Volta o embargo numa Cuba que cai de podre

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Na praça central de Havana há belos bancos de pedra e elegantes palmeiras. Não são da era comunista, mas da anterior. Não se sabe por que desleixo comunista eles não foram demolidos ou derrubados.

No local, reúnem-se carruagens puxadas por cavalos e longas fileiras de vetustos carros coloridos, modelos dos anos 50, um dos poucos atrativos resgatáveis no infortúnio geral.

Equipes de operários dirigidos por engenheiros estrangeiros procuram recuperar hotéis de luxo pomposos, mas abandonados, que o socialismo reduziu a cortiços.

Cuba precisa de dinheiro para não agonizar de vez e quer os dólares dos turistas americanos.

A contração de sua economia, reconhecida pela primeira vez em 2016, acentuou a pressa.

Mas há obstáculos em demasia, observou reportagem do “The New York Times”. Não basta restaurar os imensos hotéis. É que não há redes públicas que funcionem, ou que tenham um mínimo de confiabilidade.

Onde está a água potável, a rede de esgotos funcionando? À generalizada miséria visível acresce-se a falta dos condutos subterrâneos básicos.

O Gran Hotel Manzana Kempinski La Habana é preparado para receber brilhantemente. Mas falham os serviços básicos: água potável, esgoto, força, Internet, etc.
O Gran Hotel Manzana Kempinski La Habana é preparado para receber brilhantemente. Mas falham os serviços básicos: água potável, esgoto, força, Internet, etc.

O pernoite oscilará entre 370 a 660 dólares. O Inglaterra será operado por Marriott International e abrirá em dezembro de 2019.Por em andamento um restaurante de nível internacional é problemático, porque não se conseguem os ingredientes para tornar as comidas palatáveis.

A Venezuela já não fornece petróleo de graça. A Rússia pingou um pouco: perdoou US$ 32 bilhões de dívida impagável e como também precisa in extremis de qualquer dinheiro ocidental prefere correr o risco.

Mas no mercado mundial, é preciso pagar e o governo não tem. Das fortunas pessoais dos ditadores Castro não se pode pensar em tirar nenhum centavo.

Segundo Ministério de Turismo de Cuba, em 2016 ingressaram mais de quatro milhões de turistas, 614 mil dos quais estadunidenses.

Para recebê-los deveria estar pronta a massa de hotéis de luxo restaurados. O primeiro seria o Gran Hotel Manzana Kempinski La Habana, de 246 dormitórios, que ocupa um quarteirão bem central.

A boutique é de luxo mas o contexto é degradante.

Do outro lado da praça está o Hotel Inglaterra, inaugurado em 1875 e que entre outras celebridades hospedou Winston Churchill. Outros hotéis de luxo são administrados pelos grupos internacionais Accor e Iberostar.

O governo é o único dono deles e os disponibiliza para haurir benefícios. El Manzana é coadministrado pelo grupo suíço de luxo Kempinski e o Grupo Gaviota de Cuba.
Os atrasos excessivos se acumulam. Segundo o Programa Mundial de Alimentos, Cuba importa entre 70 e 80% do que come.

E isso não está garantido, o que é catastrófico para qualquer hotel, sobre tudo se for de luxo.

As quedas de energia são frequentes. A conexão com a Internet é uma sorte.

O fornecimento de água potável e os esgotos estão decrépitos. E isto é só um aspecto dos problemas.

Grande parte de Havana sucumbiu na miséria, os prédios ameaçam ruir, as ruas são intransitáveis. É preciso que os turistas não vejam a desdita dos moradores.

E como se tudo isso fosse pouco, o presidente Trump pôs fim ao esbanjamento de dólares sobre a ilha cárcere prometido por Obama.

O presidente retornou, em linhas gerais, ao esquema vigente antes do acordo Fidel-Obama-Papa Francisco, e não permitirá mais relações comerciais com o Exército cubano.

Acontece que esse Exército controla mais do 60% do PIB cubano. E entre suas dependências figuram em destaque os próprios hotéis, fontes principais de moeda estrangeira!

 

 

 

Como esses estão militarmente controlados, as viagens só podem ser feitas por pacotes turísticos.

Tudo no Manzana foi feito para 'épater le bourgois', mas faltam os serviços básicos como na cidade toda.
Tudo no Manzana foi feito para ‘épater le bourgois’, mas faltam os serviços básicos como na cidade toda.

As agências de turismo os negociam com as empresas internacionais hoteleiras, sob o olhar dos fardados ávidos da moeda. Não há margem à liberdade de ir e vir em matéria de hotéis.

Se a razoável decisão dos EUA for efetivada, o investimento hoteleiro em Cuba tem  pouco futuro pois a grossa fatia de turistas americanos se encolherá.

Encontrar pessoal disposto a trabalhar no patamar de exigência de hotéis de luxo é uma sorte rara.

A quase totalidade dos cubanos trabalha para o Estado e ganha paupérrimos 25 ou 30 dólares mensais. Mas também já se acostumaram a não fazer quase nada e a “quebrar galho” no mercado negro.

O arquiteto Miguel Coyula explica que “a infraestrutura de Havana está sob uma grande pressão. A chegada de milhões de turistas não vai ajudar a resolver nada”.
A cidade apodrecida pode sucumbir e os turistas estar entre as vítimas dos escombros socialistas. Mas, agora com o retorno parcial do embargo, a situação poderá ficar ainda pior.

Os escombros seguirão caindo, porém os dólares virão em quantias diminuídas.

Fonte: Luis Dufaur 

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1 COMENTÁRIO

  1. Cuba é outro exemplo da falência comunista, começada pela URSS. O fim da guerra fria trouxe a novidade dos “direitos sem deveres”, as nações comunistas ainda que falidas (tanto ideológica como factualmente), têm o direito de ser mantidas pelas demais nações, AINDA QUE SEM OBRIGAÇÃO ALGUMA PARA COM NINGUÉM. É assim que vivem Cuba e Coreia do Norte, Venezuela em vias de falência, outros paisecos comunistas (invlusive o Brasil de hoje) pererecando para fugir da corrupção, incompetência, mentira etc. que representa o regime comunista. arioba

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