Deus Uno e Trino

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O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode dar-nos o seu conhecimento, revelando-Se como Pai, Filho e Espírito Santo. [1]

Nesse ponto, é de suma importância entender que, o centro de nossa Fé, está no mistério da Santíssima Trindade, e é por isso, que se faz necessário antes de prosseguirmos, entender o que é a Santíssima Trindade. O parágrafo acima nos diz que, só Deus pode Se revelar a nós, ou seja, ninguém seria capaz de descobrir que Deus é uma Santíssima Trindade, se Ele não nos tivesse revelado isso.

O que significa Deus ser uma Santíssima Trindade?

Deus é um único Deus, uma única essência, uma única natureza e uma única substância, porém possui três pessoas distintas, mas que tem a mesma essência, a mesma natureza, e a mesma substância, e com a mesma majestade, mas são diferentes.

Deus é um Mistério para todos nós, porque a Sua grandeza infinita não cabe na nossa inteligência limitada de criatura. Se entendêssemos Deus, este não seria o verdadeiro Deus. O Criador não pode ser plenamente entendido pela criatura; isto é lógico, é normal e é correto.

Nossa inteligência não consegue compreender tamanho mistério que é o da Santíssima Trindade, tanto é verdade que, depois de tentar de muitos modos desvendar o Mistério da Santíssima Trindade, Santo Agostinho em suas reflexões diz: “Deus não é para ser compreendido, Deus é para ser adorado”.

E esse pensamento é correto, pois Deus não cabe na nossa cabeça pequenina, porque Deus é infinito, pois isso, seria a mesma coisa que você tentar colocar um oceano inteiro dentro de um copo d’água, ou seja, não é o oceano que está errado, como muitos afirmam que o dogma da Santíssima Trindade está errado, é o copo que é pequeno demais.

A Encarnação do Filho de Deus (Jesus Cristo) revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai (consubstancial quer dizer mesma substância, mesma essência, e mesma natureza), isto é, que ele é no Pai e com o Pai o mesmo Deus único.[2]

O parágrafo acima nos mostra que, nós só conhecemos a Santíssima Trindade porque a Encarnação do Verbo (Jesus Cristo), foi quem revelou isso.

Por exemplo, quando Jesus foi batizado, nós podemos ver o Pai, o Filho e o Espírito Santo se manifestando. O Filho é batizado, o Espírito Desce em forma de uma pomba, e o Pai diz. “Este é meu Filho bem-amado, em quem Eu ponho toda a Minha complacência, todo o Meu bem querer”.

Então vejam que, Deus é quem nos revela a Santíssima Trindade. E depois, Jesus falou Dele, como filho amado do Pai, então Jesus deixou bem claro que ele era Filho, mas que também era Deus, tanto é que Ele morreu por dizer que era Deus. Quando as autoridades judaicas levaram Jesus diante de Pilatos, o que foi que disseram?

“Nós temos uma Lei, e segundo a nossa Lei ele deve morrer, porque sendo homem ele se fez Deus”.

E com isso, levaram Jesus a morte, porque Jesus disse: “Eu e o pai somos um”. “Antes que Abraão existisse, Eu sou” e essa expressão “Eu sou” no hebraico, quer dizer Iavé, e a expressão Iavé quer dizer, Eu sou aquele que sou.

E pelo motivo de dizer que era Deus, Jesus foi pregado na cruz, como um blasfemador, como alguém que estava violando as leis de Moises. Então, o mistério da Santíssima Trindade, isso é importante ficar claro, não foi um Papa que inventou, não foi um teólogo que inventou, não foi um bispo, não foi um santo doutor da Igreja, mas sim, foi revelado por Deus.

“O mistério da Santíssima é, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na “hierarquia das verdades de fé”.[3]

A parte que diz; “É, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé”, significa que, se você não entende, não no sentido de compreender tudo, o mistério da Santíssima Trindade, você acaba entendendo os outros mistérios errados, pois a Santíssima Trindade é a fonte de todos os outros mistérios.

“É o ensinamento mais fundamental e essencial na hierarquia das verdades da fé” isso significa que, entre todas as verdades da fé, como os dogmas, os sacramentos, o mais importante é o mistério da Santíssima Trindade.

Toda a religião está centrada em Deus, mas se você acredita em um Deus errado, tudo mais que você vai acreditar está errado. Isso é algo muito simples de entender. E aqui fica o questionamento, por que não é verdade que todas as religiões são verdadeiras?

A resposta é bem simples, nem todas as demais religiões tem o Deus Verdadeiro, pois, se você parte de um conceito de um deus não verdadeiro, a religião não se torna verdadeira. E por isso, é de grande importância termos em mente que “O mistério da Santíssima Trindade é a base de tudo”

Não querer ter a Santíssima Trindade como base essencial da fé, é a mesma coisa que, uma equipe de arquitetos e pedreiros, quererem começar a construir um prédio do topo e ainda acreditar que o mesmo se sustentará.

“A Trindade é um mistério de fé, um dos mistérios escondidos em Deus que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto”[4]

Resumindo esse ponto, ele nos diz que, ninguém poderia saber que a Santíssima Trindade é assim, se Deus não tivesse descido entre nós, e nos contado, ou revelado;

“Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece O Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11:27)

Então veja, quem que revela para nós o Pai? É o filho. E quem que revela o Filho? É o Pai. E o Filho também revelou o Espírito Santo, quando disse que enviaria o paráclito. “Eu vos enviarei o prometido de meu Pai, entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (Mt 24:49) E quando Jesus sobe aos céus, com sua ascensão, depois de 10 dias, Ele derrama o Espírito Santo no dia de pentecostes, então essa é a revelação da Santíssima Trindade.

Deus criou Jesus e o Espírito Santo?

Não se pode usar para nenhuma pessoa da Santíssima Trindade a palavra criou, porque, quem é criado não pode ser Deus, é criatura. Tanto é verdade que, em uma das partes na oração católica do Credo Niceno-Constantinopolitano rezamos; “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos; Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai.”

Isso significa que, Jesus, sempre foi gerado no seio do Pai, desde sempre, pois não houve um começo, sempre existiu. Porque quem começa é criatura, é um ser criado, ou seja, o ser criado, era um ser que não existia e a partir de um certo momento, passou a existir, por tanto, ele não pode ser Deus, é criatura.

O Verbo (Jesus), não é criatura, o Verbo é Deus, portanto, o Verbo sempre existiu. Então, desde que o Pai existe, o Filho existe e o Espírito Santo também, isso desde sempre. Portanto, nós não podemos falar de criado nem para o Pai, nem para o Filho e nem para o Espírito Santo, pois Deus é incriável, ou seja, as 3 pessoas da Santíssima Trindade, sempre existiram, e nunca foram criadas.

O verbo é a palavra de Deus que é Jesus Cristo. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1,1), ou seja, São João em sua primeira frase de seu evangelho, já nos diz que, o Verbo é Deus.

“A imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), ou seja, Jesus é imagem do Deus que a gente não pode ver, e que agora podemos ver. “O resplendor de sua glória e a expressão do seu ser” (Hb 1,3), essas são algumas passagens, que encontramos nas escrituras, que demonstram a beleza do Verbo Encarnado.

E o Concílio Ecumênico de Niceia no ano 325, que foi o primeiro concilio realizado pela Igreja Católica, nos mostrou que, o Filho é “consubstancial” ao Pai, isto é, um só Deus com Ele, e isso nos explica a frase de N. Senhor Jesus Cristo, quando diz “Eu e o pai somos um”(Jo 10:30)


[1] Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 261

[2] Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 262

[3] Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 234

[4] Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 237

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