Vinte e seis professores catedráticos de diversas áreas da Ciência, que lecionam ou trabalham em 14 universidades espanholas, publicaram um livro para rebater a suposta incompatibilidade entre a Religião e a Ciência, espalhada por alguns “cientistas materialistas”, informou a agência Infocatólica.
O livro veio à luz uma semana após o cientista Stephen Hawking defender que não acredita em Deus, nem na sua existência, e nem mesmo numa necessidade matemática de um Deus criador do universo, como afirmava outrora.
A declaração de Hawking teve certa repercussão, pois ele ganhou notoriedade sustentando uma espécie de necessidade da existência de Deus derivada das equações do Universo.
A hipótese de Hawking era digna de consideração. E foi muito bem recebida nos ambientes mais científicos, menos defensores da fé e do catolicismo. Agora, porém, Hawking decepcionou a todos eles.
Entre os autores do novo livro que põem as coisas em seu lugar, encontra-se o Prof. David Jou, catedrático de Física da Matéria Condensada na Universidade de Barcelona.
Aliás, ele é tradutor para o espanhol da obra de Hawking, tendo prefaciado todas as obras publicadas até hoje pelo cientista que agora adotou o ateísmo.
O livro “60 preguntas sobre ciencia y fe respondidas por 26 profesores de universidad” (“60 perguntas sobre ciência e fé respondidas por 26 professores universitários”) foi editado pela Editorial Stella Maris.
Os especialistas espanhóis sustentam que o conhecimento científico atual fornece dados que “analisados sem interpretações materialistas e ateias”, não são “de maneira alguma incompatíveis com a doutrina cristã”.
Para estes cientistas, “foram construídas com a ciência ideologias que vão muito além do que o dado empírico permite”.
“No transcurso da segunda metade do século XX e até o dia de hoje, temos podido comprovar em diversos campos – sobretudo nos relacionados com a cosmologia, e particularmente com as peculiaridades das leis da natureza – que o aumento da compreensão da estrutura do mundo, e não seu desconhecimento, fornece fundamento a linhas de pensamento que fazem uma ponte que vai da ciência até a teologia”, escrevem.
Segundo os autores, “pode-se afirmar que o cenário positivista que proclama a morte da religião como fruto da ciência não se cumpriu, e nem tem aparências de vir a se cumprir. Isto não é por uma casualidade, nem porque os cientistas ainda não perceberam como é que devem pensar”, mas porque “é errado supor que os pontos de partida do pensamento religioso radicam no desconhecimento da ciência”.
Em mais de 400 páginas, o livro refuta as principais dúvidas que o ateísmo montou contra a religião a partir de uma pretensa evidência científica.
Neurociências, biologia, cosmologia, estatísticas ou física quântica, entre outras, são matérias que especialistas analisam ponto por ponto para defender uma posição legítima.
Outros autores do livro são:
– Manuel Alfonseca, professor catedrático de Linguagens e Sistemas Informáticos da Universidade Autónoma de Madri;
– Ignacio Sols, catedrático emérito de Álgebra da Universidade Complutense;
– Francisco J. Soler Gil, que ensina Lógica e Filosofia da Ciência nas universidades de Bremen e Sevilha;
– Aquilino Polaino, catedrático de Psicopatologia na Universidade CEU-San Pablo;
– Julio Gonzalo, catedrático de Física de Materiais da Universidade Autónoma de Madrid;
– Nicolás Jouve de la Barrera, catedrático de Genética na Universidade de Alcalá; e
– Ignacio García-Jurado, catedrático de Estatística e Investigação Operativa da Universidade de La Coruña.