O conservadorismo deve ser considerado romântico?

A doença chamada romantismo

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Dentro da mentalidade modernista parece existir a ideia fixa de que o conservadorismo é síntese de um pós-iluminista – que, aliás, excede a mera literatura.

Este período é o Romantismo: uma doença crônica constatada, na sua forma atual, desde o século XVIII e que hoje ataca a esmagadora maioria da população mundial, tornando-a vítima de constantes ataques de sentimentalismo por qualquer coisa que seja.

É comum a falsa impressão de que o conservador é aquele indivíduo romântico que entrega flores a alguma mulher.

Isso se prova o contrário se analisado de forma completa e concreta.

 

Romantismo: fim da ordem moral

E por que esse fatídico elemento dentro da arte não representa de forma alguma o conservadorismo?

Na teoria, perguntas fáceis possuem respostas simples, na prática, não. A questão é um tanto quanto complexa.

Antes de se entender a filosofia por de trás do pensamento romântico, faremos o uso de objetos históricos.

A era literária de tal questão é fruto de uma das revoluções mais sangrentas da história da Europa: a Revolução Francesa.

A terrível Revolução além de desordenar um cenário político e social que ainda conservava resquícios da ordem medieval, colocou o homem em estado de total devaneio.

A partir dessa confusão o homem não buscou mais a razão e a ordem para guiá-lo nos grandes períodos de crise, mas sim a irracionalidade contida no sentimentalismo, uma falsa busca da felicidade em meio a tantas desgraças.

Ao invés de se basear em uma realidade, ele passou a se basear na fantasia, ou seja: em nada.

Dentro de um tempo em que se formava o por completo um ente chamado “liberalismo”, nasceu também seu irmão gêmeo, um grande aliado do mundo moderno: o relativismo.

Esses dois elementos contribuíram para que o período romântico tivesse seus primeiros sinais de vida garantidos.

O romântico adapta – deturpar seria a palavra certa – todos os valores de sua própria tradição e os coloca em uma zona de conforto para si mesmo, isto é, ao que melhor o agrada e que dá maior prazer a ele.

Os princípios e conceitos de tal movimento se resumem, de um modo geral, à estupida busca de uma idealização perfeita de tudo.

Tais conceitos são: Individualismo – é importante para ele preservar seus prazeres e seus prestígios; Nacionalismo – para ele não existe diversas nações no mundo, existe o mundo, e claro que o mundo é sua própria pátria; culto à natureza – pura fantasia e sentimentalismo; saudosismo – saudade dos momentos prazerosos passados; sonho – que poderíamos traduzir como a busca de ainda mais prazeres (Afinal, por que não?); idealização da mulher – é de se esperar idealizar com total “perfeição” e libertinagem uma fraqueza da natureza masculina que é a concupiscência; exagero – coisa que o romântico faz bem; Solidão, entre outros.

Outra terrível conseqüência do referido movimento é a real inadaptação ao mundo.

Isso se deve ao fato de que o mundo não é perfeito, e quando se idealiza ele de forma perfeita, cai-se em um dos maiores erros da humanidade: a utopia.

Para o romântico o mundo é um mar de rosas repleto de conforto, e todo o tipo de prazeres imagináveis.

Parece bonito de mais aos olhos dos desinformados, mas, enquanto se busca a felicidade perfeita segundo essa visão, não se busca uma felicidade, pois, não se é feliz buscando as regalias do mundo, mas buscando a luta diária pela verdade, que é Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Romantismo – ou sentimentalismo, se preferir- aparenta ser, principalmente nos nossos dias, uma ideia válida por sua cara simpática de um mundo sem defeitos, aconchegante e harmônico aos olhos e aos sentidos, porém, prova-se o contrário quando se analisa, por exemplo, a vida dos grandes compositores do período romântico.

Pois toda essa coisa idealizada prostra-se contra o próprio estilo de vida de tais celebridades – além disso, o final do período romântico se auto refuta mostrando seus erros e como tudo aquilo que foi feito era triste e não alegre como aparentava.

Provemos: Niccolo Paganini – satanista ao que indica; Georges Bizet – adúltero; Richard Wagner – divorciado e militante comunista; Hans Von Bülow – traído e abandonado; Franz Liszt – maçom, separado da mulher e teve diversos casos de adultério; Johannes Brahms – depressivo; etc.

Poderíamos citar inúmeros exemplos que provariam com clareza a contradição existente na idealização do mundo perfeito por parte dos românticos.

A partir dessas considerações, ponho a seguinte pergunta: isso é conservadorismo? Conservar a irracionalidade e a justificação de pecados e outras atrocidades em nome dos sentimentos significa conservar uma tradição?

Infelizmente, dentro do próprio movimento conservador encontramos adeptos dessa falsa ideia do romantismo “conservador”, o que é contrário à verdade e a toda tradição cristã.

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Técnico de logística pela ETEC Lauro Gomes e membro "de jure" do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira

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