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Como são ingênuos aqueles que nunca conheceram o socialismo…

Objeção: “Quero deixar aqui meu repúdio a ingênua critíca sobre Fidel e a Cuba…. pq vocês não criticam o que a igreja católica e outras igrejas que condenam milhões de pessoas a mais torturante ignorancia política, econômica e espiritual??? f (…) Faça isso, em vez de acreditar em historinhas para bebês dormir tá ok? Estudem Economia, Politíca e Sociologia…”

Recebido em 5/5/99

Quero deixar aqui meu repúdio a ingênua critíca sobre Fidel e a Cuba…. pq vocês não criticam o que a igreja católica e outras igrejas que condenam milhões de pessoas a mais torturante ignorancia política, econômica e espiritual??? ficar esperando por um “Deus”criado a semelhança dos Homens??? Parem com isso, criem vergonha e façam uma análise dos pensamentos dogmáticos e pdres das religiões que fazem de Deus um ser maldoso, vingativo, idiota, e canalha, Deus não é nada disso que vocês imaginam, ele com certeza é muito diferente do que vocês querem que ele seja… A religião é o ópio do povo.

Porque não criticam a política americana que mata milhões de pessoas de miséria, que aliena os povos, que mata o direito de liberdade, que subjuga os países com suas armas, me respondam pq? Pq não criticam o capitalismo que massacra crianças, velhos, mulheres e homens? que matam aos poucos de fome pessoas de todos os continentes? pq não estudam a Teologia da Libertação e fazem o que cristo fez quando aqui esteve e que vocês o mataram? pq? Não sou Dogmático, mas é preciso acabar com o capitalismo e criar uma sociedade mais justa, uma sociedade socialista, estive várias vezes em Cuba e digo que a situação por lá está dificil, e vocês sabem o pq??? peçam para o Deus de vocês (EUA) acabar com o embargo em Cuba e verás o que Cuba se transformará… Faça isso, em vez de acreditar em historinhas para bebês dormir tá ok?

Estudem Economia, Politíca e Sociologia…

* Resposta

Respondido em 6/5/99

Prezado anônimo,

Infelizmente, não sei seu nome, pois você se esqueceu de assinar sua crítica…

Em todas as nossas publicações, mesmo que você não goste delas, nós assinamos nossas idéias para que outros possam entrar em contato conosco e debatê-las. É claro, sempre esperando um diálogo franco e respeitoso da parte daqueles que se dispõem a conversar conosco.

Suas críticas não trouxeram nenhum argumento em defesa de Cuba. Você nos acusa de cumplicidade com a morte de “crianças, velhos, mulheres e homens”, nos acusa de termos “matado” a Nosso Senhor “quando ele aqui esteve”, de defendermos uma Igreja que leva à “mais torturante ignorância política, econômica e espiritual”, etc. Será que você leu o que escreveu?

Por acaso você tem idéia de quantas pessoas morreram por culpa do sistema que você defende? Nem a soma de todas as guerras mundiais conseguiu perpetrar um tão grande número de assassinatos como o seu sistema “libertador”.

Suas críticas à Igreja também não foram muito educadas e, sobretudo, não vieram de algum estudioso de “Economia, Politíca e Sociologia…”, como você quis se apresentar. Você acredita que todo o estudioso de ciências sociais é  anti-católico? Você tem alguma pesquisa a respeito? No meu caso, sou  formado em Ciência Política e Direito. Atualmente, estudo português e história. Estudei bastante todas as doutrinas políticas e, particularmente, o marxismo.

Sobre Nosso Senhor, não existe nada em sua doutrina que se pareça com socialismo. Muito pelo contrário, pois Nosso Senhor nunca pregou a igualdade, mas a desigualdade. Procure alguma parábola onde Ele tenha dito que os homens são iguais… Você vai encontrar o oposto: “Aquele que quiser ser o primeiro, que seja o último”, “Não é o servo maior do que o Senhor”, etc. Em todas as parábolas, você encontrará a pregação do “amor de Deus” (Caridade), da humildade (reconhecer que existem pessoas maiores do que nós), nunca buscar “ser maior do que os outros”. O grande amigo de Nosso Senhor, Lázaro, era um homem de vários bens…

Nosso Senhor Jesus Cristo não nos disse “Todos somos iguais, procurem ser iguais e não aceitem ricos entre vós, propriedade privada, família, etc.”, como defende o socialismo. Será que estamos falando do mesmo Cristo?

Quem matou a Cristo? Foram os capitalistas? Ou foram aqueles que desejavam fazer de Nosso Senhor um “libertador” contra a “exploração dos romanos”? Os fariseus esperavam um Messias “libertador”, que daria o poder temporal aos judeus. Não parece com alguma tese teológica por você aludida?

Lembre-se que o primeiro a defender que a Igreja deveria vender seus objetos preciosos e dar aos pobres foi Judas, o traidor e o primeiro socialista …

Quem criou um Deus a “imagem dos homens”? Os católicos, que exigem a castidade, a humildade, a resignação, a temperança, sob pena de um castigo eterno? Ou será que foram todos aqueles que defendem um deus igualitário, onde não há mandamentos e onde cada um faça como bem desejar, pois não haverá castigo? Ora, caro anônimo, pense um pouco antes de acusar os outros…

Sobre o capitalismo, nós afirmamos o que a Igreja ensina: o capitalismo é mal em seus abusos, enquanto o socialismo é intrinsicamente ruim (Papa Leão XIII).

Se estívessemos em um sistema comunista, você não teria a liberdade de acessar a internet para expressar suas opiniões. Não teria a liberdade, muito provavelmente, de escolher o curso de “economia, política ou sociologia” (a não ser que fosse membro do “partido” único), etc.

Sobre a “história para bebê dormir” (provável alusão à entrevista de Armando Valladares sobre seus 22 anos preso em Cuba), apenas lembro que, enquanto os líderes socialistas – e você – dormiam em suas confortáveis camas e podiam ouvir estórias, o jovem Armando Valladares era torturado.

Concordo com você que devemos buscar uma sociedade mais justa, mas nunca será através do socialismo, responsável pela morte de mais de 100.000.000 (cem milhões) de pessoas neste século e que você, misteriosamente, não acusa de injustiça.

In Jesu et Maria,
Frederico Viotti
Frente Universitária Lepanto

Tréplica recebida em 7/5/99

Caro católico!

Na ultima cartinha q enviei sobre os comentários realmente esqueci de assinar, meu nome é Alex, e achei muito engraçado sua defesa, até ingênua se vc me premite dizer, vc alega que meus argumentos não trouxeram nehuma defesa à Cuba(????) talvez tenha que te indicar alguns livros e depoimentos sobre o sistema Cubana, logo farei se é que vc vai ler, afinal vc me parece ser tão estudioso, parece ser daqueles que leem apenas um lado da história, vc me disse ter estudado o marxismo, me desculpe mas não estudou muito bem, deve ter estudo autores reformistas que mais fizeram uma salada reacionária e hipócrita do que desvelar e continuar o pensamento de Max.

Cuidado ao alegar conhecimento nessa coisas viu, me pareceu esnobismo de sua parte. Vc me dizer que o socialismo matou mais de 100 milhoes de pessoas, puxa se o censo descobre isso eles te contratam na hora rapaz, o que me diz de 500 anos de subjugação, de mortes dos indígenas quew eram cerca de 08 milhões aqui no brasil e agora não passam de alguns milhares, nações extintas pela fúria do poder, da igreja com sua palavra divina, o que me diz disso? E aqui na américa Central, do Sul e do Norte, a Africa, Asia, contabilize quantas mortes por causa da exploração Feudal, mercantil e capitalista, e tudo com o apoio da Igreja Católica Apostólica Romana, com Consentimento do “Santo Padre” que dizia que negros não tinham Alma e que nasceram para ser escravos por que Deus quis (Hipócritas!!). Fiquei admirado com a sua tentaviva de distorcer os itens Caridade, e de dizer que humilde é aquele que reconhece que existem gente maior que nós, puxa que espitito caridosso e humilde vc tem, para com isso, coisa hipócrita essa sua ideologia, ,me parece as Cruzadfas que para saquear, matar e humilhar outros povos diziam que (Pasmem!!) levavam a salvação, a palvra de Cristo para os pagAos. Cristo falou amar ao próxima como a si mesmo, parece que vc não entendeu bem o que ele quis dizer, ao mesmo fez de conta que não entendeu, que tal ler a Bíblia com outros olhos …

Quanto ao seu argumento sobre o Capitalismo, e que a igreja disse ser apenas um abuso, realmente além de abuso é falho e explora a miséria que cria, aliena o homem, coloca valores distorcidos como verdade única, é a exploração do homem sobre o homem, e que vai contra todo o ensinamento de Jesus Cristo(vc sabia disso??). Me parece que vc é formado em Direito, e eu digo e daí grandes coisa, tenho vários advogados na minha família que são tão reacionários quanto seu argumento, e todos fazem parte da Maçonaria e de partidos que tem discurso duplo, mentiroso, dizem eles que precisamos transformar nosso sistema em capitalismo humanitário(hahahahahah) essa é minha resposta, uma grande gargalhada, acham que acredito em Papai Noel e que ele visita crianças Ricas e pobres.. Cuidado ao Usar argumento de Cristo para salientar e defender o
capitalismo, parece que vc é daqueles pastores que “roubam dinheiro”dos pobres em nome de um  Deus….

Descuylpe mas não estou acusando ninguém e sim dialogando com vc de uma forma dialética e adulta, mas vc demostrou ser de uma opinião americanizada e burguesa, o que aliás toda igreja é, basta ler a entrevista de Leonard Boff e Frei Betto, e outros que terei o prazer em repassar à vc, mas é para ler sem pedras nas mãos…vc sabia que a Inquisição matou milhões de pessoas por causas que vc hoje defende, vc precisa pensar melhor sobre isso, pois não foi o Comunismo e sim a igreja…. que por sinal é bem pobrinha né? Como vc pode fazer uma coisa dessas de dizer que se fosse o Comunismo nós não teríamos liberdade, e por acaso nós temos liberdade aqui ou nos EUA?

Engana-se católico, nem na igreja se tem liberdade…. Aqui ou em qualquer lugar que o povo reiventica seus direitos a polícia senta o cacetete neles e MATAM muitas vezes, isso está acontecendo em todo o mundo, as pessoas geralmente em sua maioria olham tv, e não vêem tv, pois olhar é um ato biológicoe ver requer um olhar mais crítico e apurado sobre os fatos, pois a tv mostra uma parte de um jogo de xadrez, que o camêra mostra um aparte, e que o editor retira aquilo que convêm e o diretor apenas mostra um segundo de imagem, e o jornalista desvitua para que o circo esteja armado, como alguém pode entender o jogo(xadrez) se vê apenas uma parte do tabuleiro? Entendeu? assim é o SBT, O jornal nacional, fantástico, a revista isto é, veja e outras por ai, mas eu sempre estou lendo, afinal quero saber o que dizem as vozes do saber cultural, economico e político. Engraçado vc dizer, afinal vc é entendido de direito e sociologia política, que os países comunistas não se tem liberdade, realmente não se tem a liberdade de exploraração de mercado, a igreja não tem liberdade de impor seus Dogmas reacionários e retrógrados, e os capitalistas ficam furiosos com isso, pois querem um mundo de Liberdade(para eles)amor e fraternidade(entre eles é claro) ahh antes que me esqueça eu sou formado em Cênicas, e agora vou fazer Mestrado em Sociologia Política, vou enfrentar o pensamento reacionário da Sociologia que habita as universidade, não gosto de ficar jogando títulos na cara dos outros, pois acredito que todos temos conhecimentos e sabedorias, seja um letrado ou analfabeto.

