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Lourdes: Nossa Senhora às vezes cura, em geral não cura, mas sempre mostra que é Mãe


Doentes rumo à Gruta

Os acontecimentos de Lourdes são ricos em ensinamentos para nós, e um desses ensinamentos é a respeito do sofrimento.

Nós vemos em Lourdes duas atitudes da Providência diante do sofrimento humano. E estas duas atitudes têm sua razão de ser , dentro da perfeição dos planos divinos apesar de parecerem até contraditórias.

De um lado, o que mais chama atenção em Lourdes é Nossa Senhora que tem pena do sofrimento dos homens, atende aos rogos deles e pratica milagres para os livrar das dores que eles sofrem.

É, por outro lado, Nossa Senhora que tem também pena das almas, e para provar que a Fé Católica é verdadeira, pratica milagres para operar conversões.

Mas, de outro lado, nós vemos em Lourdes outro aspecto. E são os inúmeros doentes que vão a Lourdes, e voltam sem ter sido curados.

Por quê razão Nossa Senhora opera a cura de uns e não opera a cura de outros?

Qual é o mistério?

Porque é muito fácil a gente compreender que alguns sejam curados. Mas, qual é o mistério pelo qual outros não são curados?

Nisso também Nossa Senhora nos dá um grande ensinamento. Porque Ela mostra, pela bondade dEla em Lourdes, que Ela é nossa Mãe, que Ela tem pena de nós, que Ela quer e pode praticar maravilhas por nós, e Ela as pratica.

E, entretanto, a maior parte dos doentes que vão lá voltam sem ter sido curados.
Qual é então a razão de ser disto? Qual é a razão mais profunda desse fato?

Eu creio que é um dos mais estupendos milagres de Lourdes.

Acendendo velas

Se a gente prestar bem atenção nesse fato, passa-se o seguinte: é que para a grande maioria das almas o sofrimento é necessário para a santificação.

As doenças são necessárias para a santificação. E é mesmo por meio das doenças e das provações espirituais que a pessoa se santifica.

E quem não compreende o papel do sofrimento e da dor para operar nas almas o desapego, o amor de Deus, e a regeneração, não compreende absolutamente nada. É por esta forma que as almas se santificam.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 6.2.65. Texto não revisto pelo autor).
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