Um estudo publicado no Journal of Forensic Sciences eletrizou a mídia que espalha dúvidas sobre os objetos mais sagrados do catolicismo e suas verdades divinamente reveladas. Neste caso, a autenticidade do Santo Sudário foi visada por enésima vez.
Destacaram-se na divulgação da informação de má lei o grande jornal anticlerical italiano “La Repubblica”. E também o site “Vatican Insider”, dependência do grande jornal “La Stampa” de Turim, habitualmente engajado a defender os erros históricos morais e teológicos que alimentam a perniciosa “mudança de paradigma” que subverte a Igreja Católica.
A mídia superficial logo fez eco – como é costume – à informação enviesada. O nome dos “cientistas” fonte da contestação à autenticidade do Santo Sudário, convidou-me a tratar a informação como mais uma “fake news”.
Porém, sempre que os inimigos do Santo Sudário se voltam contra a sacratíssima relíquia, cientistas sérios refutam a difamação.
E fazendo isso trazem novos e admiráveis dados que confortam a santidade do pano que envolveu a Nosso Senhor e ficou encharcado com seu Divino Sangue. Foi o que aconteceu agora.
À testa do trabalho supostamente “científico” contra o Santo Sudário reapareceu Luigi Garlaschelli, do Comitê para o Controle das Afirmações sobre as Pseudociências (CICAP), sobre cujas exibições anticlericais já tivemos ocasião de escrever.
Desta feita, o ativista anti-Sudário aduziu um trabalho de Matteo Borrini, da Liverpool John Moores University, apresentado como “especialista em blood pattern analysis, analise das manchas de sangue observadas no cadáver objeto de um homicídio”
Garlaschelli também se ofereceu como mais um manequim enquanto Borrini com uma esponja lhe jogava um liquido vermelho para “provar” que o Santo Sudário é uma falsificação medieval, como insiste o realejo anticlerical.
O vaticanista Andrea Tornielli, do Vatican Insider, site habitualmente engajado na subversão da Igreja é um polemista sagaz que procurando dar margem ao falso achou mais prudente entrevistar o vice-diretor do Centro Internacional de Sindonologia, o físico Paolo Di Lazzaro.
O especialista começou destacando as perplexidades que suscita o método usado pelos objetantes.
Eles usaram uma bolsa de sangue tratado com anticoagulantes e que parece água colorida. O anticoagulante é indispensável para conservar o sangue para transfusões.
Mas isso “não tem nada a ver com a situação do homem crucificado que se vê no Santo Sudário”, replicou o prof. Di Lazzaro.
“O homem do Santo Sudário foi torturado e estava desidratado, não comia nem bebia havia pelo menos um dia.
Foi submetido a um estresse: havia carregado o patibulum, o braço transversal da Cruz até o alto do Calvário.
Em consequência, seu sangue devia estar mais viscoso que o normal, e o escorregamento do sangue que saia das feridas pode ter tomado direções muito diversas do sangue fluidificado usado na experiência.”
O prof. Paolo Di Lazzaro junto com colegas cientistas do ENEA (Agência Nacional italiana para as novas tecnologias, a Energia e o Desenvolvimento Econômico Sustentável): “A objeção não é séria. Não se conhece a velocidade com que saiu o sangue das feridas do homem do Sudário. Portanto não se pode reproduzi-lo numa experiência, como pretendem Borrini e Garlaschelli.”.
“Outro dado importante que foi desconsiderado é o estado da pele do homem do Sudário”.
O vice-diretor do Centro Internacional de Sindonologia observa que não se pode fazer o teste que fizeram os objetantes sobre uma pele limpa e íntegra de uma pessoa em boa saúde.
Porque a pele de um homem torturado, desidratado, tumefacto é totalmente diversa.
“Sobre o Santo Sudário achamos restos de terra que provam que a pele do homem do Sudário tinha se sujado por causa de repetidas quedas.
“A pele do Crucificado devia estar recoberta de suor, suja de pó de terra, com inchaços e hematomas e cheia de crostas de sangue resultantes das feridas da flagelação”.
Borrini e Garlaschelli para “justificar” sua contestação usaram também um manequim.