Quanto ao poeta, tadinho ele deve ter feito alguma coisa para ele dizer(se é que verdade, não descato essa possibilidade) que foi torturado, conheço algumas pessoa que foram torturadas ano passado aqui no Brasil pela PM, sabia? devemos ser contra este tipo de coisa, se Fidel realmente fez ele errou, e quem não erra? mas isso não sustifica o endeusamento do Capitalismo e a condenação do Socialismo, pois se for assim condenemos o Catolicismo(minha antiga religião)… Conheci vc apenas pelos teus argumentos e sei agora o pq de tuda essa história contra o Socialismo… Quem sabe logo te enviarei alguns nomes de livros de filosofos, historiadores e Advogados para vc ter um pouco mais de abrangência neesse assunto, não fique com raiva de mim, afinal temos que amar ao próximo com a ‘si mesmo, não é? Educadamente
Alex

P.s tinha mais argumentos bem documentados , mas para isso teria que ter mais tempo, mas enviarei na próxima vez que tiver oportunidade.

* Resposta

Respondido em 7/5/99

Seu e-mail, mais uma vez, não trouxe argumentos, mas apenas “slogans” superficiais. Todos eles, aliás, carregados de agressividade.

Pelo que pude perceber, você parece ser um sujeito que gosta de pensar, apenas não costuma refletir sobre argumentos contrários aos seus.

Veja bem, você me acusa de ter jogado “títulos” meus, entretanto, foi você quem nos chamou, indiretamente, de ignorantes ao afirmar que deveríamos estudar mais a “economia, política e sociologia”.

De fato, eu havia percebido que seu conhecimento sobre essas matérias era superficial, assim como sobre o comunismo.

Você, por acaso, já leu o Capital, de Karl Marx? Já leu a defesa que ele faz da “Ditadura do Proletariado” e da “Revolução” como método de “tomada de poder”? Acho que você não conhece Marx…

Também pergunto onde você leu nossa defesa do capitalismo? Por acaso, ao condenar o comunismo (que é intrinsicamente ruim), nós estamos dizendo que tudo no capitalismo (que é ruim apenas em seus abusos) é perfeito? Acho que sua conclusão está sendo um pouco precipitada.

É verdade que nós não somos contra o capitalismo, mesmo porque ele é baseado na “lei natural”, ou seja, no direito de propriedade, da livre iniciativa, etc.

O sistema comunista, caso você não tenha tido oportunidade de estudar com maior imparcialidade, não permite o estudo de temas políticos, econômicos ou sociais diversos da sua ideologia. E note que você, no Brasil, tem plena liberdade de estudar a matéria que desejar.

Sobre o número de mortos pelo regime “libertador” comunista, não há o que contestar, pois mesmos os comunistas reconhecem o total de cem milhões. Basta ver o que foi feito na China com a Reforma Agrária… Ou será que essa parte da história você não quis estudar?

Se meu e-mail pareceu ingênuo, foi porque não quis ser agressivo com um rapaz que deve ter, no máximo, 25 anos. Como você disse, o seu curso é “Artes Cênicas” e não “sociologia, política ou economia” que, pressuponho, você deve ter estudado mais por razões ideológicas do que por interesse em conhecer esses temas.

Já tive oportunidade de cursar, na UnB (em Brasília), a matéria OBAC, Oficina Básica de Artes Cênicas”. É um curso interessante.

Mas, voltando ao assunto de Cuba, lembro que um terço da população cubana é obrigada a viver em outros países. Você sabe porque? Por que Fidel Castro, seu modelo, não permite o direito de “ir e vir” em sua ilha. Aliás, “ilha” é o nome de um livro bem mentiroso sobre Cuba, que eu já tive o desprazer de ler! Esse livro, por exemplo, fala muito bem dos “paramédicos” que atuam nos quarterões e ajudam a melhorar o sistema de saúde. Apenas esquece de mencionar que esses enfermeiros são funcionários do partido único, encarregados de fiscalizar os “escravos” do regime, que só tem acesso à saúde se forem autorizados por esses paramédicos. E assim por diante!

Você me disse que foi à Cuba. Pergunto se você já conversou com um cubano que fugiu de Cuba? Talvez ele lhe conte algo do que você não pode ver em sua visita. Isso se você foi mesmo até lá, pois várias vezes eu já peguei defensores de Cuba que inventavam visitas inexistentes e relatavam maravilhas ilusórias.

Lembra como era o discurso dos que voltavam da Rússia antes de 1989? Todos eles voltavam contando a maravilha do Regime comunista. Quando caiu o muro de Berlim e desmoronou a “maravilha” socialista, todo o orbi pode conhecer o “modelo” da esquerda!

É estranho, se a ilha de Fidel é tão boa, porque ele não permite que os seus habitantes saiam da ilha? Será que ele tem medo de ficar só? Por que ele não permite eleições? Ele não conta com a simpatia do povo cubano?

Você afirmou que a Igreja foi a responsável pelo extermínio dos povos indígenas e dizia que os negros não teriam alma. Pode me mostrar qualquer documento a respeito? Primeiramente, nunca a Igreja afirmou que os negros ou os indígenas não tinham alma, muito pelo contrário, existem diversos documentos reafirmando os direitos que tanto uma raça como a outra tinham. Ademais, a única época histórica onde não havia escravidão foi na Idade Média.

Sobre o feudalismo, acho que você não leu Marx, pois esse Sr. foi forçado a reconhecer que a melhor época para o “operariado” (ou para a classe “explorada”, em sua linguagem, pois não existia o “operariado”) foi durante o feudalismo.

Quais foram as nações extintas pela fúria da Igreja? Podia me citar uma? Todas elas, ao contrário, nasceram com a conversão dos seus povos ao catolicismo, tendo, como primeira, a França. Parece que você faz uma confusão entre teocentrismo (Idade Média) e teocracismo (como exemplo: os muçulmanos).

O seu problema, Alex, é que você perdeu a Fé e abandonou a Igreja. Agora, tenta justificar sua posição igualitária através da “humildade”. Ora, não há humildade em uma sociedade igualitária, pois a humildade pressupõe aceitar as desigualdades. Caridade, Alex, é traduzida por “amor de Deus”, que se opõe a “amor de si”, problema último dos igualitários.

Sabe qual foi o pecado de Lúcifer. Diz a Bíblia, que você quer usar como argumento a seu favor, que Lúcifer desejou ser igual a Deus. Ele bradou: “Não Servirei”. Deve ter pensado em termos de exploração…

Adão e Eva, por sua vez, também pecaram pelo mesmo problema, a igualdade: “Se comeres desse fruto, sereis igual a Deus”.

Não estou te acusando, mas estou levantando os argumentos sobre a igualdade. Mostre-me onde Nosso Senhor Jesus Cristo defendeu uma sociedade igualitária? Onde Ele pediu a abolição da propriedade, da família? Vamos, dê seus argumentos e refute os meus. Você joga idéias e não fundamenta!

É claro, como eu já lhe disse, existem direitos naturais em todos os seres humanos e que tanto o capitalismo como o feudalismo ou outro sistema econômico devem observar. O que não significa legitimar um sistema intrisicamente perverso e anti-natural como o comunismo igualitário.

Sobre não existir uma verdade, me responda essa: Os seus argumentos, em defesa do socialismo, são verdadeiros ou falsos? Ora, Alex, é claro que a verdade existe. Se não existisse, ninguém precisaria aprender nada! O comunismo  – e seu filho, a Pós-modernidade – é que faz o sofisma do “relativismo”.

As Cruzadas não foram feitas para levar “a palavra de Cristo aos pagãos”, como você afirmou. As Cruzadas foram feitas para “libertar o Santo Sepúlcro” e para garantir a sobrevivência dos cristãos, que estavam sendo mortos pelos muçulmanos.

Se você quer ficar contra, pelo menos estude o assunto antes de escrever suas críticas. Se assim não o fizer, seus argumentos ficam em descrédito!

Nosso Senhor mandou que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou, é verdade, mas proibiu que amássemos o pecado! Amar ao próximo não significa cumplicidade com o erro, como se deduz de suas palavras. Aliás, você só “ama o próximo” quando ele é contrário à Igreja, pelo que pude perceber.

Afinal, qual é a sua interpretação de “amar ao próximo”? Seria desejar uma sociedade igualitária? Acho que foi você quem não procurou entender as palavras de Nosso Senhor. Mais do que isso, recusou a Igreja que é a “Mestra da Verdade” e fez uma interpretação pessoal do texto. Provavelmente, você deve ter estudado muito bem o grego, o aramaico, o latim, as tradições da época, etc, para poder interpretar tão bem a Sagrada Escritura e condenar a interpretação católica.

Por um lado, você não aceita a Igreja, que interpreta a Bíblia, mas, por outro, impõe a sua interpretação para que os católicos aceitem… Bem próprio da ideologia do “partido único” que você defende!

Cuidado com sua crítica sobre a riqueza da Igreja, pois lembra a crítica de Judas, ao ver Santa Maria Madalena derramar perfumes caríssimos sobre Nosso Senhor. Ele ficou indignado, pois “por que não vendê-lo e dar aos pobres”? Apenas lembro que Cristo, Nosso Senhor, o repreendeu por sua crítica.

Antigamente, em todas as cidades, a Igreja ficava no centro da praça principal. Hoje, é o banco! Para Deus, todos devem dar o melhor.

Você, Alex, disse que buscou ter um diálogo aberto conosco, apesar de não me parecer que suas palavras tenham sido educadas e de alguem disposto a ouvir a outra parte. Desde o começo o tom de seu e-mail não foi de debater idéias, mas de atacar e de querer vencer, por meio de “slogans”, os nossos argumentos. Muito bem, então responda as perguntas que eu já coloquei em meu e-mail e que desmascaram os seus slogans:

1) Documentos da Igreja dizendo que os negros ou os índios não tinham alma.

2) Nações exterminadas pela Igreja, quantas e quais?

3) Algum pronunciamento da Igreja favorável à exploração do homem pelo homem ou dizendo que o capitalismo é perfeito?

4) Por que Fidel Castro não deixa os habitantes de sua ilha fugirem de lá?

5) Em qual país comunista existe a liberdade de escrever ou estudar matérias contrárias ao Regime comunista?

6) Qualquer frase de Nosso Senhor dizendo que deve existir uma sociedade igualitária entre os homens, sem propriedade ou família,

Se não me esqueci, esses foram os principais “slogans” que você utilizou, responda-os de maneira “adulta”, como você disse.

Atenciosamente,
Frederico Viotti
Frente Universitária Lepanto

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6 COMENTÁRIOS

  1. OLÁ, LENDO O DEBATE ACIMA, FIQUEI CURIOSA E INTERESSADA SOBRE “OS 7 LIVROS QUE ELES TIRARAM DA SUA BÍBLIA ” “…JESUS E OS APÓSTOLOS EM GERAM FAZEM REFERENCIAS DELES”. PODERIA ME DAR INFORMAÇÕES?
    Obrigada

  2. ISSO AQUI É UM POUCO DA HISTÓRIA DA IGREJA QUE SÓ CRESCE QUEM ESTUDA A PATRÍSTICA ABANDONA AS CEITAS E VEM PRA ÚNICA IGREJA FUNDADA POR JESUS CRISTO CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA VEJA UM POUCO DA OBRA DE UM GRANDE ESCRITOR PADRE DA IGREJA DE NOME ATENÁGORAS DE ANTENAS NASCIDO NO ANO 133 DA ERA CRISTÃ

    Petição em favor dos cristãos

    Estrutura da petição

    A Petição está, portanto, assim estruturada: caps. 1- 3 constituem uma introdução contendo a dedicatória e o objetivo da obra. No capo 4, o autor passa a refutar as acusações. A primeira é a de ateísmo. Atenágoras emprega 26 dos 37 capítulos da Petição para refutar esta acusação. Em síntese, ele diz: os cristãos não são ateus, mas adoram o Deus único, criador do universo. O Deus dos cristãos é único, mas, também, trino. No cap., 10, demons- trando racionalmente a unicidade de Deus, busca esclarecer o novo conceito de Deus uno-trino: “O Filho de Deus que é mente (nous)… conjugado com o Logos”.”O Espírito Santo flui de Deus… “. OS cristãos não oferecem sacrifícios sangrentos não porque são ateus, mas porque o Deus verdadeiro só aprecia sacrifícios espirituais. Se eles se recusam a cultuar os deuses, é porque os julgam indignos de qualquer espécie de culto. Com moderação, mas com firmeza, Atenágoras diz que estes deuses são simples criaturas e os milagres que lhes são atribuídos são obras do demônio. Os cristãos, ao contrário dos ateus, praticam um culto mais puro, mais elevado e perfeito que os pagãos (caps. 4-30).

