Estaríamos sós no Universo Sideral?

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Novos rumos na Ciência indicam: haveria vida inteligente apenas na Terra.

Desde o momento em que o primeiro homem contemplou as estrelas, até hoje, a profusão delas tem sugerido muitas cogitações. Dentre estas, em muitos espíritos aflorou a seguinte indagação: nós, seres racionais, estaremos sós no Universo Sideral?

Por um lado, parece difícil imaginarmo-nos sós, quando sabemos que as numerosíssimas estrelas visíveis a olho nu são apenas parcela ínfima das incontáveis galáxias com bilhões de estrelas. Por outro lado, de quando em quando são difundidas novas descobertas que sugerem hipóteses sobre a existência de outros sistemas solares com planetas, se não com vida igual, ao menos semelhante à da Terra. Não seria uma pretensão descabida nos imaginarmos os únicos habitantes vivos dotados de inteligência e vontade, no Universo Sideral?

Para ilustrar uma tendência generalizada em certos meios científicos atuais, tomemos a seguinte notícia: Planetas como a Terra podem ser comuns na galáxia (“O Estado de S. Paulo”, 21-2-01). Nela se afirma:

1. Astrônomos da Universidade de Toronto, em reunião da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em São Francisco, anunciaram que“mais da metade das 100 bilhões de estrelas da Via Láctea podem ser orbitadas por planetas de tamanho similar ao da Terra”.

2. Isso “favorece a tese de que pode haver vida abundante em outros sistemas planetários”. Porque, tendo os cientistas canadenses estudado a luz emitida por estrelas semelhantes ao Sol, “concluíram que pelo menos metade delas — e possivelmente até 90% — em toda a galáxia queimam grandes quantidades de ferro, um indício da presença de planetas rochosos como a Terra”. Acrescenta o coordenador do estudo, Norman Murray: “É mais uma indicação de que a vida pode ser comum na nossa galáxia” (os destaques nesta e nas demais citações são nossos).

3. Um dado concreto que pareceria confirmar essa tese: “A equipe analisou a luz de 640 estrelas e encontrou evidências de queima de ferro em 466 delas. Os resultados foram então extrapolados para abranger toda a galáxia”.

Como se sabe que para haver vida é necessário água, a notícia prossegue: “Um outro grupo de cientistas anunciou ter encontrado moléculas de carbono e grandes quantidades de vapor d’água — dois dos principais ingredientes para a vida — próximo de regiões de formação de estrelas. ‘Isso fortalece bastante a possibilidade de existir vida além do nosso sistema’, disse o pesquisador Martin Kessler, da Agência Espacial Européia”.

Vida banal em toda nossa galáxia?

Quer dizer, da Califórnia à Europa a comunidade científica pareceria afirmar que a vida poderia ser algo recorrente em toda a nossa galáxia e, portanto, banal. Equivocar-se-iam, pois, os que pensam que nosso mundo tenha algo de especial e único. Nós, na realidade, seríamos como ervas que brotam em qualquer lugar, sujeitos à extinção ou a “nascer” por impacto de asteróides ou cometas, como certos cientistas acreditam ser o modo como se originou a vida em nosso planeta.

A notícia não nega uma divindade criadora nem uma Providência divina. Ela ignora inteiramente a questão. E se a realidade for como a descrita, a grandeza do drama que se desenrola sobre a Terra, de uma humanidade criada para glorificar a Deus, decaída pelo pecado de nossos primeiros pais e redimida por Nosso Senhor Jesus Cristo, pareceria enormemente reduzida. Essa impressão se forma, ainda que difusamente, em quem lê notícias similares à citada.

Desfazer impressões difusas é extremamente árduo. Contribuem para isso múltiplos fatores, um dos quais convém analisar: o triunfo da ciência sobre a “ignorância”. Essa impostação poderia ser reduzida a uma regra de três: assim como, no passado, as teorias de Copérnico e Galileu“venceram” a ignorância e desfizeram o mito de que a Terra era o centro do Universo, também agora, quem não concorda com a visualização sugerida pelas descobertas científicas atuais arrisca-se a ter, no futuro, de reconhecer seu erro e pedir perdão…

Consideremos, porém, a citada notícia: existe alguma prova apresentada em favor da tese de que há vida abundante no Universo? Nenhuma. Na realidade, os cientistas em questão baseiam-se em indícios eextrapolações para chegar à conclusão (apressada) de que existiriam“bilhões de sistemas solares com potencial para abrigar a vida”, ainda que “apenas 1% das estrelas da Via Láctea tiver planetas rochosos à sua volta” (OESP, ib.). Que credibilidade dar a isso? É o que veremos a seguir.

