Fátima: a Mensagem, a indiferença e o Castigo.

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É inegável que a devoção a Nossa Senhora de Fátima, atualmente, é muito conhecida, se não em todo o mundo, pelo menos em boa parte dele. Porém, o que é desconhecido de muitos, mesmo e até principalmente entre os devotos, é o conteúdo de sua Mensagem.

Comumente, falam em Nossa Senhora de Fátima, mas a Mensagem que ela transmitiu é completamente ignorada.

O presente artigo  tem como finalidade relembrar a importância das admoestações e conselhos dados pela Mãe de Deus.

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Nossa Senhora apareceu pela primeira vez em Fátima, em 13 de Maio 1917. O local das aparições é uma pequena propriedade dos pais de Lúcia, chamada cova da Iria, a dois quilômetros de Fátima.

As aparições costumavam se dar por volta do meio-dia, em cima de uma arvorezinha, denominada Azinheira. Ela apareceu seis vezes seguida, uma em cada mês, sempre no dia 13 – exceto em agosto, quando se mostrou alguns dias depois do convencional – a três pastorzinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta, de respectivamente 10, 9 e 7 anos (foto abaixo).

Em todas as suas aparições, Nossa Senhora insistiu muito em dois pontos: primeiro, a crise moral que estava desolando o mundo em 1917 e os pecados cometidos em consequência disso; e, segundo, o remédio que viria por meio da oração e da penitência.

Sobre os pecados cometidos contra Deus, dizia: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?” “Ides, pois, ter muito o que sofrer”.

“Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.

É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.”

“Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.” (Cf Memórias II, p.126, pp.330, 336; De Marchi, pp.58-60; Walsh, pp. 52-53; Ayres da Fonseca, pp. 23-26; Galamba de Oliveira, pp.63-64)

É importante ressaltar que Nossa Senhora, em suas seis aparições, enfatizou enormemente sobre os pecados cometidos, e a gravidade dessa situação era tal que Ela chegou  ao ponto de ter que mostrar o inferno às três crianças.

A irmã Lúcia nos narra sobre a visão do inferno que teve, e das almas que nele caíam: “Ao dizer estas últimas palavras, [Nossa Senhora] abriu de novo as mãos como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo.

“Mergulhados nesse fogo, os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhantes ao cair das faúlhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizavam e faziam estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa.” (Cf Memórias II, p.138, pp.218, 220; IV; pp. 336  a 352; De Marchi, pp.90-93; Walsh, pp. 75-77; Ayres da Fonseca, pp. 41-46; Galamba de Oliveira, pp. 72-78 e 146-147). (grifos nossos).

Santa Jacinta chegou a afirmar: ”Os pecados do mundo são muito grandes”.

E isso em relação ao mundo de 1917! O que Nossa Senhora diria do mundo atual…? O que Ela diria das modas, sendo que já naquela época eram causa de muitos pecados?

Para remediar essa situação Ela indicou: oração e penitência.

“Continuem sempre a rezar o terço todos os dias”.

“Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.

“É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”

“Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido”

A Santíssima Virgem também nos indicou a devoção ao seu Imaculado Coração: “Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono”.

“Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração.”

 

Depois das admoestações e conselhos da Mãe de Deus, àqueles que ainda insistirem em uma vida de pecados, Ela advertiu: “Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas…” (Cf Memórias II, p.138, pp.218, 220; IV; pp. 336  a 352; De Marchi, pp.90-93; Walsh, pp. 75-77; Ayres da Fonseca, pp. 41-46; Galamba de Oliveira, pp. 72-78 e 146-147).

 

Cabe lembrar que, em 1917, o mundo enfrentava a 1º grande Guerra, assim, ao prometer o seu término, Nossa Senhora mais uma vez chamou a atenção da humanidade para que deixassem de ofender a Deus Caso contrário, viria a Segunda Guerra Mundial.

Pela enorme destruição e número de mortes, consequências da Segunda Guerr, é possível medir o tamanho do castigo. E, para merecer tamanho castigo, qual não era a enormidade das ofensas?

E não só a Segunda Guerra viria como castigo, como também a Rússia espalharia seus erros pelo mundo: o comunismo e as várias formas deste. Também as perseguições e guerras que promoveria contra a Igreja, são consequências.

Mais ainda: “…várias nações serão aniquiladas…”. A Santíssima Virgem, prevendo o abismo que cairia a humanidade caso não fosse ouvida sua Mensagem, alertou a cerca de uma punição, que seria de tal gravidade que aniquilaria várias nações.

Porém, no meio de tantas repreensões, nos dá o seu sorriso de Mãe: “por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz”.

Ou seja, depois de colossal castigo, será concedido ao mundo algum tempo de paz, mas não um tempo comum, com uma paz comum, será o período do Triunfo do seu Imaculado Coração. Triunfo este sobre as instituições, sobre as mentalidades, sobre os modos de ser, enfim, será, resumindo em toda a plenitude da palavra, um verdadeiro Triunfo.

 

A indiferença: O pior pecado face à Fátima

Não obstante, para chegarmos ao Reinado de seu Imaculado Coração, é preciso, como o ressaltado tantas vezes pela Mãe de Deus, a emenda de vida.

Infelizmente, o que vemos até aqui é um completo descaso a Nossa Senhora.

Os homens pecam, revoltam-se contra Deus. Ele, em sua infinita bondade e misericórdia, nos envia sua Mãe, que, com análoga bondade nos indica o caminho a ser seguido.

E como nós reagimos ante tamanha demonstração de amor por parte de ambos? Resposta: Completo esquecimento.

Se as pessoas não se converterem e não se emendarem, elas cometem um dos piores pecados contra a mensagem de Nossa Senhora de Fátima: a indiferença.

Os apelos de Nossa Senhora não foram atendidos. O mundo seguiu um rumo radicalmente oposto ao indicado em Fátima.

E mesmo algo simples de ser atendido, como a oração, foi foi também negligenciada. Contam-se nos dedos o número de pessoas que rezam o Terço diariamente como Ela pediu.

Não é necessário falar dos pecados e da decadência moral, que chegaram a pontos inimagináveis. Não há comparação que se possa fazer, dos pecados de hoje em relação aos de 1917. É uma distância abismal que os separa.

Homossexualismo, aborto, eutanásia, ateísmo, modas imorais, o silêncio e, algumas vezes, até mesmo o veneno vindo daqueles que realmente deveriam guiar, deveriam ensinar… Como não pensar em Castigo?

Sim, virá. Com certeza virá. É o que tudo indica. É que tudo confirma. Foi algo condicional o que Ela disse: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não…”

Se não…

Depois o mundo não poderá reclamar: “Mas, se pelo menos fossemos avisados…”. Porque o aviso já foi dado, a Mãe de Deus o deu. Não reclamemos quando chegar a hora da justiça divina.

Porém, lembremo-nos todos, quando a Justiça divina descer dos céus, que Nossa Senhora, a Mãe de Misericórdia, receberá com amor e ternura todos aqueles que mostrarem um sincero arrependimento, todos que se voltarem a Ela com um coração arrependido e humilhado. Não desesperemos. Recordemos também: “Por fim meu Imaculado Coração Triunfará”. É o Reino d’Ela, que, no final de tudo, será instaurado sobre toda a face da Terra, e preparado para os que abraçarem ao seu Imaculado Coração.

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