Sobre ele fizeram escorrer sangue sintético com uma esponja visando imitar a saída do sangue na ferida do lado e concluir que a mancha de sangue do lado no Sudário não deveria se ter produzido do jeito que está.
Mas o vice-diretor do Centro Internacional de Sindonologia mostra que os objetantes trabalham com base em condicionantes desconhecidos e irreproduzíveis num laboratório.
O prof. Paolo Di Lazzaro dá as boas-vindas aos novos experimentos,
“mas – acrescenta – antes de tirar conclusões um cientista sério deve levar em consideração os limites do próprio experimento, os parâmetros desconhecidos e as configurações da pele e do sangue que são diferentes entre um homem torturado, desidratado e ferido, e outro homem em boas condições de saúde”.
Em suma, o experimento para desmoralizar o Santo Sudário não foi sério.
Prof.a Marinelli: grupos ideológicos financiam pesquisas pré-concebidas
A professora Emanuela Marinelli, estudiosa do Sudário de renome mundial, nem se incomodou com a montagem publicitária, quando procurada pelo “Vatican News”.
Para ela o uso de um manequim como os que servem para expor roupas nas lojas e o recurso a uma esponja embebida em sangue artificial “não tem rigor científico”.
Pesquisas análogas feitas sobre os cadáveres de homens mortos em circunstâncias parecidas forneceram “resultados diferentes aos de Borrini e Garlaschelli”, explicou de vez.
O espanto é como é possível que uma instituição do calibre da Universidade de Liverpool valide e publique uma palhaçada que pode minar a credibilidade de uma prestigiosa instituição.
Mas a prof.a Marinelli não hesitou: há grupos ideológicos que financiam, sem poupar esforços, pesquisas pré-concebidas, pré-construídas.
“Basta pagar para que as pesquisas sejam realizadas – explicou ela. E também há quem as publica para você. É inegável que por trás de algumas delas, se escondem grupos que querem fazer acreditar que o Sudário é uma falsidade histórica”.
Ela fornece como exemplo um documentário que nunca foi transmitido pela Radio Televisão Italiana (RAI) chamado “A Noite do Sudário” porque continha afirmações que confortavam a fé.
E ainda citou carta em papel timbrado da Cúria de Turim, em que o cardeal Anastásio Ballestrero, na época custódio do Sudário, “sustentava firmemente que em matéria de datação por carbono 14 (mais tarde refutada por várias pesquisas sucessivas, ndr), houve a mão da maçonaria que queria a todo custo provar que o Sudário era da época medieval”.
Em suma, observa “Vatican News”, há uma oposição contra o “verdadeiro Sudário da parte daqueles que querem negar não somente a Cristo, mas também a sua Ressurreição”.
Custódio Pontifício: contemplar o Sudário é como ler o Evangelho
Por sua vez, o Custódio Pontifício do Sudário, Dom Cesare Nosiglia, voltou ao problema, dizendo:
“No decorrer dos séculos, e com maior frequência nos últimos anos, existiram muitas tentativas de questionar a autenticidade do Sudário”.
Cabe aos cientistas e estudiosos sérios contestar no plano científico ou experimental a validade e solidez da pesquisa realizada.
“No entanto, tudo isso não afeta minimamente o significado espiritual e religioso do Sudário como um ícone da Paixão e Morte do Senhor, como o definiu o ensinamento dos Pontífices.
“Ninguém pode negar a evidência de que contemplar o Sudário é como ler as páginas do Evangelho que nos falam sobre a Paixão e Morte na Cruz do Filho de Deus”.
Marinelli: negam a verdade do Sudário porque negam a Cristo e Sua Ressurreição
O jornal britânico “Catholic Herald”, registrou que a prof.a Marinelli lembrou que o objetante Luigi Garlaschelli tinha promovido outra montagem contra a autenticidade do Santo Sudário financiado por uma associação italiana de ateus e agnósticos.
“É inegável, disse a especialista, que há grupos que se ocultam por trás desses estudos para fazer acreditar ao povo que o Santo Sudário é fruto de uma falsificação histórica”.
“Há uma antipatia contra a verdade do Sudário por parte daqueles que não só querem negar a Cristo, mas também Sua Ressurreição”, concluiu.