Desta forma passa a ser o 68º milagre reconhecido oficialmente pela Igreja.
“Eu julgo e declaro que a cura de Soror Luigina Traverso, acontecida em Lourdes no dia 23 de julho de 1965, é milagrosa e deve ser atribuída à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, Imaculada Mãe de Deus e nossa Mãe, e que esta ocorrência vem a ajudar a fé do povo cristão”, diz o prelado em seu documento.
Nos mesmos dias, em 12 de outubro de 2012, o bispo diocesano de Lourdes D. Nicolas Brouwet, acompanhado pelo Reitor dos Santuários, Pe. Horacio Brito e pelo médico Dr. Alessandro de Franciscis, responsável permanente do Bureau de constatações médicas dos Santuários de Lourdes, deram uma conferência de imprensa.
Ele não somente deve ponderar as opiniões dos médicos, mas os frutos espirituais da cura inexplicável pela ciência.
Só depois que emite seu julgamento com a autoridade que o Direito Canônico lhe confere. E, neste caso a conclusão foi positiva.
O Dr. Alessandro de Franciscis explicou o caso médico da Irmã Luigina Traverso: ciática lombar esquerda paralisante, hérnia de disco, pé paralisado, diversas intervenções cirúrgicas na coluna vertebral sem resultado.
A irmã Luigina Traverso, religiosa salesiana, nasceu em 1934. Em julho de 1965 ela se encontrava “gravemente doente” e só ficava de maca, não andava e fora operada diversas vezes sem sucesso.
“Pouco antes de viajar para Lourdes, contou ela, eu fui fazer um check-up que deu: ‘Paciente em condições gerais graves, pálida, hipotensa, com cicatriz cirúrgica fresca e seca… rigidez e contração do trato lumbosacral da coluna. Mobilidade reduzida dos pés em virtude de paralise dos músculos tibiais anteriores… Hipoeficiencia do sural e do tibial posterior’”.
A Irmã Luigina peregrinou a Lourdes e tomou banho nas piscinas do santuário, como Nossa Senhora pediu a santa Bernadette.
Em 23 de julho, na Bênção dos Doentes, enquanto o sacerdote passava com a hóstia consagrada na procissão eucarística, ela sentiu um “forte calor em seu corpo e o desejo de se levantar”.
A freira passou a se sentir melhor, voltou a movimentar o pé, e a dor desaparecia.
Ele foi levada de volta ao seu quarto e, na presença do chefe da peregrinação, Dr. Danillo Cebrelli, e do bispo Dom Lorenzo Ferrarazzo, recebeu uma ordem explícita: “Irmã Luigina, se a senhora quiser receber a bênção, deve se levantar e ajoelhar-se para rezar”. A irmã deixou imediatamente a cama e se ajoelhou.
“Ela sentiu – explicou o Dr. de Franciscis – uma intensa sensação de calor e de bem-estar, se sentiu curada. Ela não ousou falar isso às assistentes que a acompanhavam. Voltando a seu quarto, ela chamou ao capelão de sua peregrinação e lhe pediu uma benção pois ela achava que podia mover o pé. O sacerdote que a conhecia bem, intuiu a coisa e enquanto sorria lhe ordenou sair da cama. Que só então ele daria a benção. Soror Luigina então saiu do leito para se por de joelhos diante do padre”.
Em 27 de julho de 1965 – portanto quatro dias após a cura miraculosa – o professor Claudio Rinaldi registrou “boas condições gerais […] articulações inferiores totalmente móveis com igual força e simetria […] sensibilidade normal”.
Desde aquela data, a Irmã Luigina nunca voltou a ter qualquer tipo de manifestação da doença.
Em julho de 2010, muitos anos após a abertura do processo médico de análise, durante a peregrinação da associação Oftal, da Itália, o caso da Irmã Luigina Traverso foi julgado pelo “Bureau Medical”.
Este votou por unanimidade pelo reconhecimento da “cura completa e permanente”.
Quase meio século depois, a Irmã Luigina puxa carrinhos de doentes em Lourdes.
Alberto Busto, presidente diocesano da associação Oftal, que organiza muitas romarias a Lourdes, agradeceu também “o olhar amoroso de Maria pela cura extraordinária de Ganora Evasio, acontecida em 2 de junho de 1950 e solenemente reconhecida pela Igreja como milagre em 1955”.
Em 19 de novembro de 2011, em Paris, o Comité Médico Internacional de Lourdes (CMIL) confirmou o “caráter inexplicável da cura posto o estado atual dos conhecimentos da ciência”.
O bispo de Lourdes transmitiu então ao bispo de Casale Monferrato o julgamento final dos médicos do CMIL
Soror Luigina é assim a 68º miraculada de Lourdes.
Hoje estão em vida nove miraculados oficialmente reconhecidos: Louise Jamain, Francis Pascal, Yvonne Fournier, Marie Bigot, Elisa Aloi, Juliette Tamburini, Vittorio Michelli e Delizia Cirolli.
Com este reconhecimento até agora houve sete milagres a italianos em Lourdes reconhecidos pelos bispos diocesanos respectivos.