Na Europa medieval, as vidas dos conventos e dos castelos, dos santos e dos heróis se entrecruzaram indissoluvelmente. Por exemplo, o mosteiro do Escorial. Ele, aliás, não é medieval. Mas foi feito por homens que tinham mentalidade medieval. É, ao mesmo tempo, um convento e a residência pessoal do rei mais poderoso da Terra no seu tempo: Filipe II da Espanha. Sem dúvida o Escorial é muito bonito. Mas, a gente pode pensar na salinha do Escorial, ou num dos salões, e ali imaginar Filipe II lendo uma carta de Santa Teresa de Jesus.
A gente pode imaginar por perto um Núncio gordalhão, bonachão, renascentista, contrário à reforma dos Carmelos, fazendo suas manobras. E Filipe II, que tinha uma alma maior do que todo o Escorial, decidindo. Santa Teresa de Jesus e Filipe II: havia uma junção entre essas duas almas, porque Santa Teresa era ainda mais Escorial do que Filipe II. Ela encarnava o Escorial do Céu que olha para a Terra e Filipe II representava o Escorial da Terra que fica olhando para o Céu. No Escorial há um entrecruzamento do temporal com o religioso. Por causa disso, a ordem temporal era sacral. Ela reconhecia e afirmava que nada de válido e autêntico podia brotar a não ser da verdadeira visão da Religião Católica, que os santos tiveram nos seus conventos.
Então nasciam as maravilhas da Civilização Cristã sob a sombra benigna e materna das instituições da Igreja Católica. Foi assim que os santos geraram uma civilização católica, que antes de nascer palpitava na alma de santos como São Bento, São Remígio, e tantos outros. Foi a junção da Europa medieval com a Igreja e a Religião que trouxe a paz de Cristo ao mundo. No Céu nós teremos a Visão Beatífica e o Paraíso Celeste. Deus achou que a Visão Beatífica seria bem completada com o Paraíso Celeste. A prefigura da visão beatífica são as graças sobrenaturais. E a prefigura de Paraíso Celeste é a Civilização Cristã. Fonte : Blog Castelos Medievais