Chamada à vida religiosa, uma jovem, antes de entrar no convento, foi ter com o Santo Cura d’Ars para fazer-lhe uma confissão geral de toda a sua vida.
Terminada a confissão, o Padre lhe disse:
— Deves lembrar-te ainda, minha filha, de um baile no qual estiveste com um moço desconhecido por todos, mas com maneiras tão distintas que parecia tornar-se o herói da festa.
— Perfeitamente. Lembro-me bem, Sr. Padre.
— Pois bem. Muito o invejaste, porém não te deu o menor olhar, e bailou com as outras moças. Quando ele passou o umbral da porta para ir-se embora, reparaste em duas chamas azuis debaixo de seus pés, que tomaste por uma ilusão enganadora.
— É exatamente assim, Sr. Padre.
— Aquele moço, minha filha, era um demônio. Todas aquelas com quem bailou têm um pé no inferno. Sabes o motivo pelo qual te desprezou? É porque estavas revestida do escapulário de Nossa Senhora, que trazes como proteção.
(Anais do Carmo – Ano de 1881, p. 199)