    Nos caps. 31-34, o autor se empenha em demonstrar que os cristãos não cometem nenhuma imoralidade, nenhum ato incestuoso como se propaga. Ao contrário, interditam até mesmo os pensamentos maliciosos, por temor do castigo divino: “Nós, porém, estamos tão longe de ver isso com indiferença que não nos é lícito sequer olhar com intenção de desejo. (…) Como não acreditar que são castos os que nada podem olhar além daquilo para o qual Deus formou os olhos, isto é, para que fossem nossa luz, aqueles que consideram adultério o olhar com prazer, pois os olhos foram criados para outra finalidade, e os que serão julgados até pelos seus pensamentos?” (cap. 32). Os cristãos guardam, portanto, a castidade matrimonial e estão convencidos da indissolubilidade do matrimônio. Nem mesmo a morte pode dissolver este vínculo, por isso as segundas núpcias, mesmo em caso de viuvez, são consideradas “adultério decente” ou “adultério dissimulado” (cap. 33).

    Finalmente, nos caps. 35-36, Atenágoras defende os cristãos contra a acusação de antropofagia. Ao contrário, os cristãos respeitam extremamente a vida humana; fogem dos jogos do circo; condenam o aborto por julgarem- no homicídio, pois o feto é já ser vivo e objeto dos cuidados de Deus. Além do mais, a fé na ressurreição é força que os impede de cometer estes excessos. F. Cayré sintetiza assim esta Apologia: “A apologia de atenágoras é uma das mais belas, por sua alta qualidade literária, pela lealdade na discussão e pela ciência de seu autor. A composição é remarcavelmente clara e metódica, a frase, sempre completa, muito rica em idéias, o raciocínio firme e vigoroso, o estilo preciso e sóbrio, por vezes conciso até à secura. Todo o conjunto deste escrito revela verdadeiro filósofo e mestre que discute segundo as regras. Atenágoras foi principalmente dialético, como Taciano polemista e como Justino, apóstolo. Além disso, tem mais de um ponto de semelhança com Justino, em particular na maneira benevolente com que trata a filosofia e os filósofos, e no comum esforço para aliar a filosofia e a religião” (Patroiogie. Histoire de ia Théoiogie I, Paris, 1947, p. 127.. )

    A Obra

    Por Atenágoras de Atenas (Séc. II)

    Tradução: Ivo Storniolo, Euclides M. Balancin

    INTRODUÇÃO E DEDICATÓRIA

    Aos imperadores Marco Aurélio Antonino e Lúcio Aurélio Cômodo, armênicos, somáticos e, o que é o máximo título, filósofos.

    1. Em vosso império, ó grandes entre os reis, certas pessoas usam alguns costumes e leis, e outras seguem outros, e a ninguém é proibido, nem por lei nem por medo de castigo, amar suas tradições pátrias, por mais ridículas que sejam. Desse modo, o troiano chama deus a Heitor e adora Helena, crendo que ela é Adrastéia; o lacedemônio cultua Agamenon como se fosse Zeus, Filonoe, filha de o Tindáreo, como se fosse Enódia; o ateniense sacrifica a Ereteu Posêidon, e os atenienses celebram iniciações e mistérios a Agraulo e Pandroso, iniciações que foram consideradas sacrílegas por terem aberto a caixa. Numa palavra, os homens, conforme as nações e os povos, oferecem os sacrifícios e celebram os mistérios à vontade. Quanto aos egípcios, têm como deuses os gatos, crocodilos, serpentes, víboras e cães. Vós e vossas leis tolerais tudo isso, pois considerais ímpio e sacrílego não crer de modo algum em Deus. É necessário que cada um tenha os deuses que quiser a fim de que, por temor à divindade, se abstenha de cometer impiedades. A nós, porém, embora não vos ofendais, como o vulgo, já ficamos sendo odiados, só em ouvir o nome visto que não são os homens que merecem o ódio, mas a injustiça, que merece pena e castigo. Daí que admirando a vossa suavidade e mansidão, o vosso amor à paz e a toda humanidade, as pessoas particulares são regidas por leis iguais, e as cidades, segundo a sua dignidade, participam também de igual honra, e a terra inteira goza, graças à vossa inteligência, de profunda paz. Quanto a nós, que somos chamados cristãos, não tendo providência por nós, permitis que, sem cometer nenhuma injustiça, mas pelo contrário, como a continuação do nosso discurso demonstrará, comportando-nos de modo mais piedoso e justo do que ninguém, não só diante da divindade, mas também em relação ao vosso império, permitis que sejamos acusados, maltratados e perseguidos, sem outro motivo para que o vulgo nos combata, a não ser apenas o nosso nome. Todavia, nós nos atrevemos a vos manifestar a nossa vida e doutrina, e com o nosso discurso compreendereis que sofremos sem causa e contra toda lei e razão, e vos suplicamos que também a nós deis alguma atenção, para que cesse, finalmente, a degolação a que nos submetem os caluniadores. Com efeito, não é perda de dinheiro que nos vem de nossos perseguidores, não é desonra no desfrutar de nossos direitos de cidadania, não é o prejuízo em alguma das outras coisas menores. Nós desprezamos tudo isso, por mais importante que pareça ao vulgo. Nós aprendemos não só a não ferir aquele que nos fere, mas também a não perseguir na justiça aqueles que nos roubam e saqueiam; mais ainda, àquele que nos dá uma bofetada numa face, devemos oferecer-lhe a outra, e a quem nos tira a túnica, devemos dar-lhe também o manto. Já que renunciamos às riquezas, o que eles atentam é contra os nossos corpos e as nossas almas, espalhando incontáveis acusações, que nem por suspeita tocam a nós; tocam sim aos que as propagam e aos de sua laia.

    2. Se alguém é capaz de nos convencer de termos cometido uma injustiça, pequena ou grande, não fugiremos do castigo, mas pedimos antes que se nos inflija o que for mais áspero e cruel. Mas se a nossa acusação é tão somente o nome – e pelo menos até hoje o que propalam sobre nós é apenas vulgar e estúpido rumor das gentes, e não foi provado que algum cristão tenha cometido um crime – a vossa questão é, como imperadores máximos, humaníssimos e amicíssimos do saber, rejeitar por lei a calúnia feita contra nós, a fim de que, assim como toda a terra, pessoas particulares e cidades gozam de vosso benefício, também nós vos possamos agradecer, glorifi­cando-vos por termos deixado de ser caluniados. Com efeito, a vossa justiça não diz que, quando se acusa a outros, não se pode condená-los antes de tê-los interroga­ do? Quanto a nós, porém, vale mais o nome do que as provas do julgamento, pois os juízes não buscam averi­guar se o acusado cometeu algum crime, mas tratam-no com insolência por causa do nome, como se fosse crime. Entretanto, em si e por si, um nome não pode ser conside­rado bom ou mau, e sim que pareça bom ou mau conforme sejam boas ou más as ações que ele supõe. Sabeis disso melhor do que ninguém, pois sois formados na filosofia e em toda a cultura. Por isso, mesmo os que são julgados diante de vós, embora sejam acusados dos maiores crimes, estão confiantes e, sabendo que examinais sua vida e não atacais os seus nomes, se são vazios, nem atendeis às acusações, se são falsas, recebem com o mesmo espírito tanto a sentença de absolvição como a de condenação.

    Também nós reclamamos o direito comum, isto é, que não sejamos odiados e castigados por termos o nome de cris­ tãos. Definitivamente, o que o nome tem a ver com a maldade? Reclamamos que cada um seja julgado por aquilo de que foi acusado, e nos absolvam, se desfizermos as acusações, ou nos castiguem se somos réus de maldade. Que não sejamos julgados pelo nome, mas pelo crime, pois nenhum cristão é mau, a não ser que professe fingidamente o cristianismo. Assim vemos que se procede com os filósofos. Nenhum deles, antes do julgamento, pelo simples fato de sua ciência ou profissão, é considerado pelo juíz como bom ou mau; pelo contrário, se é julgado injusto, é castigado, sem que por isso se faça qualquer acusação à filosofia, pois o mau é aquele que não a professa como é de lei; mas a ciência não tem culpa; e se ele se defende das acusações, então é absolvido. Proceda-se de modo igual conosco. Examine-se a vida dos que são acusados e deixese o nome livre de qualquer acusação.

    Parece-me necessário, ó máximos imperadores, rogar-vos que, ao começar a defesa da nossa doutrina, vos mostreis ouvintes equânimes e não vos deixeis levar por algum preconceito, arrastados pelos rumores vulgares e irracionais, mas que também apliqueis à nossa doutrina o vosso amor ao saber e à verdade. Desse modo não pecareis por ignorância, e nós, livres das estúpidas intrigas do vulgo, deixaremos de ser combatidos.

    3. São três as acusações que se propagam contra nós: o ateísmo, os convites de Tiestes, e as uniões edípicas. Se isso é verdade, não perdoeis a classe alguma. Castigai esses crimes, matai-nos pela raiz com nossas mulheres e filhos, se é que existe entre os homens alguém que viva como ós animais. Até os animais não atacam os de sua espécie, unem-se entre si por lei de natureza, e apenas no tempo da procriação, e não por dissolução e, finalmente, conhecem quem lhes faz benefício. Se alguém, portanto, é mais feroz do que as próprias feras, que castigo corresponderá a tantos crimes? Mas se isso é pura intriga e calúnias vazias, é de razão natural que a maldade se oponha à virtude e de lei divina que os contrários lutem entre si, e vós sois testemunhas de que nós não cometemos nenhum desses crimes, mandando que não confessássemos, a vós cabe agora fazer uma investigação sobre a nossa vida e doutrinas, sobre a nossa lealdade e obediência à vossa casa e império e, por fim, conceder-nos o mesmo que àqueles que nos perseguem. Nós os venceremos, pois estamos dispostos a dar intrepidamente até as nossas vidas pela verdade.

    I PARTE: REFUTAÇÃO DAS ACUSAÇÕES DE ATEÍSMO E AFIRMAÇÃO DO MONOTEÍSMO

    4. Refutarei agora cada uma das acusações. Que não sejamos ateus, temo até chegar ao ridículo deter-me para contestar àqueles que dizem tal coisa. Diágoras sim, era com razão reprovado pelos atenienses por causa do seu ateísmo. Com efeito, ele não só expunha publicamente a doutrina órfica e divulgava os mistérios de Elêusis e os dos Cabiros, e quebrava a estátua de Herácles para com os pedaços cozer os seus nabos, mas também diretamente afirmava que Deus não existe em absoluto. Nós, porém, distinguimos Deus da matéria e demonstramos que uma coisa é Deus e outra a matéria, e que a diferença entre um e outro é imensa, pois a divindade é incriada e eterna, contemplável apenas pela inteligência e pela razão, mas a matéria é criada e corruptível. Não é irracional chamar-nos de ateus? Com efeito, se pensássemos como Diágoras, tendo tantos argumentos para a crença em Deus – a ordem, a harmonia universal, a grandeza, a cor, a figura, a disposição do mundo -, então sim teríamos com razão a fama de ím-pios e haveria motivo para sermos perseguidos. Mas a nossa doutrina admite um só Deus, criador de todo este mundo, e ele não foi criado – pois não se cria o que existe, mas o que não existe -, e sim ele é criador de todas as coisas por meio do Verbo que dele procede. Portanto, sofremos ambas as coisas sem motivo, a má fama e a perseguição.

