InícioÚltimas notíciasCharme e grandeza da basílica de São Marcos em Veneza

Charme e grandeza da basílica de São Marcos em Veneza

Basilica-Venecia

A fachada foi construída com simplicidade de linhas.

São cinco arcos, dois iguais de cada lado e um no meio, um tanto maior.

O arco maior interrompe um pouco o curso do corrimão de um terraço que está em cima.

Mais para cima se encontram ogivas muito abertas, mas que conservam seu parentesco com a ogiva gótica comum pelo fato de terminarem naquela ponta.

A ponta reúne harmonicamente dois extremos de um movimento que tem um resto de ogival.

Veneza, San MarcoCada ogiva ― feita, aliás, de uma pedra branca linda ―, serve de teto para uma linda cena em mosaico, com fundo dourado representando cenas da vida de Nosso Senhor.

Entre arcada e arcada há umas pontas que dão uma leveza enorme ao teto.

Parece um teto que está para voar. Cada ponta dessas é trabalhada.

A moldura é toda também eriçada de pequenas pontas. Parece assim com as asas de inúmeras pombas que estão abrindo para voar levando consigo a Catedral mil vezes famosa. É uma verdadeira maravilha.

Em cada arco há uma portinha. Nenhuma portinha dessas está bem no centro.

Veneza, catedral de San Marcos, catedrais medievaisImaginem que um dedo malfazejo empurrasse essas portinhas bem para o centro.

Qual é a forma de talento por onde essas portinhas foram todas colocadas nessa dissimetria? Isso se chama propriamente gênio.

Essa dissimetria tem “charme” (encanto), do qual diz o francês: “o encanto mais belo que a própria beleza”.

A Catedral de São Marcos está cheia de “charmes”.

O que é que não é “charme” aqui? Só não é “charme” o que é grandeza. Mas o “charme” é o aliado natural da grandeza.

Veneza, cupula de San MarcoPorque a grandeza sem “charme” fica pesadona e o “charme” sem grandeza fica frívolo.

A cúpula tem grandeza e magnificência.

Ela seria tão pesada se que daria a impressão de um panelão.

Mas olhando a ponta da cúpula, a cruz no alto da cúpula, o jogo de várias pequenas cúpulas, a gente sente propriamente o “charme”.

É a incomparável Catedral de São Marcos.

 

Fonte: Blog Catedrais Medievais

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