Obras científicas contra-corrente: silêncio da mídia

Há algo de novo nos próprios meios científicos — dentre os mais qualificados — e que abala as “certezas” midiáticas. Como era previsível, esses novos estudos e publicações têm pouca ou nenhuma repercussão junto à mídia brasileira. Esta, de modo especial, só tem“olhos” para aquilo que ela quer ver. E vendo, silencia fatos que lhe são desfavoráveis, apresentando apenas o que lhe convém. Não fosse assim, já teríamos repercussões a propósito do que ocorre nos meios científicos e editoriais dos Estados Unidos e da Europa — conforme noticiamos em artigo anterior sobre evolucionismo e criacionismo (cfr.Catolicismo, nº 596, agosto de 2000) —, onde um número crescente de cientistas vem publicando estudos, livros e artigos contestando dogmasevolucionistas.

Recentemente veio a lume um livro que trata exatamente desse tema:Rare Earth: Why Complex Life Is Uncommon in the Universe (Sós no Universo: Por que a vida complexa é incomum no Universo), 333 pp., publicado pela editora Copernicus, em 2000. Os autores são dois cientistas norte-americanos, Peter D. Ward e Donald Brownlee, ambos professores da Universidade do Estado de Washington, em Seattle. O paleontólogo Ward é professor de Ciências Geológicas e especialista em extinções maciças. Brownlee é professor de Astronomia, e lidera a missão Stardust (Poeira de Estrelas) da NASA, e é especializado no estudo das origens de sistemas solares, de cometas e meteoritos. É membro da Academia Nacional de Ciências.

O enfoque adotado pelos professores Ward e Brownlee é muito original. Convencidos de que a vida no Universo é menos disseminada do que se supõe, resolveram explicar o porquê. Com franqueza admitem: “Não podemos provar” que a vida animal seja rara no Universo. Prova é algo raro em ciência. Nossos argumentos são post hoc, no seguinte sentido: examinamos a história terrestre e procuramos chegar a generalizações a partir daquilo que vimos aqui” (op. cit. p. IX).

Contraponto à mediocrização da Terra (e do homem)

E prosseguem: “Nós manifestamos uma posição muito pouco adotada, mas cada vez mais aceita por muitos astrobiólogos. Formulamos uma hipótese zero face às ruidosas afirmações, quer por parte de muitos cientistas como pela mídia, de que a vida — …. quer de alta ou baixa inteligência — está por aí, ou mesmo que animais simples como vermes sejam freqüentes por toda parte. Talvez, apesar das incontáveis estrelas, nós sejamos os únicos animais ou, pelo menos, estamos entre os poucos escolhidos. Aquilo que tem sido qualificado de Princípio de Mediocridade— a idéia de que a Terra é apenas uma entre miríades de mundos semelhantes que contêm vida — merece um contraponto. Daí a razão do nosso livro” (pp. IX-X).

A notícia que citamos acima apresenta como novidade as estimativas de que bilhões de estrelas em nossa galáxia teriam planetas. Entretanto, conforme registram os autores de Sós no Universo, dois astrônomos, Frank Drake e Carl Sagan, nos anos 70, já levantavam essa mesma hipótese, e iam além: a vida inteligente deveria ser comum e difundida por toda a galáxia. “Carl Sagan estimou, em 1974, que um milhão de civilizações poderiam existir apenas em nossa Via Láctea. Dado que nossa galáxia é uma em centenas de bilhões de galáxias no Universo, o número de vida inteligente de espécies diversas seria enorme” (p. XIV).

“Isso é crível?” — perguntam os autores de Sós no Universo. A equação de Drake, prosseguem, supõe que uma vez que a vida exista num planeta, ela evolui cada vez mais rumo a maior complexidade, culminando, em muitos planetas, no desenvolvimento da cultura” (p. XIV). Mais uma vez, mera suposição!