    5. A ninguém pareceu que os poetas e filósofos eram ateus, porque especularam sobre Deus. Assim Eurípides, duvidando completamente sobre aqueles que a preocupação comum chama falsamente de deuses, disse: “Se é que Zeus está no céu, não deveria torná-lo desgraçado”. Mas, dando a sua opinião sobre aquele que é cognoscível por ciência, diz: “Vês na altura este éter imenso e que mantém a terra ao redor em seus braços úmidos? Crê que este é Zeus; tem a este como Deus”.

    Com efeito, não via daqueles nem as essências que subsistiriam sob o nome que se lhes atribui – “Porque Zeus, seja Zeus quem for, dele sei apenas o nome” – nem que os nomes fossem atribuídos a coisas subsistentes. Ora, onde não há essências subsistentes, que valor têm os nomes? Este, porém, era visto pelas obras, entendendo que o aparente é manifestação do oculto. Assim, portanto, aquele cujas obras via e cujo espírito segura as rédeas de tudo, esse ele compreendeu como Deus. E com ele concorda Sófocles: “Um, em verdade, um só é Deus, que fabricou o céu e a vasta terra”. Com isso ele ensina sobre a natureza de Deus, que enche o universo com a sua beleza, e não só onde deve estar Deus, mas também que deve ser necessariamente uno.

    6. Também Filolao, ao afirmar que Deus fechou tudo como em uma prisão, demonstra que Deus é uno e que está acima da matéria. Quanto a Lisis e Opsimo, um defende a Deus como o número inefável, o outro como a diferença entre o número máximo e seu contíguo. Ora, conforme os pitagóricos, o número máximo é o dez, pois é tetractys ou quaternário e compreende todas as proporções aritméticas e harmônicas, e o contíguo a este é o nove. Portanto, Deus é a mônada, isto é, uno, pois supera por um o maior em relação ao seu contíguo inferior.

    Platão e Aristóteles – aviso, antes de tudo, que não tenho a intenção de expor com absoluto rigor as doutrinas dos filósofos, ao citar o que disseram a respeito de Deus; com efeito, sei o quanto superais a todos por vossa inteli gência e o poder de vosso império, também sais versados em cada uma das partes da ciência, como não o são nem os que se reservaram uma só delas; todavia, como, sem citar nomes, era impossível demonstrar que não somos apenas nós que encerramos Deus na mônada, recorri aos florilégios ou coleções de sentenças. Platão, portanto, diz o seguinte: “Ao Criador e Pai de todo o universo não só é difícil encontrá-lo, mas, uma vez encontrado, é difícil manifestá-lo a todos”, dando a entender que o Deus incriado e eterno é um. É certo que ele conhece outros, como o sol, a lua e as estrelas, mas conhece-os como seres criados: deuses de deuses, de que eu sou o artífice, e pai de obras que, se eu não quiser, não são desatáveis, pois tudo o que é atado é desatável”. Portanto, se Platão não é ateu, por entender que o artífice do universo é um só Deus incriado, muito menos o somos nós, por saber e afirmar o Deus, por cujo Verbo tudo foi fabricado e por cujo Espírito tudo é mantido. Aristóteles e sua escola, que introduzem um só Deus como uma espécie de animal composto, dizem que Deus é composto de alma e corpo e consideram como seu corpo o éter, as estrelas errantes e a esfera das estrelas fixas, tudo movido circularmente; e consideram a alma como a inteligência que dirige o movimento do corpo, sem que ela própria se mova, sendo ela, em troca, a causa do movimento. Quanto aos estóicos, embora nos nomes multipliquem o divino nas denominações que lhe dão, conforme as mudanças da matéria, na realidade conside ram Deus como uno. Com efeito, se Deus é o fogo artificio so, que marcha por um caminho para a geração do mundo e compreende em si todas as razões seminais, segundo as quais tudo se produz conforme o destino, e se o espírito de Deus penetra o mundo inteiro, Deus é uno, segundo eles; e chama-se Zeus, se olha o fervor da matéria; ou Hera, se o ar; e daí por diante, conforme cada parte de matéria, por onde penetra abrir para o §

    7. De qualquer forma, tratando dos princípios do universo, todos geralmente, até contra a sua vontade, estão de acordo em que o divino é uno, e nós afirmamos que quem ordenou todo o universo, esse é Deus. Portanto, qual é o motivo pelo qual se permite que uns possam dizer e escrever livremente sobre Deus, conforme queiram, e, por outro lado, haja uma lei estabelecida contra nós, justamente nós, que podemos estabelecer por sinais e razões de verdade o que entendemos e retamente cremos, isto é, que Deus é uno? Com efeito, os poetas e filósofos, aqui como em outros lugares, procederam por conjecturas, movidos conforme a simpatia do sopro de Deus, cada um por sua própria alma, a buscar se era possível encontrar e compreender a verdade. E só conseguiram entender, mas não encontrar o ser, pois não se dignaram aprender de Deus sobre Deus, mas cada um de si mesmo. Então, cada um dogmatizou a seu modo, não só a respeito de Deus, mas sobre a matéria, as formas e o mundo. Nós, porém, sobre o que entendemos e cremos, temos como testemunhas os profetas que, movidos pelo Espírito divino, falaram sobre Deus e as coisas de Deus. Ora, vós mesmos, que por vossa inteligência e vossa pie-dade em relação ao verdadeiramente divino ultrapassais a todos, direis que é irracional aderir a opiniões humanas, abandonando a fé no Espírito de Deus, que moveu, como seus instrumentos, as bocas dos profetas.

    Demonstração racional do monoteísmo

    8. Que o Deus Criador de todo este universo seja um só desde o princípio, considerai-o do seguinte modo, a fim de que tenhais também o arrazoado da nossa fé: Se, desde o princípio, tivesse havido dois ou mais deuses, certamente os dois teriam tido que estar em um só e mesmo lugar ou cada um, à parte, em seu lugar. Ora, é impossível que estivessem em um só e mesmo lugar, porque, sendo deuses, não seriam iguais, mas, como incriados, seriam desiguais. De fato, o criado é semelhante a seus modelos, mas o incriado não é semelhante a nada, pois não foi feito por ninguém, nem para ninguém. Se Deus é um só, como a mão, o olho e o pé são partes completivas de um só corpo, visto que delas se completa um só; Sócrates, sim, enquanto criado e corruptível, é composto e dividido em partes. Deus, porém, é incriado, impassível e indivisível. Portanto, não é composto de partes. Contudo, se cada um deles ocupa seu próprio lugar, sendo aquele que criou o mundo mais alto que todas as coisas e estando acima do que ele fez e ordenou, onde estará o outro ou os outros? Com efeito, se o mundo, que tem forma esférica perfeita, é limitado pelos círculos do céu, o Criador desse mesmo mundo está acima de tudo o que foi criado, conservando tudo com a sua providência, que lugar resta para o outro ou outros deuses? Porque não está no mundo, já que pertence a outro; nem em torno do mundo, pois o Deus Criador do mundo está acima deste. E se não está no mundo, nem em torno do mundo (porque tudo o que rodeia este é mantido pelo Criador), onde está? Acima do mundo e de Deus, em outro mundo e em torno a outro mundo? Mas se está noutro e em torno de outro, já não está em torno de nós (pois não tem poder sobre este mundo), nem é grande em si mesmo, pois está em lugar limitado. E se não está em outro mundo, porque tudo é repleto pelo criador do mundo, nem em torno a outro, porque tudo é mantido por este, então, definitivamente, não existe, pois não existe lugar onde esteja. O que é que faz, tendo outro de quem é o mundo e estando ele acima do Criador do mundo, mas não estando nem no mundo, nem ao redor do mundo? Existe, porém, um ponto de apoio em que se apóie aquele que foi feito contra aquele que é? Acima dele, porém, está Deus e as obras de Deus. E qual será o lugar, visto que o Criador preenche o que está acima do mundo? Têm providência? Não! Não tem providência também, porque não fez nada. Por fim, se nada faz, não tem providência, nem outro lugar onde esteja, existe, desde o princípio, um único e só: o Deus Criador do mundo.

    9. Se nos contentássemos com esses argumentos de razão, poder-se-ia pensar que a nossa doutrina é humana. Entretanto, nossos arrazoados são confirmados pelas palavras dos profetas. Penso que vós, que sois amicíssimos do saber e instruidíssimos, não desconheceis os escritos de Moisés, nem de Isaías, Jeremias e outros profetas que, saindo de seus próprios pensamentos, por moção do Espírito divino, falaram o que neles se realizava, pois o Espírito se servia deles como flautista que sopra a flauta. Que dizem os profetas? “O Senhor é nosso Deus; não será contado nenhum outro com ele”. E ainda: “Eu sou Deus antes e depois, além de mim não há Deus.” Igualmente: “Antes de mim não existiu outro Deus, e depois de mim não existirá. Eu sou Deus e não outro além de mim.” E a respeito de sua grandeza: “O céu é o meu trono e a terra é o escabelo de meus pés. Que casa me edificarás, ou qual é o lugar do meu descanso?” Deixo para vós, inclinados sobre os livros deles, examinar mais suas profecias, a fim de que, através de um raciocínio conveniente, recuseis a calúnia contra nós.

    Afirmação da fé monoteísta e trinitária

    10. Desse modo, fica suficientemente demonstrado que não somos ateus, pois admitimos um só Deus, incriado, eterno, e invisível, impassível, incompreensível e imenso, compreensível à razão só pela inteligência, rodeado de luz, beleza, espírito e poder inenarrável, pelo qual tudo foi feito através do Verbo que dele vem, e pelo qual tudo foi ordenado e se conserva. De fato, dele vem, e pelo qual tudo foi ordenado e se conserva. De fato, reconhecemos também um Filho de Deus. E que ninguém considere ridículo que, para mim, Deus tenha um Filho. Com efeito, nós não pensamos sobre Deus, e também Pai, e sobre seu Filho como fantasiam vossos poetas, mostrando-nos deuses que não são em nada melhores do que os homens, mas que o Filho de Deus é o Verbo do Pai em idéia e operação, pois conforme a ele e por seu intermédio tudo foi feito, sendo o Pai e o Filho um só. Estando o Filho no Pai e o Pai no Filho por unidade e poder do espírito, o Filho de Deus é inteligência e Verbo do Pai. Se, por causa da eminência de vossa inteligência, vos ocorre perguntar o que quer dizer “filho”, eu o direi livremente: o Filho é o primeiro broto do Pai, não como feito, pois desde o princípio Deus, que é inteligência eterna, tinha o Verbo em si mesmo; sendo eternamente racional, mas como procedendo de Deus, quando todas as coisas materiais eram natureza informe e terra inerte e estavam misturadas as coisas mais pesadas com as mais leves, para ser sobre elas idéia e operação. E o Espírito profético concorda, com o nosso raciocínio, dizendo: “O Senhor me criou como princípio de seus caminhos para suas obras”. Com efeito, dizemos que o mesmo Espírito Santo, que opera nos que falam profeticamente, é uma emanação de Deus, emanando e voltando como um raio de sol. Portanto, quem não se surpreenderá ao ouvir chamar de ateus indivíduos que admitem um Deus Pai, um Deus Filho e um Espírito Santo, que mostram seu poder na unidade e sua distinção na ordem1 ? E a nossa doutrina teológica não pára aqui, mas dizemos que existe uma multidão de anjos e ministros, aos quais Deus Criador e Artífice do mundo, por meio do Verbo que dele procede, distribuiu e ordenou, para que estivessem em torno dos elementos, dos céus, do mundo, do que há no mundo, e cuidassem de sua boa ordem.

