Mentalidade sem gravidade, gozadora e festiva, e mentalidade séria, que tem em vista o fim último do homem.
Plinio Corrêa de Oliveira
Os personagens renascentistas apresentam-se habitualmente alegres, satisfeitos, despreocupados e olímpicos [à maneira dos deuses pagãos do Olimpo — o céu da mitologia grega.
A representação das mais características desse tipo de homem é o rei Francisco I, da França (1494-1547): alto, bonito, bem constituído, símbolo humano do otimismo, continuamente bem disposto em relação à vida terrena.
Ele se distingue profundamente do rei São Luís IX (1215–1270), também soberano francês: igualmente alto e belo, mas muito sério, casto, ameno no trato, sem nenhum desses otimismos superficiais, próprios dos renascentistas. Sua atitude manifestava que ele tinha sempre presente o fim último do homem — Deus e a bem-aventurança celeste.
Da atitude otimista do renascentista decorria um gosto permanente do prazer e a necessidade de estar continuamente se divertindo.
A vida de corte como o Renascimento a inaugurou consistia numa existência permanentemente festiva, em que o rei ocupa sempre o centro de uma grande festa, na qual a nobreza está sempre engalanada e o palácio real se torna um local habitual para os festins, nos quais vicejam as gargalhadas e o vício.
Na Idade Média também existia corte. Mas entendia-se por corte simplesmente o conjunto de dignitários que serviam o soberano, auxiliando-o no desempenho de suas altas funções. Tudo se passava num ambiente sério e digno voltado para a função superior da realeza, e que descartava a noção de festa contínua.