Na fragilidade do mundo atual, ninguém se sente seguro. Pessoas passeando à noitinha por Copacabana são atropeladas por carro desgovernado. Resultado: pânico, morte de um bebê, 16 feridos. Automóvel sobe numa calçada e mata casal em Brasília. Caminhando por uma grande cidade e ser vítima de bala perdida, isso pode acontecer e acontece em qualquer lugar do mundo.
Para o “Los Angeles Times”[ii], as crescentes tensões entre os dois países forçaram o Havaí a se preparar para a possibilidade de um real ataque nuclear. A TV alerta os habitantes para que nessa eventualidade entrem nos abrigos e ali permaneçam. E eis que uma sirene de alerta nuclear [foto abaixo], relíquia da Guerra Fria, acenou em dezembro último para um teste em mais de três décadas.
Com efeito, os títulos e subtítulos do jornal “Los Angeles Times”, em letras garrafais, foram muito chamativos: “Por quase 40 minutos, o Havaí achou que o fim estava próximo. Por que demorou tanto tempo para se darem conta de que o alerta de mísseis não passava de um erro?”
O influente diário narra que os habitantes do arquipélago, em lágrimas, começaram desesperadamente a buscar abrigo removendo tampas de poços, chegando a descer crianças em bueiros numa tentativa de protegê-las da ameaça candente. A insegurança tornou-se generalizada.
Em comunicado, o governador disse à população que se tratou de um dia inesquecível. Dia terrível, quando os piores pesadelos pareceram se tornar realidade: “Dia em que agarramos freneticamente o que pudemos, tentamos descobrir como e onde nos abrigar e nos proteger”.
Desculpando-se do melhor modo que pôde, o governador ainda afirmou: “Sei de primeira mão como a falsa notícia afetou todos nós aqui no Havaí, e sinto muito a dor e a confusão que isso causou. Muito desagradado, farei de tudo para melhorar os sistemas de emergência”.
O espantoso foi a facilidade da ocorrência de erro tão desastroso. Segundo a mesma fonte, o falso alarme aconteceu em decorrência de um funcionário ter apertado um botão por engano durante testes de rotina, e só foi alertado muito tempo depois pelo seu próprio celular.
Há males que vêm para bem, diz o adágio. Notícia publicada no site Life Site News[iii] afirma em seu titular que o medo do míssil concorreu para encher as igrejas do Havaí, tendo provocado filas imensas de pessoas para a confissão que chegaram a se estender até fora de suas portas.
O alerta do míssil fez inúmeras pessoas entrarem em pânico, e com o pensamento da morte iminente, acabou por obter algo difícil, ou seja, levar os fiéis à frequência dos sacramentos, de modo particular ao da Confissão. No dia seguinte, era domingo, as Missas foram muito concorridas.
Uma amostragem do estado de espírito das pessoas, Life Site News entrevistou Dallas Carter, um habitante de Honolulu que, com a mulher e cinco filhos, ao ouvir o alarme, teria exclamado: “Oh! Não! Eu ainda não me confessei!” Pelo visto, essa teria sido a atitude de muitos dos católicos no arquipélago.
Dallas Carter disse ter aprendido uma lição com o susto: “Não podemos brincar com a graça. Temos de nos achar em estado de graça, portanto preparados. Não significa ficar de joelhos e não se abrigar. Mas ter a parte espiritual em dia. O maior recurso para situações como essa é a oração, especialmente à Santíssima Mãe, que não deixa seus filhos sofrerem e passarem por algo que não seja a vontade de Deus”.
De fato, um bom sacerdote não poderia ter dado um conselho mais apropriado.
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[i] O Globo, domingo, 14 de janeiro de 2018.
[ii] http://www.latimes.com/nation/la-na-hawaii-missile-alert-20180113-story.html
[iii] https://www.lifesitenews.com/news/hawaii-missile-scare-fills-churches-sends-confession-lines-out-the-door
Fonte:IPCO