    11. Não vos maravilheis de que eu exponha tão detalhadamente nossa doutrina, pois todo o meu afã de exatidão se orienta a que não vos deixeis arrastar pela opinião vulgar e irracional, mas que tenhais o meio de conhecer a verdade. E assim que, pelos mesmos preceitos aos quais aderimos e que não são humanos, mas ditos por Deus e por Deus ensinados, podemos persuadir-vos de que não somos ateus. Quais são essas doutrinas com as quais nos nutrimos? “Eu vos digo: amai os vossos inimigos, bendizei aqueles que vos amaldiçoam, orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, que faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e chover sobre justos e injustos”. Permiti-me aqui, pois este discurso foi ouvido com grandes aplausos, que prossiga com confiança, como quem pronuncia a sua defesa diante de imperadores filósofos. Com efeito, quem, dentre os que analisam os silogismos, solucionam os equívocos, esclarecem as etimologias, ou que ensinam os homônimos e sinônimos, os categoremas, os axiomas, o que é o sujeito e o que é predicado; quais desses prometem fazer felizes os seus discípulos por essas ou semelhantes doutrinas? Quais desses têm almas tão purificadas que amem os seus inimigos ao invés de odiá-los, e abençoem a quem primeiro os amaldiçoou – coisa naturalíssima -, e roguem contra aqueles que atentam contra a sua própria vida? Ao contrário, eles passam a vida aprofundando com má intenção seus próprios mistérios, estão sempre desejando fazer algum mal, pois professam não uma demonstração de obras, mas uma arte de palavras. Entre nós, porém, é fácil falar a pessoas simples, artesãos e velhinhas que, se não são capazes de manifestar a utilidade da sua religião, a demonstram pela prática. Com efeito, não aprendem discursos de cor, e sim manifestam boas ações: não ferir a quem os fere, não perseguir na justiça a quem os despoja, dar a todo aquele que lhes pede e amar ao próximo como a si mesmos.

    12. Ora, se não acreditássemos que Deus preside ao gênero humano, poderíamos levar uma vida tão pura? Não é possível dizer. Mas como estamos persuadidos de que teremos de dar contas de toda a nossa vida presente a Deus, que fez a nós e ao mundo, escolhemos a vida moderada, caritativa e desprezada, pois pensamos que não podemos sofrer mal tão grande aqui, mesmo quando nos tirem a vida e qual será a recompensa que receberemos lá do grande juiz por uma vida mansa, caritativa e modesta. Platão disse que Minos e Radamante julgariam e castigariam os maus. Nós, porém, dizemos que nem o próprio Minos ou Radamante ou o pai deles escapará do julgamento de Deus. Além disso, homens que consideram essa vida como “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” e fazem da morte um sono profundo e puro esquecimento – “a morte e o sono, irmãos gêmeos” – são considerados piedosos. Nós, porém, homens que consideramos a vida presente de curta duração e de mínima estima, que nos dirigimos pelo único desejo de conhecer o Deus verdadeiro e o Verbo que dele procede – qual é a comunicação do Pai com o Filho, que coisa é o Espírito, qual é a união de tão grandes realidades, qual a distinção dos assim unidos, do Espírito, do Filho e do Pai-;nós que sabemos que a vida que esperamos é superior a tudo quanto a palavra pode expressar, se chegarmos até ela puros de toda iniqüidade; nós que vivemos a nossa caridade até amar não só os nossos amigos, como diz a Escritura: “Se amais os que vos amam e emprestais aos que vos emprestam, que recompensa tereis?”, a nós que somos tais e vivemos tal vida para fugirmos de ser julgados, não somos considerados religiosos?

    Tudo isso são pequenas amostras de grandes coisas, poucas entre muitas, a fim de não vos molestarmos com a prolixidade. Com efeito, os que provam o mel ou o soro, através de uma pequena quantia, examinam se o todo é bom.

    13. Contudo, já que aqueles que nos acusam de ateísmo – vulgo que não sabe sequer em sonho que é Deus, tão ignorantes e alheios que são à contemplação tanto da razão teológica como da física, que medem a religião por lei de sacrifícios – nos reprovam por não termos os mesmos deuses que as cidades, considerai, vos peço, ó imperadores, um e outro ponto do modo que segue, e, antes de tudo, a reprovação por não sacrificar. O Artífice e Pai deste universo não tem necessidade nem de sangue nem de gordura, nem de perfume de flores e incensos, já que ele é o perfume perfeito; nada lhe falta, e de nada necessita. Para ele o máximo sacrifício é que reconheçamos quem estendeu e deu força esférica aos céus e assentou a terra como centro, que reuniu as águas em mares e separou a luz das trevas, quem adornou o éter com astros e fez que a terra produzisse sementes, quem criou os animais e plasmou o homem. Considerando, pois, Deus como artífice que contém tudo e que olha tudo com a ciência e a arte com que dirige tudo, e levantando as nossas mãos puras para ele, que necessidade há de catástrofes?

    “Os homens tratam de dobrá-los com sacrifícios e suaves súplicas, com libação e gordura, suplicando-lhes quando alguém comete transgressão e pecado”. Que falta me fazem os holocaustos de que Deus não necessita? E que falta me faz apresentar oferendas, quando se deve ofere cer-lhe sacrifícios incruentos, que é culto racional?

    14. Sobre o fato de não nos aproximarmos ou termos como deuses os mesmos que as cidades têm, é palavra totalmente idiota; mas nem aqueles que nos acusam de ateísmo por não considerarmos como deuses aqueles aos quais de modo vão se aproximam, concordam entre si a respeito dos deuses. Os atenienses estabelecem como deuses Celeu e Metanira; os lacedemônios estabelecem Menelau, e a ele sacrificam e celebram festas; os troianos, que não podem sequer ouvir seu nome, estabelecem Heitor; os habitantes de Queos estabelecem Aristeu, que identificam com Zeus e Apolo; os tássios estabelecem Teágenes, que cometeu homicídio nos jogos olímpicos; os habitantes de Samos estabelecem Lisandro, depois de tantas mortes e tantos males; os cilícios consideram Medéia e Níobe; os sículos consideram Filipe, filho de Butacides; os amatúsios consideram Onesilau; os cartagineses consideram Amílcar. O dia acabaria se eu tivesse que enumerar toda a multidão. Se eles entre si não estão de acordo sobre seus próprios deuses, por que nos acusam de não coincidir com eles? Quanto aos egípcios, a coisa chega ao ridículo. Em suas grandes reuniões, eles batem no peito nos templos, como pelos mortos, e lhes oferecem sacrifícios como a deuses; e ninguém estranha que introduzam animais como deuses, raspem a cabeça quando morrem, os enterrem nos templos e organizem lutos públicos. Se nós, portanto, por não praticar a religião como eles, somos ímpios, todas as cidades e todas as nações são ímpias, pois não são todos que têm os mesmos deuses.

    15. Aceitemos, porém, que todos admitissem os mesmos deuses. E daí? Se o vulgo, incapaz de distinguir entre matéria e Deus, e de compreender a diferença que existe de uma para outro, recorre aos ídolos feitos de matéria, deveremos também nós adorar as estátuas para agradá-los? Nós, que distinguimos e separamos o incriado do criado, o ser do não-ser, o inteligível do sensível, e que damos nome conveniente a cada uma dessas coisas? Com efeito, se a matéria e Deus são a mesma coisa, e se trata apenas de dois nomes para a mesma realidade, não aceitando como deuses as pedras, a madeira, o ouro e a prata, cometemos uma impiedade; contudo, se existe imensa distância entre um e outro, como do artista para os instrumentos de sua arte, por que nos acusam? Como o oleiro e o barro, o barro é a matéria e o oleiro é o artista, assim Deus é o artífice, e a matéria lhe obedece em vista da arte. Mas como o barro sem a ação do artista não pode por si mesmo converter-se em vasos, também a matéria, capaz de qualquer forma, não teria recebido em distinção nem figura nem ornato sem a ação do Deus artífice. Ora, nós não consideramos o vaso mais digno de honra do que o seu fabricante, nem as taças de ouro mais dignas de honra do que aquele que as fundiu, mas, se vemos nelas alguma habilidade artística, louvamos o artista e é este que colhe o fruto da glória dos vasos. Do mesmo modo, tratando-se de Deus e da matéria, não é esta que recebe a glória e a justa honra pela ordenação do mundo, mas Deus, artífice da matéria. Assim, se considerássemos como deuses as formas da matéria, daríamos prova de não ter o sentido do Deus verdadeiro, equiparando o dissolúvel e corruptível ao eterno.

    16. Certamente o mundo é belo, abarca tudo com a sua grandeza, pela disposição dos astros da ecléptica e os do setentrião, e por sua forma esférica; contudo, não é a ele, mas ao seu artífice que se deve adorar. Com efeito, nem mesmo vossos súditos que recorrem a vós, seus donos e senhores, dos quais podem conseguir o que necessitam, vos deixam de honrar para deter-se na magnificência de vossa moradia; de passagem, eles olham vosso palácio imperial e admiram sua bela feitura; contudo, a glória e a honra eles as tributam inteiramente a vós. E de se notar que vós, os reis, construís para vós mesmos vossas régias moradas; o mundo, porém, não foi feito porque Deus necessitasse dele, pois Deus é tudo para si mesmo, luz inacessível, mundo perfeito, espírito, poder, verbo. Portanto, se o mundo é um instrumento harmonioso que se move conforme um ritmo, eu não adoro o instrumento, mas a quem lhe dá harmonia, o faz emitir os sons e entoa o canto afinado. Nem mesmo nos jogos públicos os atletas deixam de lado os tocadores de cítaras e coroam as cítaras deles. Se o mundo é, como diz Platão, uma obra de Deus, admirando sua beleza, eu me dirijo ao artista. Se é essência e corpo, como querem os peripatéticos, não vamos deixar de adorar a Deus, causa do movimento desse corpo, para cair nos elementos míseros e fracos, preferindo em nossas adorações a matéria passível ao éter que, segundo eles, é impassível. E se existe quem entende as partes do mundo como potências de Deus, não vamos prestar honras às potências, mas ao criador e dono delas. Não peço à matéria o que ela não tem, nem abandono a Deus para servir aos elementos, que podem apenas aquilo que lhes é ordenado. Se é certo que são formosas à vista por perícia do artífice, nem por isso deixam de ser perecíveis por natureza da matéria. O próprio Platão confirma meu raciocínio. Ele diz: “O que chamamos céu e mundo, embora participe de muitos e afortunados bens da parte do Pai, contudo, também tem a comunicação do corpo e, por isso, é impossível que esteja isento de toda mudança”. Se, embora admirando o céu e os elementos por causa da arte que neles resplandece, não os adoro como a deuses, pois conheço a razão de dissolução que pesa sobre eles, como chamarei deuses aos que eu sei que têm homens como artífices?

