Objeção: “Que reducionismo estreito deste grupo…pois para compreender o comunismo deve-se primeiro entendera diferença dialética entre socialismo real e os diversos pensamentos socialistas escritos desde Proudhon.Em segundo lugar o comunismo é um sistema não de um estado totalitário…”
Recebido em 3/8/99Que reducionismo estreito deste grupo…pois para compreender o comunismo deve-se primeiro entender a diferença dialética entre socialismo real e os diversos pensamentos socialistas escritos desde Proudhon. Em segundo lugar o comunismo é um sistema não de um estado totalitário, mais de uma democracia real em que os direitos são igualitários em sua essência. E por favor estudem um pouco mais de história e filosofia pois senão vcs serão apenas um bando de pseudos intelectuais de direita, que apartir de generalidades constróem um pensamento muito próxima dos sofistas aqueles em que sócrates soube perfeitamente ironizar. P. Y. |
* Resposta
Respondido em 3/8/99
Prezado P., Salve Maria!
Recebemos o seu e-mail com algumas ponderações sobre nossas atividades.
Você nos acusa de “reducionismo” por sermos contrários ao comunismo, que é um sistema totalitário. Soma-se a isso, você nos aconselha a estudar um pouco mais de história e de filosofia.
O problema, Paulo, pelo que vejo, é que você não conhece Marx. Proudhon tinha uma linha um pouco diferente de Marx, mas defendia o mesmo sistema igualitário, apenas por ‘caminhos’ diversos.
Aconselho-o a ler Aristóteles, que soube demonstrar como as idéias igualitárias socialistas estavam em contradição com a lei natural e social. Você encontrará assuntos muito interessantes no livro “A Política”.
Sobre a dialética, acho que você não conhece muito filosofia. Normalmente, um militante de esquerda conhece um pouco de filosofia, sociologia e política, mas sempre se detém na superficialidade.
A filosofia de Sócrates, Paulo, não é dialética como a de Hegel. Aliás, só temos acesso aos livros de Sócrates através de seu discípulo, Platão.
Sabia que Platão dividia a sociedade em 3 classes distintas? E que estas classes eram verdadeiras castas?
Acho que você não leu direito Sócrates. É verdade que na classe dos guerreiros (que seriam os nobres), Platão parece ser um pouco igualitário. Todavia, na classe dos operários, existem os que cuidam de acumular riquezas. E, sobretudo, não é nada igualitário dizer que os filósofos é que governariam a sociedade, acima dos interesses dos guerreiros e dos operários. Os filósofos não consultariam o povo para decidir. Portanto, não eram nada igualitários.
Você conhece o que era o “ostracismo”? Era um sistema ‘democrático’ em que o povo colocava o nome de quem deveria sofrer o ‘ostracismo’ em uma ostra. A democracia igualitária mandou para o ‘ostracismo’ sócrates, aquele que sabia ironizar os sofistas igualitários e democráticos (Aristóteles chamava-os de demagogos).
A dialética hegeliana é oposta à filosofia aristotélica e implica na negação do princípio de contradição. Como vejo que você deve ser um estudante de filosofia e de história, acho que não preciso explicar as conseqüências dessa oposição…
A idéia de “direitos iguais” não é comunista, mas liberal. O comunismo pregava a igualdade e não os “direitos iguais”. Aliás, nem Proudhon e nem Marx concordavam com os “direitos iguais”. Eles propuseram um sistema comunista, onde a igualdade não se restringia aos “direitos”, mas era uma utopia social. Marx, para seu plano, utilizava-se da força.
Hoje, existem os comunistas revisionistas, mas que apenas se metamorfosearam, sem perder o seu fundo marxista.
Os pensamentos socialistas começaram muito antes de Proudhon. Desde o início do mundo. Foram melhor explicitados com os “anabatistas”, que era um movimento protestante de índole comunista. Na Revolução Francesa, Babeuf também foi um grande teórico do socialismo.
Portanto, acho que em nível de estudo histórico, você precisa refazer seus conceitos…
Sobre o socialismo real e o socialismo utópico, lembro que Marx dizia ser impossível implantar o socialismo sem ser através da força, da “Ditadura do Proletariado”.
Bem, acho que não é necessário explicar tantos detalhes para um estudioso desses assuntos, como você pareceu ser…
Esperando tê-lo ajudado a entender um pouco mais da filosofia e da história, sem se deter tanto em generalidades, despeço-me,
In Jesu et Maria,
Frederico Viotti
Frente Universitária Lepanto
Pessoal, parabenizo pelo ótiumo trabalho e ressalto a dureza extrema de “debater” com defensores de marxismos, socialismos e congêneres.
Todavia, gostaria de reparar, se me permitem, uma informação equivocada na resposta acima. O termo “ostracismo” deriva, de fato, de “óstraka”, que nada tem a ver com ostras, mas com um tipo de pedra na qual se escrevia o nome de um sujeito condenado ao exílio e esquecimento por conta de uma questão politica. Isto posto, saliente-se, ainda, que Sócrates não foi condenado ao ostracismo, mas à pena capital por envenenamento, coisa, aliás, que devem saber.
De resto, elogio a perfeição das respostas. Aliás, os que defendem ardorosamente o regime cubano ainda insistem em mencionar o embargo americano como culpado pelo fracasso econômico da ilha caribenha. E fazem isso imediatamente após ter descarregado toda a ira esquerdista contra os Estados Unidos, a quem responsabilizam todas as mazelas do mundo. Segundo esses fanáticos, o “império capitalista” só quer saber de explorar os outros povos e enriquecer às custas destes. Que curioso! Os adoradores do socialismo reclamam da ausência de comércio com o malvado império capitalista. Ou seja, o problema de Cuba é a ausência de mercado com o país que só quer saber de dinheiro. Ignorância, fanatismo ou cretinice?
Grande abraço