Em Lourdes se verifica que Nossa Senhora dá ao doente uma tal conformidade com a doença, que eu nunca ouvi contar o caso de uma pessoa que esteve em Lourdes e não sendo curada se revoltasse.
Pelo contrário, as pessoas voltam enormemente resignadas, voltam satisfeitas de terem ido fazer sua visita a Lourdes, e verem outras que foram curadas.
E até casos numerosos de pessoas que vêm de longe, vêm da Índia, vêm da América, vêm sei lá de onde para serem curadas, e que vendo ao lado outras que têm mais necessidade de serem curadas, pedem a Nossa Senhora isto: que eu não seja curado contanto que esse seja curado, e aquele seja curado.
Quer dizer, uma pessoa que aceita a doença, o sofrimento – a doença que leva alguém a Lourdes não é qualquer resfriado, mas uma coisa puxada, uma dor forte – e aceita isto em benefício do outro é um verdadeiro milagre de amor ao próximo por amor de Deus.
Um milagre moral arrancado ao egoísmo humano, e que é milagre mais estupendo do que uma cura propriamente dita.