    17. Peço-vos considereis brevemente este ponto2. (E preciso que fazendo a nossa defesa, como estou, eu apresenteargumentos mais precisos, tanto sobre os nomes, para demonstrar que são recentes, como sobre as imagens, para ver que procedem, como se diz, de ontem e anteontem; e isso vós o sabeis melhor do que ninguém, pois sois versados nos antigos a respeito de todo assunto e em grau superior a todos). Portanto, digo que Orfeu, Homero e Hesíodo são os que estabeleceramas famílias e deram os nomes aos que por eles são chamados deuses. O próprio Heródoto o confirma: “Considero Hesíodo e Homero quatrocentos anos mais antigos do que eu, não mais, e foram eles que estabeleceram a Teogonia para os gregos, que deram suas denominações aos deuses, distribuindo suas honras e ofícios e explicando suas formas.” Quanto às suas imagens, enquanto não existiam a pintura, a plástica e a escultura, não eram sequer concebíveis. Foi na época de Sáurio de Samos, de Cráton de Sicião, de Cleantes de Corinto e de uma moça coríntia que foi inventada a representação das figuras, quando Sáurio delineou um cavalo ao sol; a pintura foi quando Cráton recobriu de cor, em uma tábua branca, as figuras de um homem e de uma mulher. A fabricação de bonecos foi inventada pela moça: enamorada por um homem, delineou, enquanto dormia, a figura dele na parede; depois, o seu pai, satisfeito com a exata semelhança (sabe-se que ele trabalhava com argila), a esculpiu, enchendo o contorno de barro. A imagem ainda é conservada em Corinto. A esses sucederam Dédalo, Teodoro e Smilis, que inventaram a escultura e a plástica. Na verdade, as imagens e fabricação dos ídolos têm tão pouco tempo que é possível indicar o artífice de cada deus. Assim, foi Endoio, discípulo de Dédalo, que fabricou a estátua de Ártemis em Éfeso, a de Atenas (ou melhor, de Atela, pois assim a chamam os que falam misteriosamente… falo, portanto, da antiga estátua de oliveira), e até da Sentada; Apolo Pítio é obra de Teodoro e de Télecles; Délio e Ártemis são arte de Tecteu e de Angelião; a Hera de Argos e a de Samos saíram das mãos de Smilis; os demais ídolos são de Fídias; a segunda Afrodite é obra de Praxíteles; o Asclépio de Epidauro é obra de Fídias. Numa palavra, nenhum dos ídolos pode escapar de ser fabricado por homens. Ora, se são deuses, como não existiam desde o princípio? Como são mais recentes que aqueles que os fabricaram? Que necessidade tinham, para nascer, dos homens e da arte? Tudo isso, porém, é apenas terra, pedras, matéria e arte supérflua.

    18. Há aqueles que dizem que isso são apenas estátuas, mas é aos deuses que elas se referem, que as procissões que a elas se fazem e os sacrifícios que se lhes oferecem terminam nos deuses e a eles se dirigem, que não existe, enfim, outro meio de aproximar-se dos deuses sem este: “os deuses são difíceis de aparecer claramente”. E que isso seja assim, apresentam como prova as atividades de alguns ídolos. Se vos agrada, examinemos o poder que existe em seus nomes. Antes de iniciar o meu discurso, eu vos rogo, ó máximos imperadores, que me perdoeis se apresento apenas raciocínios verdadeiros. O meu propósito não é refutar os ídolos, e sim desfazer as calúnias contra nós e oferecer-vos a razão de nossa religião. Ora, vós, por vós mesmos, poderíeis examinar o império celeste. Com efeito, como a vós, pai e filho, vos foi posto tudo na mão ao receber o império de cima: “Porque a alma do rei está nas mãos de Deus”, diz o Espírito profético, do mesmo modo está submetido a um só Deus e ao Verbo que dele procede seu filho concebido como seu inseparável. Antes de tudo, eu vos peço, portanto, que considereis este ponto. Os deuses não existiram, conforme dizem, desde um princípio, mas cada um deles nasceu do mesmo modo que nascemos. Nisso todos concordam, pois Homero diz: “Ao Oceano, origem dos deuses, e à mãe Tétis”.

    Orfeu, que foi o primeiro a inventar os seus nomes e explicou suas genealogias, que contou as façanhas de cada um, e que se acredita entre o vulgo ser o mais veraz teólogo, a quem geralmente Homero segue mais do que ninguém em assunto de deuses, Orfeu, como dizia, também estabelece a primeira origem deles na água: “O Oceano, que é a origem de todos.” Com efeito, segundo ele, a água foi o princípio de tudo e da água formou-se um lodo e de ambos foi gerado um animal, um dragão que tinha unidas uma cabeça de leão e outra de touro, e entre as duas, um rosto de deus, cujo nome é Héracles e Crono. Héracles gerou um enorme ovo que, cheio da força daquele que o havia gerado, rompeu-se em dois por atrito. A parte superior transformou-se no Céu, a debaixo na Terra, e surgiu um deus de duplo corpo. O Céu, unido com a Terra, gerou as mulheres Cloto, Láquesis e Atropo, os homens centímanos: Coto, Giges, Briareu, e os ciclopes Brontes, Estetopes e Arges. Mas como ficou sabendo que seria derrubado de seu império por seus próprios filhos, acorrentou-os e atirou-os na profundeza do Tártaro. Irritada com isso, a Terra gerou os titãs: “A augusta Gaia gerou os filhos de Urano que chamam pelo sobrenome de titãs, pois eles se vingaram do grande Urano estrelado”.

    19. Tal é o princípio da gênese, não só daqueles que eles consideram deuses, mas do universo todo. Considerai, portanto, este ponto: cada um desses aos quais se atribui a divindade, como princípio, também é forçoso que seja corruptível. De fato, se nasceram não existindo, como dizem os que teologizam sobre eles, não existem, porque uma coisa ou é incriada e, por conclusão, eterna, ou é criada e, por conseguinte, corruptível. Não falo diferentemente dos filósofos: “O que é que é sempre e não tem princípio? O que é que começa e não é nunca? Platão, discorrendo sobre o inteligível e o sensível, ensina que aquilo que é sempre, o inteligível, é o incriado; e aquilo que não é, o sensível, criado, que começa a ser e deixa de ser. Por isso, também os estóicos dizem que tudo há de perecer numa conflagração, e voltar a ser de novo, readquirindo princípio. Ora, se, conforme eles, existem duas causas, a eficiente, que é aquela que manda, como a providência, e a passiva, que é aquela que muda, como matéria, e é impossível que, mesmo governado pela providência, o mundo permaneça em um ser, desde o momento que tem princípio, como permanecerá a constituição desses que não existem por natureza, mas que nascem? Em que são superiores à matéria deuses que têm a sua constituição a partir da água? Mas nem mesmo a água, segundo eles, é princípio de tudo. (Com efeito, o que é que poderia constituir-se de elementos simples e uniformes? Além disso, a matéria sempre necessita de artífices e o artífice necessita da matéria. De fato, como poderiam ser feitas as imagens sem matéria ou sem artífice?) Não há razão alguma para que a matéria seja mais antiga do que Deus, pois é forçoso que a causa eficiente seja anterior ao que tem princípio.

    20. Ora, se o absurdo de sua teologia ficasse na afirmação de que os deuses nascem e se constituem da água, uma vez que demonstrei que não existe nada criado que não seja também dissolúvel, poderia passar às outras acusações que nos fazem; de uma parte, porém, descreveram os corpos dos deuses: um Héracles, o qual dizem que era um dragão retorcido; os deuses de cem mãos; a filha de Zeus, que ele teve com sua mãe Rea, também chamada Deméter, que tinha dois olhos no lugar natural e outros dois na fronte, além de chifres e a face de animal na parte posterior do pescoço, com o que, espantada com aquele monstro de filha, Rea fugiu sem dar-lhe o peito. É daí que misticamente se chama Atela, ao passo que comumente se lhe dá o nome de Perséfone e Coré, que não é a mesma que Atenas, à qual também se chama Core, por causa de sua virgindade. Por outro lado, também nos contaram suas façanhas exatamente conforme eles pensam: Cronos, que cortou o membro viril de seu pai e ele próprio o atirou de seu carro, e que matava seus filhos, devorando os varões. Zeus, que amarrou seu pai e o atirou na profundeza do Tártaro, como já fizera Urano com seus filhos, que lutou contra os titãs pela supremacia e perseguiu sua mãe Rea, que recusava unir-se com ele, convertendo-se ela em dragão, ele também em dragão e, amarrando-o com o chamado nó de Héracles, finalmente uniu-se com ela (o símbolo da figura da união é o bastão de Hermes). Depois Urano também se uniu com sua filha Perséfone, forçandoa sob a forma de dragão, e dela nasceu o filho Dioniso. Tudo isso me força a dizer o seguinte: o que há de importante ou de útil nessa história, para que acreditemos que Cronos, Zeus, Coré e os outros sejam deuses? As configurações de seus corpos? Contudo, que homem discreto e formado na contemplação filosófica pode acreditar que um deus tenha gerado uma víbora? Assim diz Orfeu: “Fanes, porém, espantosa à vista; de sua cabeça pendem os cabelos e o seu rosto é belo de se ver, mas nas partes restantes ela é dragão espantoso desde a altura do pescoço…”

    Quem poderá admitir que o próprio Fanes, que é o deus primogênito (pois este é o que saiu do ovo derramado), tenha corpo ou figura de dragão ou que tenha sido devorado por Zeus, a fim de que este se tornasse imenso? Com efeito, se em nada se diferenciam dos mais vis animais (e é evidente que a divindade deve diferenciar-se de todo terreno e até daquilo que é separado da matéria), não são deuses. Por que aos que nascem com forma semelhante à dos animais, têm forma de animais e aspecto horrível?

    21. Na verdade, se dissessem apenas que seus deuses são carnais, que têm sangue, esperma, paixões de ira e desejo, já seria o bastante para qualificar todos esses relatos de charlatanice e coisa ridícula; de fato, em Deus não há ira, desejo, instinto ou sêmen gerador. Podem ser de carne, mas superiores ao fastio e à colera, e não vejamos Atenas “irritada contra Zeus Pai, pois uma cólera feroz a arrebatara”, e não contemplemos Hera, a quem “a cólera não lhe cabia no peito e disse”; também superiores à tristeza: “Que dor! Estou vendo com meus olhos o homem verdadeiramente querido perseguido em torno da muralha, e meu coração se entristece”. De minha parte, considero como homens deseducados e torpes aqueles que cedem à cólera e à tristeza. Com efeito, quando o “pai de homens e deuses” se lamenta por seu filho: “Ai de mim! Pois Sarpedon, o mais querido dos homens, foi decretado pelo destino que ele seja domado por Pátroclo, filho de Menécio” e, com todos os seus lamentos, é incapaz de livrá-lo do perigo: “Sarpedon, filho de Zeus, e este nem a seu filho socorre”.

    Quem não chamará de ignorantes aqueles que se mostram amadores dos deuses com tais fábulas, quando, na realidade, são ateus? Podem ser carnais, mas que Afrodite não seja ferida nem no corpo por Diomedes: “Feriu-me o filho de Tideu, o soberbo Diomedes”, nem por Ares na alma: “Por ser coxo, Afrodite, a filha de Zeus, sempre me despreza e ama o horrível Hares”. Nem Hares pelo próprio Diomedes: “E lhe arrancou a bela pele”. Ares, o espantoso nas batalhas e aliado de Zeus contra os titãs, aparece mais fraco que Diomedes: “Ia furioso, como quando Ares brande a sua lança”. Cala-te, Homero, pois Deus não se enfurece; tu és aquele que me apresentas Deus como manchado de sangue e funesto para os mortais: “Ares, Ares, destruição de mortais, manchado de sangue”, e nos contas o seu adultério e acorrentamento: “Os dois, tendo subido ao leito, adormeceram, mas ao redor deles estenderam-se as hábeis correntes do engenhoso Héfesto, e já não era possível mover os membros”.

    Como não rejeitar todo esse interminável charlatanismo sobre os deuses? Urano foi castrado, Cronos foi acorrentado e jogado no Tártaro, os titãs se rebelam, Estígia morre no decorrer da batalha (até como mortais nos apresentam os deuses), uns se enamoram pelos outros e também se enamoram pelos homens: “Éneas, que foi concebido pela divina Afrodite nos braços de Asquises, nas quebradas do Ida, uma deusa deitada com um mortal”. Os deuses, porém, não amam, nem têm paixões, porque se são deuses não são afetados pelo desejo… E se Deus toma carne, segundo a divina economia, torna-se escravo do desejo?

