Significado das sete igrejas do Apocalipse segundo a interpretação do venerável Pe. Holzhauser

As Sete Igrejas do Apocalipse, vital da catedral de York, Inglaterra
São João contempla as Sete Igrejas do Apocalipse. Vital da catedral de York, Inglaterra

Holzhauser escreveu sua interpretação do Apocalipse quando se encontrava no Tirol, em meio às maiores provações, passando dias inteiros no jejum e na oração, afastado de todo o contato com os homens.

Como essa interpretação ficou interrompida no versículo 4 do capítulo XV, seus discípulos lhe perguntaram a razão disso. Ele respondeu que não se sentia mais inspirado para continuar a obra, mas que outro viria depois para completá-la e coroá-la.

As previsões que faz para o futuro da humanidade não são fruto de visões ou revelações particulares, mas exclusivamente de uma interpretação inspirada do livro de São João.

As sete igrejas, símbolo das sete épocas históricas 
que precederão o fim do mundo

De acordo com a interpretação do Pe. Holzhauser, no século VII as forças do mal no terreno temporal, instrumentos do demônio para combater a Igreja, estavam representadas pelo rei Chosroes da Pérsia, ao qual se seguiu Maomé e o império islamita.

Este deverá ser o grande inimigo da Igreja até o advento do Anticristo, seu grande restaurador e último dirigente.

A Igreja grega ficou cada vez mais dominada pelas heresias, que acabaram por levá-la ao rompimento definitivo com Roma.

Como a Igreja Católica não tivesse mais condições de sobrevida digna no Oriente, Deus propiciou seu florescimento em regiões ainda dominadas por povos bárbaros: a Alemanha e outras regiões da Europa Ocidental.

Suscitou então grandes santos, pregadores e apóstolos, que evangelizaram os povos da Alemanha, das Ilhas Britânicas e das outras regiões da Europa Ocidental, fazendo desse conjunto de povos e nações um abrigo para a Igreja que deverá durar 1260 anos, contra as investidas cada vez mais furiosas do império do mal.

Deus também estabeleceu um Império Romano Católico no Ocidente, tendo sido Carlos Magno o primeiro imperador da Alemanha.

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Besta do Apocalipse. Ottheinrich-Bibel, Bayerische Staatsbibliothek,Cgm 8010, Folio296r

O demônio, furioso com o florescimento da Igreja na Europa Ocidental, tentou exterminá-la, suscitando cismas e heresias em seu interior.

Segundo Holzhauser, as sete igrejas do Apocalipse, do ponto de vista indicam sete idades, ou eras históricas, em que vai se dividir a história da Igreja até o Fim o Mundo.

Nossa época: a V igreja

A quinta igreja – Sardes – é a figura da idade atual estendendo-se desde o advento do protestantismo até a futura derrota do império do mal.

É uma época de calamidades, tanto no campo espiritual como no temporal. A Europa é devastada por sangrentas guerras de religião, os católicos são oprimidos por hereges e maus cristãos.

Porém a heresia é combatida em discussões, escritos e pela força das armas. E Deus manifesta de modo admirável sua assistência especial à Igreja nessa época de provações:

1) Opondo a Lutero e à sua funesta heresia Santo Inácio de Loiola e a Companhia de Jesus.

2) Convocando, por inspiração do Espírito Santo, o Concílio de Trento, para esclarecer os dogmas da Fé e restabelecer a disciplina eclesiástica, sobretudo o celibato.

3) Concedendo à Igreja, em outras partes do mundo, tantos fiéis quanto os que ela perdia na Europa, por meio da evangelização dos povos da América, Ásia, Índia, China e Japão.

4) Suscitando soberanos zelosos, entre os quais o mais notável foi o Imperador Fernando II [Nota: imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico de 1619 a 1637, a totalidade do seu reinado desenrolou-se durante a guerra dos Trinta Anos que opôs católicos e protestantes].

Porém isso não será suficiente para por fim, ou mesmo para impedir o progresso do mal nessa idade.

Ao final da mesma o demônio gozará de uma liberdade quase absoluta e universal, e uma grande tribulação devastará a terra.

Os poucos servidores fiéis, unidos entre si pelos mais fortes laços, se conservarão puros no meio do mundo. Passarão por vís aos olhos deste, serão desprezados e repelidos.

Ruinas de Sardes, cidade histórica, também prefigura da V idade da Igreja
Ruínas de Sardes, cidade histórica, também prefigura da V idade da Igreja

Eles levarão uma vida humilde, sem procurar dignidades nem poder. Serão desprezados e ignorados pelos grandes e nisso se rejubilarão.

Sacrificarão seus proventos em benefício dos pobres e para a edificação e propagação da Igreja Católica, a qual eles amarão como sua própria mãe.

Sua vida retirada será considerada como loucura, pois desprezarão os bens e as honrarias mundanas; e se preservarão de se corromperem com mulheres. Sua conversa será conforme a santidade de sua vocação.

Mas Nosso Senhor Jesus Cristo terá olhares de complacência para com sua paciência, ação, constância e perseverança.

Terão pouca força material mas grande ajuda de Deus, que os recompensará na sexta idade com a conversão de pecadores e hereges.

Só uma transformação assustadora e inimaginável, feita pela mão de Deus, poderá por fim a essa época de tribulações.

Continua no próximo post: A sexta idade da Igreja, o Grande Monarca, o Pontífice Santo e o Reino de Maria.

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