Ao falar do Santo Sudário, certa imprensa influenciada pela cristofobia aproveita para insistir num realejo desqualificado nos meios científicos.
Segundo esse realejo o Santo Sudário não seria mais do que uma falsificação medieval, comprovada por exames de datação feitos em 1988 com Carbono 14.
Esses testes com Carbono 14 foram rejeitados largamente pelos cientistas devido a graves defeitos de procedimento, reconhecidos, aliás, por um dos responsáveis.
Novos testes mais acurados com diversos procedimentos foram aplicados no Santo Sudário para apurar do modo mais preciso possível a sua datação.
Os resultados de uns e de outros foram objeto de um cruzamento visando à maior precisão histórica.
Os principais resultados obtidos por diversas autoridades da ciência foram apresentados em congresso promovido pela Universidade de Pádua em colaboração com as Universidades de Bologna, Modena, Parma e Udine, bem como pelo Politécnico de Bari, segundo informou o site Vatican insider.
Os resultados foram compulsados no âmbito do projeto de pesquisa intitulado “Análise multidisciplinar aplicada ao Santo Sudário de Turim: estudo da imagem corpórea, de possíveis poluições ambientais e das micropartículas típicas do Tecido de linho”.
O professor Francesco Lattarulo, do Politécnico de Bari, apresentou os resultados da análise praticada na dupla imagem corpórea (pela frente e pelas costas) impressa no Tecido.
Os resultados “demonstraram ser hoje impossível, do ponto de vista técnico-científico, reproduzir a Imagem. Porém, a hipótese mais respeitável considera que uma emissão de energia elétrica produziu o chamado ‘efeito corona’.
“Dessa forma, na Universidade Pádua foi possível gerar imagens similares às do Sudário a partir de um manequim 50% menor do original e submetido a descargas de 300 mil volts”, segundo os autores da experiência.
Trata-se obviamente de uma realização com técnicas do terceiro milênio, inexistentes em Jerusalém no primeiro século.
Os estudos sobre a datação do Santo Sudário foram guiados pelo professor Marco Riani, da Universidade de Parma, e “demonstraram com métodos robustos que o cálculo da datação com base no carbono 14 praticado em 1988 não é aceitável estatisticamente”.
ietro Baraldi e Anna Tinti, professores das Universidades de Modena e Bologna, descreveram que “foram praticados análises opto-químicas que atribuíram ao Santo Sudário uma origem entre os anos 300 a.C. (análise Ft-Ir com uma incerteza de quatro séculos) e o ano 200 a.C. (analises Ft-Ir com incerteza de ± cinco séculos).
“Também na Universidade de Pádua foi construída uma máquina especial capaz de medir as propriedades mecânicas das fibras do linho consideradas isoladamente (mais finas que um fio de cabelo humano) mediante testes cíclicos de tração”.
A análise comparada “de cinco propriedades mecânicas aponta a data do ano 400 d.C. com uma incerteza de ± quatro séculos)”.
Os resultados das análises mecânicas “cruzados com os das análises opto-químicas apontaram como data da Relíquia o ano 33 a.C. (incerteza de ± quatro séculos).
“O fato de a datação com base no Carbono 14 não ser aceitável cientificamente também fica demonstrado pela análise numismática das moedas bizantinas de ouro. Dela se deduz que o ourives que cunhou o rosto de Cristo na moeda de Justiniano II em 692 d.C. tinhauma probabilidade de apenas sete entre um bilhão de bilhões de fazer essa moeda sem ter visto o Santo Sudário”.
Após dez anos de trabalho, a pesquisa acabou chegando à conclusão de que o Santo Sudário pode ser verdadeiramente a mortalha sepulcral de Cristo.
A síntese das pesquisas foi publicada no livro Il mistero della Sindone (O mistério do Sudário, Rizzoli, pp.231), escrito recentemente a quatro mãos por Giulio Fanti, professor de Medições Mecânicas da Universidade de Pádua, e pelo vaticanista Saverio Gaeta, chefe de redação da revista Famiglia Cristiana, noticiou o jornal Padova Oggi.
No livro, os autores denunciam que a tentativa de datação em 1988, com base no Carbono 14, “foi invalidada por clamorosos erros metodológicos”.
A conclusão dos autores é de que a Mortalha envolveu um homem de maneira idêntica à narrada nos Evangelhos, na mesma época e no mesmo local registrado pelo Novo Testamento.
“Não é medieval. A novidade é que o Santo Sudário é do primeiro século depois de Cristo. (…)
“Publiquei este resultado em revistas científicas de nível internacional e, posto que os resultados do Carbono 14 não eram mais críveis, a Universidade de Pádua concedeu-me uma verba de 54 mil euros para tentar datações alternativas em colaboração com outras universidades italianas e a Universidade de Londres”, explicou o professor Fanti ao jornal Padova Oggi.