    “Com efeito, jamais o amor de deusa ou de mulher domou o meu coração dentro do peito em torno derramado, nem quando amei a esposa de Ixião; nem quando amei Dânae, a de belos tornozelos, a de Acrísio; nem quando amei a filha do ilustre Fênix, nem quando amei Sêmele ou Alcmena em Tebas, nem quando amei Deméter, a rainha de belas tranças, nem quando amei a gloriosa Seto, nem a ti mesma”. Se um ser é criado, ele é corruptível, e nada tem de Deus. E chegam a servir os homens como diaristas: “O palácios de Admeto, em que eu tive que suportar e aceitar a mesa de diarista sendo um deus.” Também são boiadeiros: “Vindo eu a esta terra, apascentei os bois de meu hóspede e salvei esta casa”. Portanto, Admeto é superior ao deus. Ó adivinho e sábio, que predizes o futuro para os outros! Tu não foste capaz de adivinhar a morte do teu amado, mas com a tua própria mão mataste o teu amigo. E Esquilo censura Apolo como falso adivinho: “Eu acreditava que a boca divina de Febo era infalível, pois dela brota a arte da adivinhação; e ele próprio, que entoava o hino, presente ao convite e que me predissera isso, foi ele que matou o meu filho”.

    22. Talvez se diga que tudo isso são fantasias poéticas, e que existe uma explicação física para tudo isso. Como diz Empédocles: “Esplêndido Zeus, e Hera que dá a vida, Aidoneu e Néstis, que banha de lágrimas os olhos mortais”. Contudo, se Zeus é o fogo, Hera a terra, Aidoneu o ar e Néstis a água, e tudo isso são elementos-fogo, água, ar -, nenhum deles é Deus: nem Zeus, nem Hera, nem Aidoneu, pois a constituição e origem de todos provém da matéria separada por Deus: “Fogo, água e terra, a benigna altura do ar, e a amizade entre eles”.

    Aquele que não pode permanecer sem a amizade, pois está confundido pela discórdia, quem poderá dizer algo de Deus? Conforme Empédocles, a amizade é o que manda, e os compostos são o mandado, e o que manda é o principal. De modo que, se julgamos ser uma e a mesma a potência do que manda e do mandado, não nos damos conta de estar tributando honra igual à matéria corruptível do ser mutante e a Deus incriado, eterno e sempre concorde consigo mesmo.

    Segundo os estóicos, Zeus é a substância fervente; Hera, que é o ar, pois o próprio nome concorda com o som, enlaça-se consigo mesmo; Posêidon é a bebida. Outros dão outras explicações naturais. Com efeito, uns dizem que Zeus é o ar de dupla natureza, hermafrodita; outros dizem que ele é a ocasião que muda o tempo em boa temperatura e que, por isso, foi o único que escapou de Cronos. Contudo, é preciso dizer contra os estóicos: se considerais o Deus dupremo como um só, incriado e eterno, e que são compostas as coisas onde se processa a mudança da matéria, e afirmais que o espírito de Deus, que penetra através da matéria, recebe um ou outro nome conforme sua mudança, então as formas da matéria se converterão em corpo de Deus e, corrompendo-se os elementos pela conflagração, forçosamente também os nomes se corromperão junto com as formas, permanecendo unicamente o espírito de Deus. Entretanto, quem é que considerará como deuses corpos corruptíveis e mutáveis conforme a matéria?

    Quanto aos que dizem que Cronos é o tempo e Rea a terra; que esta concebe de Cronos e gera e que, por isso, é chamada mãe de todos; que ele gera e devora; que a mutilação de seus órgãos sexuais é a união do macho e da fêmea que corta e joga o sêmen na matriz e gera o homem que tem dentro o desejo, isto é, Afrodite; que a loucura de Cronos é o giro do tempo, consumindo o animado e o inanimado; que as correntes e o Tártaro são o tempo que muda e se torna invisível pelas estações; contra esses dizemos: se Cronos é o tempo, então muda; se é a estação, gira; se é as trevas, o gelo ou sua substância úmida, nada disso permanece; a divindade, porém, é imortal, imóvel e imutável. Portanto, nem Cronos, nem o ídolo que o representa, é deus. Quanto a Zeus, se ele é o ar gerado de Cronos”, cujo elemento masculino é Zeus e o feminino Hera (daí que ela seja sua esposa e irmã), é mutável; se ele é a estação, gira; o divino, porém, não muda, nem decai.

    Contudo, para que continuar importunando-vos com novas explicações, se vós sabeis melhor as explicações que deram todos aqueles que sobre isso especularam? O que entenderam sobre os deuses aqueles que, por exemplo, escreveram sobre Atena, dizendo que ela é a inteligência que tudo penetra? Ou sobre Ísis, que chamam de natureza da eternidade, da qual todos nasceram e pela qual todos existem? Ou sobre Osíris, seu irmão, morto por Tifão, perto de Pelúsio, cujos membros ela vai buscar junto com o seu filho Horo e, tendo-os encontrado em um sepulcro,que até hoje se chama tumba de Osíris? Com efeito, resolvendo para cima e para baixo as formas da matéria, o que fazem é desviar-se de Deus, que se contempla pela razão, e divinizar os elementos e suas partes, pondo-lhes diversidade de nomes. Por exemplo: a semeadura de trigo, Osíris (do qual dizem que nos mistérios se clama a Ísis por causa do achado dos membros ou dos frutos: “Encontra mos, nos alegramos”); o fruto da vinha, Dioniso; a própria vinha Sêmele, raio, ao calor do sol. Na verdade, os que explicam alegoricamente os mitos, divinizando os ele mentos, nos dão qualquer coisa, menos explicações do divino, pois não se dão conta de que com aquilo que tentam defender seus deuses, confirmam ainda mais os raciocínios contra eles. O que é que Europa e o touro, o cisne e Leda têm a ver com a terra e o ar, para que nos venham dizer que o abominável tratamento de Zeus para com elas representa a união da terra e do ar? Desviando-se da grandeza de Deus e incapazes de remontar pelo raciocínio, pois não sentem simpatia pelo lugar celeste, se consomem e se afundam nas formas da matéria, divinizam as mudanças dos elementos, tão absurdo como alguém confundir o navio em que viaja com o piloto que o dirige. Mas como o navio nada vale, mesmo com todos os seus apetrechos, se não tem piloto, igualmente de nada vale a ordem dos elementos sem a providência de Deus. De fato, nem o navio navegará por si mesmo, nem os elementos se movimentarão sem um criador.

    23. Vós, porém, que superais a todos em inteligência, poderíeis objetar: Então por que alguns ídolos agem, se não existem os deuses em cuja honra erguemos as imagens? Não é verossímil que estátuas inanimadas e imóveis tenham por si mesmas alguma força sem que alguém as mova. Desde já, nós mesmos não negamos que em determinados lugares, cidades e povoados aconteçam algumas operações em nome dos ídolos; entretanto, porque alguns tenham recebido proveito e outros prejuízo, não vamos considerar deuses aqueles que agiram em um ou outro sentido, mas investigamos cuidadosamente o motivo de crerdes que os ídolos têm alguma força e quais são os que agem, usurpando seus nomes. Antes de tudo, porém, já que quais são os que agem nos ídolos e que não são deuses, é preciso trazer como testemunhas também alguns filósofos. Tales, como dizem os que conhecem a fundo suas doutrinas, foi o primeiro que estabeleceu a divisão entre Deus, demônios e heróis. Por Deus, ele entende a mente do mundo; por demônios, as substâncias animadas; por heróis, as almas separadas dos homens, bons as boas, maus as más. Platão, que em outros pontos se mostra reservado, também distingue entre o Deus incriado, os astros fixos ou errantes, criados pelo Incriado, para enfeitar o céu, e os demônios. Ele recusa falar desses demônios, mas quer que se acredite nos que falaram sobre eles: “Falar da multidão de demônios e conhecer as suas origens é tarefa que ultrapassa nossas forças, mas deve-se acreditar nos que falaram anteriormente, já que, como dizem, são descendentes dos próprios deuses, e é de se supor que conheçam exatamente seus ascendentes. Portanto, é impossível não crer nos filhos de Deus, mesmo quando falam sem provas verossímeis ou necessárias, mas, seguindo o costume, deve-se crer neles como em pessoas que nos certificam estar nos contando a história de sua própria família. Dessa forma, seguindo a eles, sirva isso também para nós e digamos que a origem desses deuses é a seguinte: Da terra e do céu nasceram dois filhos: o Oceano e Tétis; desses nasceram Forco, Cronos, Rea e todo o seu séquito; de Cronos e Rea nasceram Zeus e Hera e todos os que sabemos que se dizem seus irmãos, e, por fim, os outros descendentes desses”.

    Entretanto, Platão, que compreendeu o Deus eterno apenas pela inteligência e razão exeqüível; ele, que explicou os atributos que lhe convêm: seu ser real, sua unidade de natureza, o bem que dele se derrama, que é a verdade; ele, que falou da “primeira potência”, e disse: “Em torno do rei de todas as coisas está tudo, por causa dele tudo existe e ele é a causa de tudo”; e da segunda e terceira: “O segundo em torno do segundo, e o terceiro em torno do terceiro”; Platão pode considerar empresa superior às suas forças investigar a verdade sobre os que se dizem ter nascido de coisas sensíveis do céu e da terra? Não se pode dizer tal coisa. A verdade é que, como ele entendia ser impossível os deuses gerarem e conceberem, pois o que nasce tem conseqüentemente fim, mais impossível ainda seria mudar a convicção do vulgo, que aceita os mitos sem exame ou prova. Por esse motivo, disse que estava acima de suas forças conhecer e explicar a gênese da multidão dos demônios, pois não podia compreender, nem explicar como os demônios possam ter nascimento. A outra passagem sua, em que diz: “Zeus, o grande guia no céu, lançase à marcha conduzindo o seu carro, e atrás dele segue o exército dos deuses e demônios”, não deve ser entendida de Zeus, o assim chamado filho de Crono, pois com o seu nome quer-se significar o Criador do universo. O próprio Platão deixa isso bem claro. Não tendo outro termo para significar isso, usou o nome popular como pôde, não como nome próprio de Deus, mas por razão de clareza, já que não era possível representar para todos o Deus verdadeiro. Depois acrescentou-lhe o qualificativo de “grande”, para diferenciar o celeste do terreno, o incriado do criado, este mais jovem que o céu e a terra e até mais jovem que os cretenses, que o roubaram para que não fosse devorado por seu pai.

    24. Que necessidade há de recordar-vos os poetas e examinar também outras opiniões para vós que examinastes toda a doutrina? É suficiente acrescentar apenas uma consideração. Mesmo quando poetas e filósofos não reconheceram que Deus é um só, mas uns pensaram nos deuses como demônios, outros como matéria, outros como tendo sido homens, haveria motivo para perseguir-nos, a nós que, com o nosso raciocínio distinguimos Deus da matéria e as substâncias de um e da outra? De fato, assim como confessamos Deus, o Filho, que é o seu Verbo, e o Espírito Santo, identificados segundo o poder, mas distintos segundo a ordem: o Pai, o Filho e Espírito, porque o Filho é inteligência, Verbo e sabedoria do Pai, e o Espírito, emanação como luz do fogo, também entendemos que existem outras potências que rodeiam a matéria e a penetram, e uma contrária a Deus. Não porque exista algo contrário a Deus, da mesma forma que a discórdia é contrária à amizade, conforme Empédocles, ou a noite contrária ao dia, entre os fenômenos naturais – se alguma coisa se enfrentasse assim com Deus, cessaria completamente de ser, pois a sua substância seria destruída pela potência e força de Deus -; mas porque o Espírito que rodeia a matéria é contrário à sua bondade, atributo que lhe é próprio e que coexiste com ele como o calor com o fogo, sem o qual não pode existir-não que seja parte sua, mas é acompanhamento necessário, identificado e compenetrado, como o vermelho com o fogo e o azul com o céu -; Espésito, dizíamos, criado certamente espírito, por Deus, como foram por ele criados os demais anjos, e ao qual foi confiada a administração da matéria e das formas da matéria. Com efeito, a substância desses anjos foi criada por Deus para providência das coisas por ele ordenadas, de modo que Deus conservaria a providência universal e geral do universo – o domínio e o poder sobre tudo dependeria dele, e ele dirigiria isso sozinho, indeclinavelmente, como um navio, com o timão da sua sabedoria-; mas os anjos por ele ordenados se encarregariam da providência particular. Do mesmo modo, porém, que os homens têm livre-arbítrio podem optar pela virtude e pela maldade – pois se não estivesse em seu poder a maldade e a virtude, não honraríeis os bons nem castigaríeis os maus, quando uns se mostram diligentes e outros desleais naquilo que lhes confiais -, assim tam bém os anjos. Uns, que foram imediatamente criados livres por Deus, permaneceram naquilo que Deus os criara e ordenara; outros se orgulharam tanto de sua natureza, como do império que exerciam, isto é, esse que é príncipe da matéria e das suas formas, e os outros encarregados desse primeiro firmamento-e deveis saber que não afirmamos nada sem testemunhas; expressamos apenas o que foi dito pelos profetas -; estes, por terem caído em desejo pelas virgens e mostrando-se inferiores à carne; aquele, por ter sido negligente e mau na administração que lhe fora confiada. Dos que tiveram relação com virgens nasceram gigantes. Não vos maravilheis, se em parte os poetas também falam dos gigantes, pois a sabedoria humana e a divina distam entre si assim como a verdade dista do verossímil. Uma é celeste e outra é terrena e, segundo o príncipe da matéria, “sabemos dizer muitas mentiras semelhantes à verdade”.

