O fantasma da Passionária

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Um fundamentalismo anticatólico inspira Parlamento Europeu.

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A famigerada Passionária parece estar revivescendo… no Parlamento Europeu

A Passionária — Dolores Ibarruri Gómez — é certamente uma das figuras mais tétricas da história recente.

Durante a feroz perseguição comunista aos católicos ocorrida na Espanha, em 1936, que redundou numa guerra civil, a Passionáriaconseguiu a proeza nada fácil de destacar-se entre os perseguidores, pelo seu particular ódio à Religião e seus métodos sanguinários contra sacerdotes e fiéis. Além de incendiar igrejas.

Morreu em 1989. Seu fantasma, porém, parece ter voltado para transmitir seu ódio religioso aos parlamentares da Europa unida.

De fato, no dia 13 de março último o Parlamento Europeu aprovou — por 242 votos contra 240, e 42 abstenções — um documento intituladoMulheres e fundamentalismo. Trata-se de um início velado de perseguição à Igreja Católica.

Descristianização da Europa e perseguição à Igreja

É preciso considerar que a civilização do Velho Continente nasceu da Santa Igreja. Tem ela, em suas origens, santos de grande envergadura, considerados os fundadores da Europa, como São Bento, São Bonifácio, São Patrício e outros. Além de figuras exponenciais no campo dos leigos, como Clóvis, Carlos Magno, São Luís IX e São Fernando de Castela. O Sacro Império Romano-Alemão de inspiração católica, foi uma glória da Igreja e da Europa, e constituiu um benefício inestimável para todos os povos daquele Continente.

A decadência moral e religiosa que se abateu sobre todo o Ocidente a partir do século XIV minou a fundo as raízes católicas do povo europeu. Tal processo de descristianização desembocou, neste início do século XXI, na produção de dirigentes impregnados de ateísmo, laicismo e outros ismos, propondo já uma perseguição à Igreja.

ParlEurop.jpg (26254 bytes)Edifício do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França)

Uma extremada sucessora da Passionária

O documento do Parlamento Europeu, elaborado pela socialista espanhola María Izquierdo Rojo (qual nova Passionária), pretende condenar a Igreja Católica por suas posições morais e pelo fato de não admitir mulheres ao sacerdócio. Tal documento já fora aprovado por algumas comissões desse Parlamento em outubro de 2001.

Num linguajar típico da esquerda, o texto condena“os dirigentes de organizações religiosas e de movimentos políticos extremistas que fomentam a discriminação racial, a xenofobia, o fanatismo e a exclusão das mulheres de posições dirigentes na hierarquia política e religiosa”. Ataca o que chama de “ingerências das Igrejas e comunidades religiosas na vida pública e política dos Estados, em particular quando pretendem limitar os direitos humanos e as liberdades fundamentais, assim no âmbito sexual e reprodutor”. Tais“direitos”, é bom lembrar, segundo alguns políticos europeus incluem o aborto, condenado pela Igreja com pena de excomunhão.

Há ainda uma petição — que consta da redação inicial mas não foi aprovada — dirigida a João Paulo II para que termine com a condenação da Igreja ao lesbianismo (homossexualismo feminino).

Exacerbação da perseguição à Igreja Católica

Comenta a Agência Zenit (edições de 11, 13 e 14 de março): “O enunciado do Parlamento Europeu negaria assim à Igreja o direito de anunciar a doutrina moral que vem pregando há dois mil anos”.

O Cardeal Roberto Tucci criticou a iniciativa, dizendo tratar-se de “laicismo exasperado” e de “fundamentalismo laico”. Mas não fez uma crítica de fundo da trama que está sendo urdida contra a Santa Igreja.

O documento do Parlamento Europeu pede explicitamente que os Estados membros da UE “não reconheçam os países nos quais as mulheres não possam adquirir plena cidadania ou estejam excluídas do Governo”. Baseando-se nesse princípio, uma deputada disse que a UE deveria suspender suas relações diplomáticas com o Vaticano, o qual deveria também perder seu status na ONU.

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Em suma, para atacar os direitos do Deus único e verdadeiro e de sua Santa Igreja Católica Apostólica Romana, pregou-se inicialmente a chamada “liberdade religiosa”, que permitiria a cada um construir para si um deus segundo seus caprichos e apetências. Agora, que a liberdade religiosa se tornou um fato na totalidade dos países ocidentais, dá-se meia-volta e articula-se uma perseguição religiosa.

No horizonte, aparece o fantasma da Passionária cometendo seus crimes atrozes. Mas em contraposição vislumbram-se também os castigos anunciados em Fátima, bem como o triunfo final do Imaculado Coração de Maria contra toda forma de mal.

Artigo oferecido pela Revista Catolicismo.

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