São Casimiro, príncipe polonês nascido em 1458, foi o terceiro filho de Casimiro III, rei da Polônia, e Isabel da Áustria, filha do imperador Alberto III.
O jovem príncipe, criança ainda, dedicou-se a prática de mortificação e piedade, usava um cilício sobre seus trajes, o corpo e seu espírito era tão muito unido a Deus que sua paz interior se manifestava numa grande serenidade do rosto, amava profundamente a Igreja e uma coisa lhe tornava cara a partir do momento em que a glória de Deus fosse dela objeto.
Devoto da Paixão de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem, compôs em honra da Mãe de Deus um hino que recitava e cantava frequentemente, pedindo que ao morrer colocassem uma copia dele junto ao seu túmulo.
Ao completar Casimiro 13 anos, os húngaros descontentes com seu rei Matias, quiserem levar o santo ao trono de seu país. Seguiu o jovem à frente de um exercito para a Hungria para sustentar os direitos dessa eleição.
Mas na fronteira deste país soube que o rei húngaro reconquistara a estima de seus filhos, e que além disso o papa Sixto IV se declarava pelo rei destronado e reprovava a expedição.
São Casimiro faleceu ao 24 anos de idade em 1483, tendo até o fim de sua vida se recusado a casar. Predisse a sua morte e para ele preparou-se particularmente.
Cento e vinte anos após a sua morte, seu corpo e as ricas vestes com que fora enterrado foram encontrados intactos, construindo-se riquíssima capela de mármore para conservação dessa relíquia. É padroeiro da Polônia e modelo de pureza para a juventude.
Há uma categoria de santos que nascem e se tornam exímios na prática de uma virtude para dar exemplo a toda a Igreja.
Mas, para que a atenção dos fiéis não se desvie deste ponto central, estes santos morrem relativamente cedo, e a sua vida fica circunscrita à prática daquela virtude.
Estes santos nos mostram uma ação de presença na Igreja difundindo o aroma dessa santidade não só enquanto estão vivos, mas depois de mortos.
A vida deles tão precocemente imolada e, em geral, oferecida em benefício da Igreja Católica é um elemento preciosíssimo para a salvação das almas.
A ação, agir, é precioso, mas não é o mais precioso de tudo.
O valor de uma realização interior que justifica inteiramente a existência, embora externamente não se tenha feito nada, isto é o ensinamento que santos como São Domingos Sávio, São Casimiro, São Luís Gonzaga, e tantos outros nos trazem à mente.
É um aspecto desse sol de santidade que é a Igreja Católica Apostólica Romana.
Há outro aspecto: a atitude de São Casimiro vestindo roupas régias, e levando cilício por baixo.
Há ai o equilíbrio do verdadeiro santo. Ele quer fazer penitência, mas sua condição lhe impõe que se vista com pompa principesca.
Como ele não é um progressista, como ele não é um filho das trevas, ele usa tudo quanto é necessário para seu estado. A penitência ele faz também, mas como coisa oculta.
Este santo teve dificuldades com o pai. O pai dele queria que ele conquistasse a Hungria.
São Casimiro, porém, compreendeu por uma razão que para o pai dele parecia frívola, que o Papa dava razão a um outro.
Então, invadindo a Hungria, ele seria um usurpador, e não queria conquistá-la. Havia uma oposição entre a atitude do pai e o desejo do Papa. Como resolvê-la?
Ele foi muito jeitoso. Ele ficou rezando três meses fora até que as coisas acalmassem e depois voltou.
Houve aqui um santo apuro e depois um santo ardil, que devem servir para nós de inspiração.