Características indispensáveis para a vida: especialíssimas no Universo

Os professores Ward e Brownlee ao longo do livro enumeram características próprias ao nosso sistema solar e planetário, bem como da própria Terra, favoráveis ao surgimento e manutenção da vida, e que dificilmente se repetiriam no Universo. Dentre essas características, destacam: “Nosso planeta tem um tamanho adequado, uma composição química e uma distância do Sol conveniente para permitir o surgimento da vida” (p. XXII), bem como a quantidade de água em estado líquido. Apenas um detalhe: se a Terra estivesse 5% mais próxima do Sol,“continuamente teria o ‘efeito estufa’” e o homem não poderia sobreviver; e se estivesse 15% mais distante, “continuamente teria glaciação” e, igualmente, o homem não suportaria. “Ambos os fatores são considerados irreversíveis” (pp. 18-19).A órbita da terra está, portanto, no ponto exato para a vida humana.

Júpiter, como pára-raios, protege a Terra dos impactos siderais

“Outro fator que claramente está envolvido no surgimento e na manutenção de formas de vida superiores na Terra é a raridade relativa de impactos de asteróides e cometas. …. O que controla este baixo índice de impactos? A quantidade de material deixado num sistema planetário após sua formação pode influenciar nesse índice: quanto mais cometas e asteróides há entre as órbitas dos planetas, maior é o número de impactos e há mais chance de extinções maciças devido a eles. Mas não só isto. Os tipos de planetas num sistema podem também afetar o número de impactos, e assim desempenhar um papel inapreciável na evolução e manutenção dos animais. No caso da Terra, há sinais de que o gigante planeta Júpiter atua como um ‘pára-raios de cometas e asteróides’. …. Assim ele reduziu a freqüência de extinções maciças, e talvez seja esta uma razão especial de por que foi possível surgir e manter-se em nosso planeta formas superiores de vida. Qual a freqüência de planetas do tamanho de Júpiter?” (p. XXII).

Júpiter, como pára-raios, protege a Terra dos impactos siderais

“Outro fator que claramente está envolvido no surgimento e na manutenção de formas de vida superiores na Terra é a raridade relativa de impactos de asteróides e cometas. …. O que controla este baixo índice de impactos? A quantidade de material deixado num sistema planetário após sua formação pode influenciar nesse índice: quanto mais cometas e asteróides há entre as órbitas dos planetas, maior é o número de impactos e há mais chance de extinções maciças devido a eles. Mas não só isto. Os tipos de planetas num sistema podem também afetar o número de impactos, e assim desempenhar um papel inapreciável na evolução e manutenção dos animais. No caso da Terra, há sinais de que o gigante planeta Júpiter atua como um ‘pára-raios de cometas e asteróides’. …. Assim ele reduziu a freqüência de extinções maciças, e talvez seja esta uma razão especial de por que foi possível surgir e manter-se em nosso planeta formas superiores de vida. Qual a freqüência de planetas do tamanho de Júpiter?” (p. XXII).

Tamanho grande da Lua: condições para as quatro estações

Há outras características especiais no nosso sistema solar: “a Terra é o único planeta (excetuado Plutão) com uma lua de tamanho considerável quando comparada com o planeta que ela orbita” (p. XXII).Com efeito, o nosso satélite exerce uma influência crucial na estabilização da inclinação da Terra, mantendo-a num ângulo que permite a existência das quatro estações. Como se sabe, a Terra possui uma inclinação de aproximadamente 23 graus. Essa inclinação é conhecida como “obliqüidade”, e tem permanecido praticamente constante graças ao fato de nossa Lua ser grande, impedindo variações maiores na inclinação da Terra devido à força da gravidade dela.

Para ilustrar a importância desse fato, os autores observam: “O planeta Mercúrio fornece um exemplo espetacular do que pode ocorrer num planeta cujo eixo é quase perpendicular ao plano de sua órbita. Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, e a maior parte de sua superfície é infernalmente quente. Mas imagens de radar da Terra mostraram que os pólos do planeta são cobertos com gelo. O planeta está muito próximo do Sol, mas visto dos pólos, o Sol está sempre no horizonte. Contrastando com Mercúrio, que não tem inclinação, o planeta Urano possui uma inclinação de 90 graus, e um dos pólos está exposto por meio ano [ano de Urano = 84,01 anos da Terra] de luz solar, enquanto que o outro lado experimenta uma temperatura baixíssima” (pp. 223- 224).

