A basílica de San Vitale, em Ravenna, na Itália, é uma igreja octogonal, em estilo bizantino com figuras em mosaico, paradas ‒ mas vivas! não têm nada de morto! ‒ postas na contemplação sobre um fundo dourado, desligadas das circunstâncias concretas, numa espécie de abstração pura.
O estilo românico não se confunde com o estilo greco-romano presente nas igrejas mais antigas de Ravenna, como o oratório de Gala Placidia.
O estilo greco-romano é o estilo grego com pequenas adaptações feitas pelos romanos.
O estilo românico é uma adaptação do estilo romano feita pelos bárbaros.
Ele manifesta valores de alma que não estavam presentes no espírito da civilização romana.
Quando a gente vê o românico, e depois vê o gótico, percebe que o gótico estava nascendo no românico.
Ravenna prenuncia o gótico, mas está marcada por algo de violentamente diferente que vem do romano antigo e do bizantino.
O gótico nas suas manifestações anteriores à Renascença dá a impressão de que chegou ao fim do caminho.
De que atingiu uma tal perfeição, que não se pode imaginar maior nessa linha, e que uma nova linha deve aparecer.
Linha nova que não é o contrário do gótico, mas é um salto para cima.
Esse salto corresponderia à história da humanidade.
O espírito dos homens tinha chegado a um ponto em que um dado inteiramente novo daria um impulso novo na linha do antigo. Isto é, na linha da tradição.
Se os homens tivessem sido fiéis à graça, teria aparecido algo que pressagiaria o Reino de Maria.
Apareceu, porém, uma coisa péssima: a Renascença neo-pagã e o protestantismo.
Não é excessivo conjeturar que se a humanidade tivesse sido fiel às graças da Idade Média, teria nascido algo na linha do Reino de Imaculado Coração de Maria.
Mas com qualquer coisa de novo que a gente não sabe o que é que é.
(*) Texto sem revisão do autor
Video: Ravenna: a pompa hierática da Igreja Católica