Em Colônia, por exemplo, um festival reúne fãs e curiosos que comem, vestem-se e se divertem como se vivessem no mundo medieval.
“O cheiro de carne assada se mistura com a música tocada por harpas, violinos e tambores de uma era remota e ao tilintar das correntes, descreve a rádio alemã.
“A viagem ao passado começa já na bilheteria, onde os modernos euros são trocados por moedas medievais.
“A maioria dos funcionários e visitantes veste trajes medievais. E assim, de um instante para outro, você está na Idade Média”.
O cenário para esse “espetáculo de fantasia medieval” é o lago Fühlinger, na cidade de Colônia, com a maioria dos estandes alojada sob tendas brancas.
“Diante de um grande palco, centenas de pessoas se reúnem para ouvir um grupo de músicos.
Há cerveja, que aqui se chama hidromel, pão assado sobre o carvão e outras delícias grelhadas.
O público conversa, diverte-se e dança.
Walter relaxa numa das mesas com dois companheiros.
Ele celebra com uma caneca de cerveja nas mãos.
‘Uma festa num biergarten sempre tem confusão’, diz.
Há seis anos ele frequenta festivais medievais, e, apesar do álcool também ser consumido aqui, conflitos não acontecem, garante.
‘As pessoas são agradáveis umas com as outras, o que torna esses eventos divertidos’.
Os visitantes podem tentar usar o arco e flecha, duelar com travesseiros sentados numa barra e montar pôneis.
Depois de alguns instantes na feira, eles esquecem a tediosa rotina do século XXI.
Stefan, 40, comenta: “As pessoas são muito descontraídas e podem ser o que elas quiserem. Acho isso maravilhoso”.
“Essa é a terceira visita de Caroline ao festival, e como muitos dos visitantes, ela está vestida com trajes medievais.
Ela concorda que a visita à feira é uma fuga da vida cotidiana, ‘talvez para sair um pouco de todo esse consumismo em massa’”.
O professor de História Medieval, Walter Pohl, da Universidade de Viena, não se surpreende com o espetáculo:
“Por um lado, a Idade Média é um período estranho e exótico, mas de alguma maneira também é familiar”.
Com tempo bom, mais de 10 mil pessoas visitam o “espetáculo de fantasia medieval”, erigido em apenas dois dias.
Cerca de mil artistas são contratados a cada temporada e viajam com o evento de um lugar para o outro.
Um dos organizadores, Edwin Ball, usa uma touca azul com pena, uma túnica azul e vermelha, e uma grande corrente com uma cruz no pescoço.
Hoje ele é diretor do acampamento medieval. Para ele, o passado é mais que um trabalho. Especialmente na Alemanha, diz Ball, onde há muitas ‘testemunhas silenciosas’ que ainda podem ser vistas: ‘Se você navegar pelo Reno, a cada 20 quilômetros vai se deparar com um castelo’.
O sol se põe lentamente. A agitação está chegando ao fim.
O colorido público se prepara para deixar atrás a Idade Média. Nem todos vão de bom grado, conclui a Deustche Welle.