Localização periférica na galáxia possibilita a vida na Terra

“Talvez até a localização de um planeta numa região particular de uma galáxia desempenhe um importante papel. No centro das galáxias, cheio de estrelas, a freqüência de supernovas* e a proximidade entre as estrelas podem ser muito elevadas, a ponto de não permitir as condições estáveis e longas que são aparentemente requeridas para o desenvolvimento da vida animal. As regiões mais afastadas das galáxias podem ter uma baixa percentagem de elementos pesados necessários para a construção de planetas montanhosos e de combustível radioativo para aquecer o interior dos planetas. …. Até a massa de uma galáxia em particular pode afetar as chances do desenvolvimento de vidas complexas, uma vez que o tamanho da galáxia é correlato com seu conteúdo de metais. Algumas galáxias, então, podem ser muito mais favoráveis do que outras ao surgimento da vida e sua evolução. Nossa estrela e nosso sistema solar são anômalos, pelo alto conteúdo de metais. É possível que nossa própria galáxia seja incomum” (p. XXIII).

Centro geométrico do Universo ou centralidade do homem?

Os autores de Sós no Universo comentam: “Desde que o astrônomo Nicolau Copérnico tirou-a do centro do Universo e a pôs numa órbita em torno do Sol, a Terra tem sido periodicamente trivializada. Saímos do centro do Universo para um planeta pequeno, orbitando uma pequena e indistinta estrela numa região secundária da galáxia Via Láctea — uma visualização formalizada pelo assim chamado Princípio da Mediocridade, que sustenta não sermos um planeta único com vida, mas um entre muitos. As estimativas para o número de outras civilizações inteligentes variam de nenhuma a 10 trilhões” (pp. XXIII, XXIV).

“trivialização” da Terra tem como efeito, na cabeça de muitos, a diminuição da importância do próprio homem, que não deveria mais ver-se como um ser todo especial no Universo. Pelo contrário, ele deveria ter a humildade de reconhecer que não está no centro de todas as coisas, como pensava. Assim, desbancada a Terra do centro do sistema solar, cairia a tese correlata da centralidade do homem no Universo.

Trata-se, porém, de um engano: as duas teses não são correlatas!Quando se pensava que a Terra estava no centro do cosmos, era fácil associar essa centralidade de nosso planeta com a centralidade da posição do homem. Mas, de fato, a centralidade do homem na obra da Criação resulta de muitas outras considerações de toda ordem, que nada têm a ver com a posição da Terra no Universo. A grandeza do homem como único ser, sobre a face da Terra, dotado de inteligência racional e de vontade, resulta da observação mais comezinha de tudo quanto nos cerca, e sempre foi evidente para todos os povos.

Por isso, o mandado divino a nossos primeiros pais — “Crescei e multiplicai-vos, e enchei a Terra, e sujeitai-a, e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu, e sobre todos os animais que se movem sobre a Terra (Gen. 1, 28) — foi seguido com naturalidade por todas os povos, em todos os tempos.

Acontece que a Ciência também dá cambalhotas — e quantas! —, e eis que agora vêm esses dois cientistas, cujo livro estamos comentando, advertir-nos de que, se é verdade que a Terra não está no centro do Universo, há uma quantidade muito grande de fatos, aceitos pela Ciência, que acenam ser ela um planeta absolutamente incomum, possivelmente o único a oferecer condições para a vida humana. Tudo se passaria, pois, como se Deus tivesse projetado um planeta único para possibilitar a existência do homem. E, neste caso, a Terra, em certo sentido, voltaria a ocupar o centro do Universo, e o homem retomaria sua centralidade na obra da Criação, da qual procuraram desbancá-lo quatro séculos de ciência atéia.

É o que dizem os professores Ward e Brownlee em seu livro: “Se for considerada correta, entretanto, a hipótese de Sós no Universo , reverteremos essa tendência de descentralização. O que dizer se a Terra, com sua carga de animais adiantados, for virtualmente única neste quadrante da galáxia — o planeta mais diverso num perímetro, digamos, de 10.000 anos-luz? O que dizer se ela for extremamente única — o único planeta com vida animal nesta galáxia e até no Universo visível, um bastião de animais num mar de mundos infestados de micróbios?” (p. XXIV).

