Hierarquia e símbolos na Cavalaria

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A dignidade de cavaleiro comportava graus:
– os “bannerets” ou porta-estandartes;
– a seguir os “bacheliers”, jovens que após as batalhas eram armados cavaleiros, ou então cavaleiros recém-sagrados;
– finalmente os cavaleiros propriamente ditos. As duas palavras “bachelier” e cavaleiro passam a ser sinônimas.
– No terceiro plano, os “cavaleiros alistados”, isto é, aqueles que se inscreveram mediante salário, a serviço de um mais poderoso.
– Por fim os escudeiros, que não estavam autorizados a lutar com um cavaleiro.
Quando se trata de escrever a um cavaleiro, ou de lhe dirigir a palavra, ele é intitulado Dom, Sire, Messire ou Monseigneur. 

Sua esposa é qualificada de Dame ou Madame.

O escudeiro deve ser chamado de Monsieur, e sua esposa de Demoiselle.

Quanto ao uso de roupas de seda, elas eram proibidas aos simples burgueses, bem como aos escudeiros. Apenas os cavaleiros estavam autorizados a vesti-las.

Os escudeiros usavam roupas de lã, sem ornamentos de ouro ou de prata. Somente os cavaleiros eram autorizados a enfeitar seus mantos de branco ou cinza, de arminho ou outra pele de privilégio. As peles de menor qualidade eram para a gente do povo.

Somente os cavaleiros tinham o direito de dourar suas esporas e os arreios de seus cavalos. A mais característica das vestes de uso exclusivo dos cavaleiros era o longo manto escarlate enfeitado de arminho.

Esses mantos de grande luxo eram distribuídos pelo rei aos cavaleiros recém-armados por ele. A cor vermelha tornou-se privilégio da Cavalaria.

Mathieu de Couci (“História de Carlos VII”) descreveu um banquete que foi organizado em Lille, em 1454, pelos desejos do Duque de Bourgogne.

Os cavaleiros que serviam estavam vestidos de damasco, os escudeiros de cetim, e os simples valetes de pano de lã. Mathieu de Couci dá igualmente a descrição de uma justa de três borguinhões contra três escoceses.

Dos três borguinhões, os dois primeiros estavam vestidos de longos mantos enfeitados com pele de marta zibelina. Quanto ao terceiro, seu manto era de cetim negro.

Três cavaleiros franceses, chegando à corte da Espanha, apresentam-se vestidos com mantos escarlates e coroados com flores azuis. Usam luvas brancas e estão montados em grandes cavalos de batalha da Espanha.

As lanças cavalheirescas são feitas de pinho, tília, sicômoro ou faia, de preferência em freixo. A ponta de aço, aguda, é enfeitada com o “gonfalon” — bandeira de guerra muito comprida.

Joinville salienta que os cavaleiros tinham o costume de raspar os cabelos, para não se embaraçarem com eles durante as lutas.

Os cavaleiros se distinguiam uns dos outros pelas armas, onde seus brasões estavam pintados, ou mesmo pela cor do pequeno estandarte que enfeitava sua lança, e da bandeira com a qual o alto do seu capacete podia estar decorado.

Quanto ao brasão dos cavaleiros, era extremamente variável.

Alguns se contentavam com um escudo branco ou de cor lisa, para decorá-lo, após uma sucessão de acontecimentos, com um emblema significativo: uma cruz em memória de uma campanha contra os sarracenos; a reprodução de uma arma conquistada em um torneio; a imagem de uma torre ou de uma fortaleza tomada de assalto; as ameias de um reduto vitoriosamente defendido, etc.

Fonte:Luis Dufaur

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