O uso intensivo de jogos de computador por jovens chineses está causando danos que alarmam até as autoridades comunistas, escreveu a jornalista Jane E. Brody, de The New York Times.
Médicos chineses julgam que a adição aos videojogos configura um transtorno clínico quando os jovens passam várias horas por dia diante dos monitores.
O regime promoveu a sistematização de mais de 400 centros de reabilitação para afastar as jovens vítimas da influência dos aparelhos eletrônicos durante meses.
O valor do tratamento não está demonstrado, mas os casos apresentados têm as características de uma forma de dependência comparável à dos drogados.
O documentário “Web Junkie”, filmado num desses centros, registra casos patéticos de deformação moral e psicológica. Ver embaixo o vídeo completo ou síntese abreviada.
Porém, esses centros do governo socialista não transmitem uma boa imagem. Eles se assemelham extraordinariamente a campos de concentração pelo ambiente sórdido e o regime ditatorial.
Em problemas como esses, só a doçura da caridade cristã pode garantir um bom tratamento e o abandono dos vícios, até os mais arraigados.
O método dirigista chinês é o oposto dos procedimentos inspirados pela caridade católica.
Nos países ocidentais já não há dúvida de que os jovens fãs dos videojogos, que ficam longamente diante do monitor, estão tendo a saúde prejudicada e o desenvolvimento ameaçado.
O problema é que a relação com as engenhocas digitais começa já com os bebês, que ganham tablets e celulares para diversão ou “aprendizado”.
A Academia Americana de Pediatriapublicou em 2013 um estudo (“Children, Adolescents, and the Media”) onde analisa estatísticas da Kaiser Family Foundation.
Segundo elas, uma criança entre 8 e 10 anos de idade fica em média oito horas por dia diante de diferentes equipamentos eletrônicos.
A TV ainda é a mais assistida, mas computadores, tablets e celulares vão ganhando espaço.
Os pais acham que o costume se justifica pelo efeito tranquilizante dos eletrônicos sobre as crianças, mas não percebem o potencial danoso de tantas horas passadas num mundo virtual intrinsecamente irreal.
“Estamos dando distrações às crianças, em vez de ensiná-las a se acalmar”, disse Catherine Steiner-Adair, psicóloga clínica de Harvard.
A Academia Americana de Pediatria sustenta que antes dos dois anos de idade, as crianças não devem ser expostas a nenhuma mídia eletrônica.
A Academia explica que “o cérebro da criança se desenvolve rapidamente nesses primeiros anos, e crianças pequenas aprendem mais interagindo com as pessoas, não com telas”.
A tecnologia é um pobre substituo do relacionamento pessoal.
Para a entidade pediátrica, crianças mais velhas e adolescentes não deveriam gastar mais do que duas horas por dia com esse tipo de entretenimento.
O uso pesado de eletrônicos pode ter efeitos negativos até no comportamento, na saúde e no desempenho escolar dos pequenos.
“Quanto mais crianças se comunicam por meios eletrônicos, mais elas se sentem solitárias e deprimidas”, diz Kristina E. Hatch, pesquisadora da Universidade de Rhode Island (EUA).
As consequências físicas incluem dores nos dedos, no pulso, no pescoço e nas costas, especialmente nos atingidos pela “epidemia” das mensagens de texto.