Doutrina católica, vida extraterrestre e Redenção

Os cientistas, no primeiro capítulo do livro, admitem a possibilidade de existir vida em outros planetas. Mas vida de micróbios, capazes de enfrentar condições extremamente adversas, como as que existem em lugares altamente inóspitos da Terra. Estas formas de vida nas galáxias, segundo os autores, poderiam ser muito freqüentes. E, quanto à existência de vida superior fora da Terra, a hipótese dos autores é de molde a excluí-la.

Mas, se porventura houver vida inteligente além da nossa no Universo Sideral, como a doutrina católica explicaria tal fato?

Antes de mais nada, é preciso lembrar que tanto a Encarnação do Verbo Divino quanto a Redenção representam privilégios para nós. Assim, na hipótese — cada vez mais remota — de se comprovar a existência de vida fora da Terra, não faltariam luzes do Espírito Santo à Igreja para explicar, com verdade e objetividade, a nova situação conhecida e tudo quanto dela decorresse.

Desânimo de cientista: buscas infrutíferas…

Em entrevista recente, o astrônomo acima citado, Frank Drake, presidente do Instituto Seti (sigla em inglês para Busca por inteligências extraterrestres), reconhece que essa procura de seres inteligentes pode levar um século. Em 40 anos, “as buscas ainda não captaram nem um ‘oi’ interplanetário”, destaca o entrevistador Cláudio Ângelo. “Estou envergonhado. E mais cauteloso”, admite o astrônomo Drake.

Perguntado sobre o livro Sós no Universo, Drake admite que “a questão é quão freqüentemente a vida inteligente surge. Ward e Brownlee apresentam uma série de argumentos que dizem que isso pode ser raro”.E persiste na sua busca: “Ainda vai levar muitas décadas. Pode levar cem anos. …. Mas é tão importante que vale a pena, porque os resultados finais seriam a coisa mais valiosa que já se viu” (“Folha de S. Paulo”, 18-3-01). Ele não explica por que pensa assim, mas percebe-se seu desconforto diante do fato de estar ficando cada vez mais claro que realmente há algo de especial e único nesta Terra…

Quem diria que, depois de ter sido desbancada, há 400 anos, por Copérnico e Galileu, do centro “geométrico” do universo, a Terra novamente “se movimenta”, desta vez para reocupar, aos olhos da própria ciênciauma posição centralíssima, e talvez única, para a existência da vida — sobretudo inteligente — no Universo?!

É bem o caso de dizer, com Galileu: “Eppur si muove…” rumo ao centro dos acontecimentos!

*   *   *

* Supernovas: As estrelas, ao envelhecerem, queimam todo o seu hidrogênio e terminam por entrar em colapso. Algumas explodem com uma força espantosa, o que, com muita probabilidade, esterilizaria a vida num raio de 1 a 30 anos-luz.

 

Extraído da Revista Catolicismo de junho/2001

 

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10 COMENTÁRIOS

  1. Resposta ao Sr. ìtalo Nóbrega Oliveira. Como a resposta na sua resposta não é publicada, vai aqui a resposta.
    Como a discussão virou pessoal (ninguém participou), temos que continuar pessoalmente. Como não encontrei nenhum e.mail pessoal bem da Lepanto (o “contato” não funciona), solicito que me envie um endereço para continuar a discussão.
    No caso, tinha feito comentários mais detalhados, enviei aquele sucinto que V.S. não entendeu, achou confusos e respondeu de forma mais confusa ainda. Poderia rebater cada linha de sua resposta, mas como não interessou aos leitores, aguardo sua resposta, que provavelmente não virá.
    arioba

  2. Em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão. O tema suscita vários equívocos.
    a) A Doutrina Espírita há mais de 150 anos revelou que só podemos perceber uma parte ínfima da matéria, a ciência hoje “calcula” algo menos de 5%. E a vida só se manifesta na matéria que percebemos? Que religiosos e cientistas sábios explicarem isso?
    b) As religiões falam de “outros seres vivos” desde que surgiram. Cristo não contestou os anjos nem outras entidades que podem nos tornar perceptíveis, e como “vivos”.
    d) A ciência teima e pensar que “outras vidas” tenham que ser necessariamente iguais às que encontramos na Terra, e dái “achar” que planetas similares à Terra é que podem ter “vidas”, e iguais às nossas.
    d) Parece que não passa pela cabeça de nenhum religioso e cientista, por mais sábio que se apresente, que até mesmo entre há “vidas” diferentes das nossas, e as evidências chamamos de fantasmas, OVNIs etc. etc.
    Isso porque sequer temos uma definição pelo menos consensual o que seja “ser-vivo”, e para nós mesmo aqui. O cientistas admitem ser um “enigma”, os religiosos um “mistério de Deus”, como se Deus precisasse de mistérios. Assim, usando apenas a intelig|ência, AS RELIGIÕES (QUASE TODAS) AFIRMAM QUE OUTRAS VIDAS NO UNIVERSO, a ciência não tem recursos para encontrá-las, então, a conclusão mais lógica é que: QUE HÁ VIDAS ALÉM DAS NOSSAS, APENAS QUE NÃO TEMOS COMO EVIDENCIÁ-LAS FORA DA TERRA, E NA TERRA TEIMAMOS A IGNORAR FATOS QUE AS COMPROVAM.
    arioba.

