Após décadas de escavações, uma equipe de arqueólogos tem certeza de que finalmente achou as ruínas de Sodoma, a cidade bíblica de espantosa memória, noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.
A equipe de arqueólogos leva adiante o Tall el-Hammam Excavation Project.
O chefe da equipe é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA.
Os especialistas vinham escavando há muito tempo na localidade de Tall el-Hammam, no vale do Jordão (Jordânia), os restos de uma cidade de tamanho colossal da Idade do Bronze.
Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.
As peculiaridades das ruínas apontavam impressionantes analogias com a descrição que faz a Bíblia da cidade de Sodoma, destruída por Deus.
Os restos correspondiam à maior cidade da região, como também diz a Bíblia de Sodoma, e estão situados ao leste do rio Jordão, numa área verde perto do Mar Morto.
A cidade existiu entre os anos 3500 e 1540 antes de Cristo, data em que foi súbita e inexplicavelmente abandonada.
Sodoma e Gomorra nas Sagradas Escrituras
A destruição de Sodoma, junto com sua aliada Gomorra, está mencionada em numerosas partes do Antigo Testamento, inclusive no mais antigo livro que é o Gênesis. Mas também está referida no Novo Testamento.
O Antigo Testamento diz que Sodoma foi destruída pelo vício e pela homossexualidade que a tinham dominado.
“Os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor”. (Gênesis 13, 13)
Foi assim que, quando os dois anjos enviados por Deus entraram na casa de Lot:
“os homens da cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa, desde os jovens até os velhos, toda a população. E chamaram Lot: ‘Onde estão, disseram-lhe, os homens que entraram esta noite em tua casa? Conduze-os a nós para que os conheçamos’. Saiu Lot a ter com eles no limiar da casa, fechou a porta atrás de si e disse-lhes: ‘Suplico-vos, meus irmãos, não cometais este crime’”. (Gen 19, 4-7).
Mas a multidão, ávida de perversão, fez violência contra Lot e avançou para derrubar a porta de sua casa e se apoderar dos jovens.
Eles achavam que eram homens, mas na verdade eram anjos, que atingiram os homossexuais de cegueira. E a seguir anunciaram que destruiriam a cidade por ordem de Deus, e que Lot e sua família deviam partir naquela mesma noite. E assim só Lot e os seus se salvaram.
23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.
24. O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.
25. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.
26. A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.
27. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor.
28. Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça de uma grande fornalha.
29. Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava. (Gen 19, 23-29)
O episódio ficou como uma lição divina para a História. Sodoma e Gomorra (aliada de Sodoma na política e no vício) ficaram simbolizando a maldição e o repúdio de Deus aos pecados que bradam aos céus e pedem vingança.
Por isso Moisés, após abençoar Israel, amaldiçoou-o, se no futuro viesse a abandonar a fidelidade a Deus, relembrando o castigo de Sodoma e Gomorra:
“A geração vindoura, vossos filhos, que nascerem depois de vós, e o estrangeiro que vier de uma terra distante perguntarão, à vista dos flagelos e das calamidades com que o Senhor tiver afligido esta terra, à vista do enxofre e do sal, e deste solo abrasado, inculto e estéril, onde não cresce erva alguma – à semelhança da destruição de Sodoma e Gomorra de Adama e de Seboim, que o Senhor; devastou em sua cólera e em seu furor” (Deuteronômio 29, 23)
E sentindo-se já muito velho, Moisés entoou antes de morrer um cântico renovando as promessas ao povo eleito. E também as advertências divinas do que lhe aconteceria se prevaricasse:
“Suas videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. o seu vinho é veneno de serpente, o mais terrível veneno de cobra! 34. Eis uma coisa que está guardada comigo, consignada nos meus segredos: 35. a mim me pertencem a vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar. Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita”. (Deuteronômio 32, 32-35)
Com fundamento em Moisés, o profeta Isaías increpou o povo de Israel, que se afastava da Lei:
“Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra” (Isaías 1, 10)
E usou o exemplo das cidades malditas para profetizar o fim da cidade símbolo dos filhos da iniquidade, a Babilônia dos caldeus:
“Então Babilônia, a pérola dos reinos, a joia de que os caldeus tanto se orgulham, será destruída por Deus, como Sodoma e Gomorra”. (Isaías 13, 19)
Idêntica imagem empregou o profeta Jeremias contra a cidade de Jerusalém e seus sacerdotes que haviam abandonado hipocritamente a Lei:
“entre os profetas de Jerusalém vejo coisas hediondas: adultério e hipocrisia. Encorajam os maus, para que nenhum se converta da maldade. A meus olhos são todos iguais a Sodoma e seus congêneres semelhantes a Gomorra”. (Jeremias 23, 14)
E o mesmo Jeremias profetizou ameaçando a cidade pagã de Edom com a cólera com que Deus extinguiu Sodoma e Gomorra:
“Repetir-se-á a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas – oráculo do Senhor. Ninguém mais habitará lá e nenhum ser humano a povoará”. (Jeremias 49, 18)
No Novo Testamento, ao enviar os Apóstolos para pregar a Boa Nova e disseminar o Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu aqueles que os recusassem, dizendo:
“Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. (São Mateus 10, 14-15)
O Divino Mestre empregou boa parte de sua vida pública pregando sua doce palavra e fazendo alguns de seus mais maravilhosos milagres na cidade de Cafarnaum. Entretanto, observando a dureza dos corações, comparou o destino dessa cidade hoje em ruínas ao da própria Sodoma:
“E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (São Mateus 11, 22-24) Também São Lucas 10, 12.
Mas o castigo de Sodoma ficou não só como um exemplo para o passado, mas também para o futuro. E, quiçá – por que não? – para os presentes dias.
Assim o dá a entender São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, em sua segunda Epístola:
“se condenou à destruição e reduziu à cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir” (II São Pedro 2, 6)
E São Judas nos repete em sua Epístola o mesmo grave ensinamento. Assim, ele adverte os primeiros cristãos:
“certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor”. (São Judas 1, 7-8)
E lhes anuncia o terrível juízo de Deus sobre esses que se infiltram nas fileiras sagradas do cristianismo e praticam o homossexualismo:
“Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, quepraticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias”. (São Judas 1, 7-8)
São João no Apocalipse apresenta Sodoma como prefigura espiritual da civilização antinatural que os homens construirão no fim dos tempos.
Nela, os dois enviados de Deus – Elias e Enoc, segundo conceituados exegetas – pregarão contra o anticristo, serão mortos e terão seus corpos expostos na praça pública:
“Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). (Apocalipse 11, 8)