “se orientar no exemplo do profeta Maomé na luta contra o demônio de nosso tempo”,isto é, os Estados Unidos.

O apelo à guerra santa contra os infiéis tornou evidente o desejo de Hussein de engajar outros países islâmicos no conflito.

Se permanecer governando o Iraque, a que precipícios Hussein não tentará arrastar seu país e o mundo? Modelos tenebrosos ele os tem, e tudo indica que tentará segui-los. Até que ponto o conseguirá?
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Notas:

  1. Dimitri Volgonov, conselheiro de Yeltsin e autor de uma biografia de Stalin, sustenta que ele foi “o mais terrível ditador não somente do século XX, mas também de toda a história da humanidade”(“Tagespost”, 1-3-03).
  2. “Stern”, março 2003.

Extraído da Revista Catolicismo, Abril/2003

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2 COMENTÁRIOS

  1. gostei do texto,maaaaaaaaas,gostaria que esse texto fosse mais resumido por que tem muitas partes seila q nao é do interesse de algumas pessoas tipo eu,e seria mais ideal para pesquisas curtas apenas com anotaçoes

  2. E os outros púrias e despótas: Churchill, Busch, Reagan, Kenedy, Kubitscheck, Sarney, LULA, Dilma, Fernando Henrique, e todos os demias destes países que impuseram as ditaduras para nós pobres leitores de jornais e sites manipulados por estas ditaduras capitalistas e democráticas.
    Viva a DEMOCRACIA, BANDIDAGEM, MISÉRIA E POBREZA

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