    • Caro Ariovaldo,
      Li seu comentário, e, apesar da falta coesão e coerência em algumas de suas frases – coisa que, aliás, dificulta a compreensão de seu raciocínio -, tenho alguns pontos a considerar. Para melhor expô-los, usarei seu comentário como base. Vou dividi-lo em pontos e em seguida comentá-los.

      1º “A Doutrina Espírita há mais de 150 anos revelou que só podemos perceber uma parte ínfima da matéria, a ciência hoje “calcula” algo menos de 5%.”
      Primeiramente, eu gostaria de apontar uma falha filosófica na sua afirmação. Ao afirmar que só podemos “perceber uma parte ínfima da matéria” você faz uma generalização ao igualar o conhecimento sensível com o conhecimento inteligível.
      O conhecimento sensível pressupõe um fato físico, a saber, a ação do objeto sensível sobre o órgão que sente, imediata ou à distância, através do movimento de um meio. O sentido recebe as qualidades materiais sem a matéria delas. A sensação embora limitada é objetiva, sempre verdadeira com respeito ao próprio objeto.
      Acima do conhecimento sensível está o conhecimento inteligível, especificamente diverso do primeiro. Objeto do sentido é o particular, o contingente, o mutável, o material. Objeto do intelecto é o universal, o necessário, o imutável, o imaterial, as essências, as formas das coisas e os princípios primeiros do ser, o ser absoluto.
      Qual a conclusão que podemos tirar dessas afirmações de Aristóteles?
      Que só podemos “perceber uma parte ínfima da matéria” com os sentidos, porém, com o intelecto nós podemos ir além do que os olhos veem, os ouvidos ouvem, o tato sente, etc.
      Um exemplo disso é: mesmo quem nunca foi na China, ou seja, não teve uma percepção sensível envolvendo-a, sabe ou poderá saber que ela existe, usando o intelecto.
      Vamos transpor essa argumentação para o caso em questão: mesmo só “percebendo 5% da matéria” segundo você mesmo disse, nosso intelecto pode ir além.

      2º ” E a vida só se manifesta na matéria que percebemos? Que religiosos e cientistas sábios explicarem isso?”
      Aqui há uma gritante contradição. Veja:
      Etimologicamente falando manifestar é o ato de apresentar, dar sinais de sua presença; mostrar, revelar, fazer-se percebido, dar-se a conhecer; revelar-se, etc.
      Ora, apesar de nosso intelecto conseguir ir além do sensível, para que isso seja possível são necessários determinados conhecimentos a priori que provém do sensível. Isso ocorre porque não há pensamento que não seja acompanhado por uma imagem concomitante. Na base do pensamento está a imagem. E imagem é o conjunto de impressões e sensações que nos vem pelo sentido. O conhecimento acerca da existência de um novo ser somente é alcançado por nós depois de percebermos as evidencias que o manifestam.
      Em outras palavras: Para percebermos uma vida, ela tem que se manifestar necessariamente pela matéria para assim a captarmos pelo sentido. Há uma exceção: a existencia de Deus. Apesar de ser possível prová-la com provas ontológicas e cosmológicas, a natureza humana não precisa delas para crer, pois a crença na existência de Deus é inerente ao homem.
      “Que religiosos e cientistas sábios explicarem isso?”
      Explicar o quê? seja mais claro em suas palavras.
      Não obstante, e suponho que seja o fato de “percebermos uma parte ínfima da matéria” e a vida se manifestar também fora da matéria (Aliás, não há lógica nessa sua argumentação). Se for isso está explicado.
      Não entrarei na discussão de um ponto logo no início do seu comentário: a doutrina espírita. Você impõem isso como pressuposto ao constatar um fato supostamente “revelado” pelo espiritismo e no final fazer uma pergunta baseado nele.
      Seria algo na linha: “segundo nos conta um livro de fábulas, o papai Noel existe. Como você me explica isso?”
      Perceba: eu estou colocando como verdade o fato de o livro de fábulas ser verídico. A partir daí faço uma pergunta tendo ele como base.
      Apesar disso, não discutirei esse pressuposto porque ele já foi refutado (https://lepanto.com.br/catolicismo/apologetica-catolica/espiritismo-e-os-seus-erros/)