    25. Portanto, esses anjos caídos do céu, que rondam em torno do ar e da terra, e que já não são capazes de subir ao supraceleste, e as almas dos gigantes são os demônios, que andam errantes ao redor do mundo e produzem movimentos semelhantes; os demônios às substâncias que receberam, os anjos aos desejos que sentiram. Quanto ao príncipe da matéria, como se pode ver pela experiência, ele governa e administra de modo contrário à bondade de Deus: “Muitas vezes, uma preocupação atravessou a minha alma. Se é o acaso, se é demônio que domina o humano, pois contra a esperança, contra a justiça, alguns são arrancados de suas casas, sem Deus, e outros são levados à felicidade.” Se o ser feliz ou desgraçado contra a esperança e a justiça deixa mudo Eurípedes, de quem será uma administração das coisas terrenas, diante da qual se pode dizer: “Vendo tudo isso, como diremos que a raça dos deuses existe ou obedeceremos às leis?” Isso também levou Aristóteles a dizer que as partes inferiores do céu não são governadas pela providência, mas a verdade é que a providência eterna de Deus permanece para nós de modo igual: “A terra, queira ou não queira, por força, produzindo erva, engorda os meus rebanhos”, e a providência particular chega de fato e não em aparência para os que são dignos, e os outros são providos conforme a constituição comum das coisas, por lei da razão. O que acontece é que os movimentos demoníacos do espírito contrário e suas operações produzem esses impulsos desordenados que vemos arrastar os homens, uns de um modo, outros de outro, alguns individualmente, outros por nações, alguns parcialmente, outros em comum, segundo a razão da matéria e da simpatia com o divino; movimentos do interior, como do exterior, que obrigaram alguns, cujas opiniões não são desprezíveis, a pensar que todo este universo não está organizado com ordem, mas que tudo anda revirado por um acaso irracional. Eles ignoram que, quanto à constituição do universo, não existe nada desordenado, nem descuidado, mas cada parte sua foi feita com razão e, por isso, nenhuma transgride a ordem que lhe foi marcada. Quanto ao homem, se se olha para o seu Criador, também foi feito ordenadamente: a natureza de sua origem, que tem uma só e comum razão; a organização de sua formação, que não pode transgredir a lei que a rege; e o termo de sua vida, que permanece igual e comum para todos, embora, segundo a razão própria de cada um e a ação do príncipe da matéria que o domina e dos demônios que o acompanham, cada um se dirija e se mova de modo diverso, apesar de todos terem em si o raciocínio comum.

    26. Aqueles que os arrastam aos ídolos são esses demônios dos quais falamos, os que andam em torno do sangue das vítimas e o lambem; mas os deuses que agradam o vulgo e dão o seu nome às estátuas foram apenas homens, como se pode averiguar pelas histórias que deles tratam. A prova de que são os demônios que usurpam seus nomes está na operação que cada um exerce. De fato, aqueles que cultuam Rea, mutilam o próprio membro viril; outros, os de Ártemis, fazem cortes ou incisões em si mesmos; a de Tauros mata estrangeiros. Deixo de falar sobre os que se torturam com punhais e correias de ossos, e tantas outras espécies de demônios. Não é próprio de Deus incitar a atos contra a natureza: “Quando um demônio quer fazer mal a um homem, primeiro lhe prejudica a inteligência.” Deus, porém, que é absolutamente bom, é eternamente benéfico.

    Que sejam uns que agem e outros em cuj

  3. ESTAS IGREJAS NÃO SEI COMO ANDAM AÍ AINDA COM UM PASSADO TÃO NEGRO, NÃO TÊM VERGONHA, E O QUE ME ADMIRA MAIS É OS CATÓLICOS QUE SABEM DISTO E AINDA ASSIM VÃO BEIJAR OS ANEIS A ELES, SÃO CÚMPLICES APOCALIPSE 18:4
    QUEIRA O CRAIDOR QUE A HUMANIDADE ABRA OS OLHOS PARA FUTURAS INQUISIÇÕES, E EXTERMINE OS LÍDERES QUE PENSAREM ALGUM DIA EM COISAS SEMELHANTES, PORQUE ME PARECE QUE OUM DIA A HISTÓRIA SE VAI REPETIR AINDA MAIS SANGRENTA DO QUE AGORA COM A CHEGADA DO ANTICRISTO, É UMA COISA QUE SÓ DE PENSAR ATÉ DÁ ARREPIOS, NÃO SEI SE É LADAINHAS DAS MÉS LINGUAS, ´MAS JÁ OUVIO QUE EM TRÊS ANOS E MEIO QUE VÃO MATAR MAIS DE 3 BILHÕES DE SERES HUMANOS, ACHO QUE SE ALGUM SE OUVISSE FALAR DESTE FULANO, QUE A HUMANIDADE DEVIA FAZER DE TUDO PARA O IMPEDIR DE FAZER UMA COISA DESTAS, MAS APENAS SÓ TENHO OUVIDO RUMORES, MAS ATÉ ACREDOTO, VISTO A CATÓLICA A CADA DIA ESTAR A PERDER TERRENO, NÃO ME ADMIRA NDA QUE ISSO POSSA ACONTECER, HOJE TEMOS A MÍDIA E MUITAS TECNOLOGIAS POR AÍ,E PAR SE BOLAR UMA MENTIRA EM VERDADE É FÁCIL, ALGUNS FALAM ATÉ DO BLUE BEM, FAZER UMA TELA COM O ESPAÇO E USAR OS SATÉLICOS COMO PROJETORES COM VOS IMAGEM E YUDO, E TOCA A FAZER QUE ALGUÉM ESTÁ VINDO, E TODO O MUNDO QUE EM IGNORÂNCIA RELIGIOSA ESTÃO FICAM TODOS A ACREDITAR QUE É VERDADE, ISTO É APENAS RUMORES É CLARO, MAS MESMO ASSIM É SEMPRE BOM ESTARMOS ATENTOS AOS EVENTOS.
    MAS EXISTE MUITA CALÚNIA NESTE MUNDO, JÁ NÃO SEI EM QUEM ACREDITAR, ATÉ AS BÍBLIAS QUE USAMOS HOJE ESTÃO TODAS ADULTERADS, OS NOMES BÍBLICOS FORAM TRADUZIDOS OU SEJA ADORAMOS A IMPOSTORES E NÃO AOS ORIGINAIS, E A BÍBLIA JÁ AVISOU DESTAS COISA, A MENOS QUE ALGUÉM RESTAURE A ADORAÇÃO, NEM VALE A PENA SER DE RELIGIÃO NENHUMA, BEM ISTO É O MEU PONTO DE VISTA, ATÉ NÃO SE RESTABELECER ESTA CONFUSÃO MUNDIAL.

    • AMIGO REIS ENTENDO VOCÊ OLHA COMO VOCÊ PARECE SER SINCERO E INTELIGENTE EU TI GARANTO SEGURAMENTE QUE
      É MUITO FÁCIL TIRAR SUA DUVIDA

      REIS PRIMEIRO SÓ EXISTE UMA UNICA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA VOU TI DA ALGUMAS PROVAS LOGICAS

      PRIMEIRO NÃO EXISTE VERSÍCULOS BÍBLICOS QUE DEUS DA AUTORIDADES PARA HOMENS FUNDAR IGREJAS

      SEGUNDO O PROTESTANTISMO NASCEU NO ANO DE 1517 COM LUTERO

      TERCEIRO A IGREJA DE LUTERO DE NOME LUTERANA SE DIVIDIU EM MAS DE 50 MIL CEITAS
      TEM ATÉ IGREJAS PROTESTANTE DE GAYS

      QUARTO AMIGO REIS NENHUM PROFETA E NENHUM DISCÍPULO DO VELHO AO NOVO TESTAMENTO PREGOU A SOLA SCRIPTURA SAIBAS QUE O NOME SOLA SCRIPTURA MEU AMIGO REIS E O LIVRE EXAME DA BÍBLIA SAIBAS QUE LUTERO PREGOU ESSA FARSA E VÊ NO QUE DEU MILHARES DE CEITAS CADA UM SENDO O DONO DA VERDADE CADA UM COM TEORIAS DOENTIAS

      QUINTO MEU AMIGO REIS ESTUDE A PATRÍSTICA E VOCÊ SE CONVERTERÁ DE CORPO E ALMA A UNICA IGREJA VERDADEIRA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA

      SEXTO MEU AMIGO REIS SAIBAS QUE AS BÍBLIAS ADULTERADAS É A MANIA DOS PROTESTANTES
      ESTUDE OS HISTORIADORES PROTESTANTES AMERICANOS ELES FIZERAM MILHARES DE LIVRO CONTRA PAPA INQUISIÇÃO E TANTAS OUTRAS CALUNIAS CONTRA A IGREJA CATÓLICA
      ELES ADULTERAM TEXTOS DOS ESCRITOS DOS PADRES DA IGREJA MEU AMIGO REIS

      MAS RESUMINDO MEU AMIGO

      É MUITO FÁCIL DESMASCARÁ ESSES CHARLATÕES EU TI GARANTO E PROVO PRA QUAL QUER UM QUE SOBRE A INQUISIÇÃO QUE ELES DIZEM QUE A IGREJA CATÓLICA MATOU MILHARES EU TI DIGO E PROVO QUE 90POR CENTO DESSA HISTÓRIA É MENTIRA E FARSA PRA VENDER LIVROS E FAZER LAVAGEM CEREBRAL EM LEIGOS

      AMIGO OS 7 LIVROS QUE ELES TIRARAM DA SUA BÍBLIA SAIBAS QUE JESUS E OS APÓSTOLOS EM GERAM FAZEM REFERENCIAS DELES SE VOCÊ SE QUISER ME DEIXE SEU MAIL QUE TI MOSTRO A VERDADE

  4. O Alex não apresentou argumento algum, num debate racional deve-se provar o que está se dizendo, definitivamente ele não fez isso. O Frederico Viotti foi quem levou o debate com diálogo e racionalidade.

  5. Esse camarada Alex, é a encarnação do diabo, ja vi o nome dessa imundicia em varios comentários diferentes, mas com o mesmo tom de arrogante.Parabens Frederico Viotti,gostei tem mesmo é que por pra correr esse inresponsável.Digo inresponsavel é porque não sabe o que diz…

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