Se imaginássemos essa casa, que está com o telhado para baixo, na sua posição normal — portanto com o telhado para cima —, que aspecto ela apresentaria? — Uma impressão perfeitamente banal. Seria mais uma dessas casas pelas quais passamos sem notar nada de especial.
Posta de cabeça para baixo, entretanto, causa a impressão de um delírio, de uma loucura. Provoca a ideia de que todo bom senso está de cabeça para baixo, todo equilíbrio mental está invertido, e de um mundo transformado em manicômio.
Um problema levantado.
Mas isso levanta um problema: quem são os loucos? Os que estão se tratando dentro do manicômio e que acham isso normal? Ou aqueles que estão fora do manicômio e que não estranham isso?
Mais precisamente a pergunta é esta: quem olha para este edifício e gosta, é louco? Pois um louco, se pudesse desenhar uma casa, poderia desenhá-la assim invertida.
Então, os homens que não são loucos, mas que julgam isso interessante e até mandam construir casas assim, o que eles são? São loucos? Tratando-se com eles, percebe-se que não são. Então, como é que chegam a gostar de algo que só um louco aprecia?
São pervertidos de alma. A perversão da alma costuma estar ligada à impureza. A impureza ocasiona uma grave perversão de espírito. Mas, não é só impureza, é a falta de bom senso, de lógica, de amor às coisas na ordem que lhes é própria.
___________________________________________________________________
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 9 de agosto de 1986. Sem revisão do autor.