      3º “As religiões falam de “outros seres vivos” desde que surgiram…”
      Sim, elas falam. Existem 5 reinos de classificação dos seres vivos: Reino Metazoa ou Animalia, Reino Metaphyta ou reino Plantae, Reino Monera, Reino Fungi e Reino Protista. Certamente os seres que pertencem a um desses reinos já foram citados por alguma religião ao longo da história. Minha dúvida: como isso constitui argumento para provar a existência de vida inteligente fora da terra?
      “… Cristo não contestou os anjos nem outras entidades que podem nos tornar perceptíveis, e como “vivos”.”
      Os anjos sempre foram citados ao longo do Antigo Testamento e no Novo Testamento. O próprio Nosso Senhor fez referência direta a eles. Não é essa a questão.
      Ele não contestou a existência do Papai Noel, do Batman, do Minotauro, ou qualquer outra criatura fictícia. Aquilo que é impossível de existir precisa ser negado?

      4º “A ciência teima e pensar que “outras vidas” tenham que ser necessariamente iguais às que encontramos na Terra, e dái “achar” que planetas similares à Terra é que podem ter “vidas”, e iguais às nossas.”
      Preste atenção no artigo.
      Isso já foi pré-refutado:
      “Os cientistas, no primeiro capítulo do livro, admitem a possibilidade de existir vida em outros planetas. Mas vida de micróbios, capazes de enfrentar condições extremamente adversas, como as que existem em lugares altamente inóspitos da Terra. Estas formas de vida nas galáxias, segundo os autores, poderiam ser muito freqüentes. E, quanto à existência de vida superior fora da Terra, a hipótese dos autores é de molde a excluí-la.”

      d) “Parece que não passa pela cabeça de nenhum religioso e cientista, por mais sábio que se apresente, que até mesmo entre há “vidas” diferentes das nossas, e as evidências chamamos de fantasmas, OVNIs etc. etc.”
      Desculpe-me a sinceridade, mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Quais evidencias? E como isso provaria a existência de vida inteligente fora da Terra?
      (“As evidencias chamamos de fantasma”, há uma incoerência filosófica nisso. O correto seria: “os seres que se manifestam através de evidencias, chamamos de fantasmas”. Só para constar.)

      5º “Isso porque sequer temos uma definição pelo menos consensual o que seja “ser-vivo”, e para nós mesmo aqui. O cientistas admitem ser um “enigma”, os religiosos um “mistério de Deus”, como se Deus precisasse de mistérios.”
      A ciência, de fato, vacila ao tentar definir a vida. Isso porque para que um ente seja considerado vivo é preciso um principio espiritual. Já a Doutrina Católica bem a define: vida é uma qualidade da existência, que se caracteriza pela presença de um espírito. A vida é , substancialmente, espiritual.
      Se você tivesse estudado realmente o tema em questão, não teria comentado isso de forma equívoca.

      6º “…então, a conclusão mais lógica é que: QUE HÁ VIDAS ALÉM DAS NOSSAS, APENAS QUE NÃO TEMOS COMO EVIDENCIÁ-LAS FORA DA TERRA, E NA TERRA TEIMAMOS A IGNORAR FATOS QUE AS COMPROVAM.”
      Pelo visto há um forte laço que vos une à dama Contradição.
      Ao tratar da vida fora da Terra, você disse que não podemos evidenciá-las, porém há fatos que a comprovam?
      A evidência é uma comprovação.
      Por exemplo, se alguém comete um crime, atrás do que a polícia vai? De evidências, pois através dela nos vem a comprovação.
      E depois: vida fora da Terra e vida INTELIGENTE fora da Terra são duas coisas diversas. O Sr. no seu comentário inteiro faz a confusão de algo tão óbvio.

      Atenciosamente,
      Ítalo N. Oliveira,
      Equipe Lepanto.

      • Obrigado pela atenção, caro Ítalo, não respondi até hoje porque esperava que a discussão pudesse ser de interesse do leitores da Lepanto, não parece ter sido de interesse. Na realidade quando li o texto, achei interessante, fiz comentários em cada item do mesmo, e esses comentários ficaram muito longos. Daí, mandei os comentários sucintos que vc diz não ter entendido direito. Quando se resume, se evitam detalhes, e isso pode complicar o entendimento. Suas considerações para “melhorar”, acho que não melhoram nada, e deixo de “comentar”. Mas saindo da “regra Le Panto”, me proponho e enviar a vc e à Equipe, OS COMENTÁRIOS DETALHDOS DO TEXTO, onde se pode de fato discutir se o que exponho é de fato confuso. Preciso de uma e.mail da Equipe ou seu (pessoal). O e.mail “contato@lepanto.com.br” ou não existe mais ou não funciona, senão teria enviado os comentários mais detalhados. Parece que a regra na Le Panto é não se “expor” digitalmente, não critico, mas acho que dificulta os contatos.
        Arioba.

  3. quem sabe nos somos um povo rebelde que em outros planetas teve vida mas como forom obedientes a Deus forao arebatados nos estamos para pagar antes de sermos arebatado

  4. Boa tarde, li o vosso artigo mas não concordo com sua opinião, porque não pode haver outros mundos habitados por criaturas semehantes ao homem, será que Deus Pai em sua magnificiencia não pode ter ciado outros seres inteligentes neste universo imenso, repleto de miriades e miriades de estrelas. Porque nós homens temos de nos considerar os unicos. Acho, acretido piamente que nos acharmos unicos é como nos travestirmos de Deus, quem pode afirmar que o senhor nos criou unicos. Quanto a encontrarmos ou não outros, bem as distancias são gigantescas, atronomicas, enfim somente o Pai pode nos revelar algo.
    Porém em um ponto crucial concordo com o autor acima, quando nos for dado a conhecer os outros,”de se comprovar a existência de vida fora da Terra, não faltariam luzes do Espírito Santo à Igreja para explicar, com verdade e objetividade, a nova situação conhecida e tudo quanto dela decorresse” sim o Espirito Santo então no momento certo agirá e não nos deixará sozinhos.

    • A paz de Cristo e Salve Maria Mãe de Deus e nossa. José Carlos, seres inteligentes, Deus não criou somente o homem como também os anjos, que são criaturas puramente espirituais sem necessidade do princípio material ou corpo. Agora ao se referir às possíveis criaturas com os dois princípios, material e espiritual, em todo o universo, meu irmão, aqui estamos nós neste belo e maravilhoso planeta Terra – criado pela Santíssima Trindade, Deus -, que é menor que um grão de areia comparando com o mesmo universo. Mas, por que isso? Isso é para refletirmos o Amor Infinito do Todo Poderoso Deus para com o homem, a ponto de se encarnar e morrer na Cruz para nossa salvação eterna e, sem Ele, seríamos menos que um grãozinho de areia, até mesmo, alguma coisa inferior a um vírus nesta imensidão cósmica.

  5. Não estou aqui para condenar ou concordar, mas postular as seguintes hipótese:

    Será que, em outros mundos, encontraremos vida inteligente mas selvagem, sem conhecimento ou noção de Deus?

    Será que, assim como os primeiros missionários cristãos desbravaram o desconhecido e encontraram tribos e povos nunca antes vistos, aproveitaram esta oportunidade para difundir o Evangelho, será a nossa vez de desbravar planetas desconhecidos e contatar povos e culturas nunca vistos, e aproveitarmos para lhes apresentar o Evangelho?

    Pois, enquanto Jesus caminhava em Jerusalém, vários povos nos quatro cantos do mundo já existiam e permaneciam alheios ao que estava ocorrendo de espetacular na Terra Santa.

    E será que, do mesmo modo, que vivemos a era Cristã de nossa história, haveriam vários povos nos quatro cantos do Universo alheios ao que de espetacular ocorreu aqui, somente aguardando para eles também viverem a sua era Cristã?

    Será?

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